XXXII

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As 13:50 Rodolffo batia na porta do apartamento e Juliette já estava pronta. Quando a porta se abriu, Rodolffo a olhou com ternura.

- Você está ainda mais linda nesse vestido.

- Não é a minha roupa favorita, mas é a que me sinto confortável no momento. A barriga está crescendo bastante ultimamente.

- Posso? - ele disse fazendo menção de tocar na barriga dela e ela permitiu.

Quando a mão dele tocou na sua barriga, Juliette sentiu o corpo extremer.

- Oi neném... É o papai... Hoje nós vamos ver você e saber de tudo sobre você. Eu sinto saudades suas e de estar perto. O papai te ama.

Juliette se fez de forte, mas não foi convincente, Rodolffo viu ela enxugar as lágrimas.

- Se estiver pronta, vamos?

- Sim. Vou buscar minha bolsa.

Saíram os dois e o silêncio reinou o caminho inteiro. Rodolffo apesar disso, não tinha queixas, estava satisfeito de tê-la ao seu lado de novo.

Quando pararam no estacionamento da clínica, ele abriu a porta para ela e a ajudou a descer do carro. E quando começaram a caminhar, ele segurou sua mão e beijou.

- Rodolffo... Não comece.

- Não estou começando nada. Só estou dando um beijo na mão da mãe do meu bebê.

- Não é por que eu te beijei mais cedo que vou permitir certas intimidades.

- Permitir não é a palavra certa... - ele disse no ouvido dela e sorriu.

- E qual é?

- Eu te digo mais tarde, quando estivermos a sós.

Juliette abanou a cabeça e o assunto morreu ali.

Ela ficou conversando sobre outros exames que tinha feito e Rodolffo ouvia atento.

- É muito bom ter um plano de saúde. - ela disse animada.

- Você deveria ter a muito tempo...

- Não era possível e você sabe o por quê.

Nesse instante ela foi chamada para a ultrassonografia e Rodolffo tocou novamente a sua mão sentindo a mesma gelada.

- Não fique ansiosa. Tudo está bem.

- E se não estiver, o quê vamos fazer?

- Não pense negativo. Você não está sozinha.

Juliette foi se trocar e voltou com uma espécie de bata, logo foi deitou-se na maca, onde Rodolffo sentou-se ao lado e beijou sua testa.

- Está tudo bem linda. - ele disse e o médico o olhou.

- O senhor é o pai dela?

Aquela pergunta pegou Rodolffo desprevenido. Sabia que a diferença de idade era notável, mas cogitar que ele fosse o pai de Juliette era um pouco de exagero.

- Ele é o pai do bebê... Não tem idade suficiente para ser meu pai. Nossa diferença de idade é de 12 anos. - Juliette retrucou.

- Desculpa a pergunta, mas é que as aparências enganam.

Rodolffo digeriu aquele diálogo, mas ficou em silêncio. Será que ele estava tão velho ao ponto de parecer pai de Juliette?

- Olha o coração...

Os batimentos cardíacos estavam ritmados e intensos, Rodolffo ficou admirado com eles e os olhos inundaram.

- Agora vamos ver se o bebê tem as pernas abertas.

- Vai ser sim...- Juliette disse sorridente.

O médico fez três tentativas e na última teve a certeza.

- Menina! Vejam só! Uma genitália feminina.

Juliette vibrou de felicidade, mas Rodolffo ficou mais quieto e limitou-se a dizer:

- É a princesa do papai...

- É a nossa bonequinha. - Juliette disse lhe apertando a mão e buscando o ânimo dele. - Doutor está tudo bem com a nossa menina?

- Sim. Ela é perfeita e está se desenvolvendo lindamente.

Na saída da clínica, eles saíram de mãos dadas, mas Rodolffo parecia desanimado.

- O quê houve? Você queria um menino? - Juliette disse assim que sentou-se no carro.

- Não é isso... Eu estou feliz por ser papai de uma menina.

- Mas não está parecendo...

- Acho que você tem razão.

- Em quê?

- Eu não quero que ande comigo e as pessoas pensem que sou seu pai.

Juliette olhou para Rodolffo incrédula.

...

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