- Preciso de um apartamento. - Rodolffo disse ao porteiro assim que encerrava mais uma tentativa de falar com Juliette.
- O senhor precisa entrar em contato com a empresa responsável pelo aluguel, mas pretende se mudar?
- Pretendo ficar no mesmo ambiente que a minha mulher. Tem algum no mesmo andar que o meu?
- Essa semana o vizinho ao do senhor ficou vago.
- Excelente.
Rodolffo se pôs a fazer ligações e todas elas o fizeram fazer um deslocamento até a imobiliária, onde locou o apartamento vizinho ao seu.
- Mas como vai viver só com os armários da cozinha senhor?
- Isso não é importante. O quê importa é estar perto da minha mulher e do meu bebê. O resto é passageiro. Eu me viro. Muito obrigado. - disse ele pegando as chaves do apartamento.
Depois disso subiu apressado e a porta do seu apartamento estava fechada. Estar ali e não puder entrar era doloroso tanto que parecia um tiro a queima roupa.
Ficou ainda parado frente a porta por uns bons minutos, mas tudo era silencioso demais. Então foi para o apartamento ao lado.
Realmente não havia mobília no apartamento, apenas armários de cozinha e do banheiro. A solidão nunca o assustou, mas aquela lhe doeu e ele chorou.
Chorou por ter sido estúpido com Juliette e por estar arrependido, mas também chorou por que foi enganado a vida inteira por seus pais.
- A única pessoa que nunca me enganou foi a mesma que eu não pedi para ficar... É... Eu sou um homem de merda mesmo.
...
No apartamento de Rodolffo.
Juliette estava na cama e passeava o controle em busca de algo que lhe chamasse a atenção, mas não havia nada. Por fim, deteve a busca num filme de drama e o assistiu por um tempo, até ir conversar com sua barriga.
- A mamãe está triste... Muito triste de verdade. O seu papai não nos defendeu diante daquela bruxa mentirosa da mãe dele e eu estou muito magoada, mas eu o amo... Ah se eu não amasse, tudo seria tão diferente. Meu bebê, eu estou com saudades dele e você também sentiria se já estivesse conosco. Seu papai é incrível, mas ele é burro nas defesas e escolhas dele. E agora como vamos viver sem ele?
Juliette chorou por um tempo e logo foi vencida pelo sono, dormindo ainda com a TV ligada.
...
No apartamento ao lado, Rodolffo procurava uma camisa para vestir depois do banho, mas acabou achando a chave extra do seu apartamento e isso o fez tomar uma decisão precipitada.
Mesmo sabendo que Juliette não queria te ver, foi direto para o seu apartamento e a encontrou completamente adormecida, mas com a mão posicionada sobre a sua barriga.
Ele se aproximou devagar e seus passos eram medidos um a um, o objetivo não era despertar Juliette, mas chegar o máximo possível dela.
- Oi bebê... O papai te ama. - ele disse não resistindo e tocando a barriga de Juliette.
Ela despertou assim que ele tocou a barriga dela e o encarou seriamente.
- Vamos conversar, por favor...
- Não devia estar aqui... Eu te pedi um tempo.
- Não vou te deixar...
- Fui eu quem te deixei... Mais uma vez você foi abandonado.
- Juliette, por favor. Não faça assim. Eu sei que você me ama.
- Se sabe por que me tratou tão mal? Estúpido!
- Eu fiquei transtornado com as suas acusações, mas meu pai confessou toda a verdade para mim. Não sou filho biológico dele e isso tá doendo absurdamente, mas ficar longe de você, vai me matar.
- Talvez eu também morra de tristeza, mas nesse momento o melhor para nós é ficarmos quietos e distantes. Precisamos pensar se vale a pena continuar por que um filho não é suficiente para sustentar um relacionamento.
Rodolffo ficou desolado.
- Me dá a chave por favor...
Ele entregou sem vontade, mas não tinha escolha. Deixou o apartamento cabisbaixo e perdido.
...
VOCÊ ESTÁ LENDO
Na mira da paixão: impossível escapar
FanfictionDois mundos. Um homem e uma mulher envolvidos em um plano onde o único objetivo é prender bandidos perigosos. Um policial renomado e uma filha do tráfico, o quê pode acontecer?