XLI

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Vicente passou a noite toda a arrumar  as coisas para o fim de semana. Sua ansiedade era tanta que ele não conseguiu dormir.

A manhã chegou, ele fez uma refeição leve e logo arrumou-se para alguns compromissos. Naquele instante pensou em Isabela.

- Será que ela moraria comigo aqui na capital ou serei eu a fazer uma mudança radical? Ah Isabela, se tu me quiser, eu tô pronto para ser o quê você sonhou.

Foi resolver suas coisas e no final da manhã passou no hospital para ver Rodolffo.

- E aí? Como vai essa força? - perguntou Vicente animado.

- Estou melhorando e você parece estar muito bem Vicente.

- Realmente estou. E a Juliette não está aqui?

- Deu uma saída com a mãe.

- Vou visitar a propriedade dos seus pais.

Rodolffo encarou seriamente Vicente.

- Qual o seu objetivo?

- Eu quero ser seu cunhado. Eu gosto da sua irmã.

- Vicente... A Isabela não é mulher para você.

- Para mim isso não existe. Deus deixou o homem para a mulher e isso garante a existência da humanidade, mas não é só isso. Um homem e uma mulher podem se gostar e isso é tão bom.

- Eu mato você se ousar brincar com a Isabela.

- Pois prepare o revólver por que a gente vai brincar muito.

- Cala a boca Vicente.

Vicente sorriu.

- A Isabela é uma moça ingênua. Do interior. Nunca nos apresentou um namorado e se o teve foi escondido.

- Eu não vejo problema nenhum na ingenuidade dela. O quê pode ser um problema é que eu contei aquela história a ela.

- Sério Vicente?

- Sério.

- E como quer que ela te queira assim? Sabendo que já quase morreu por uma prostituta?

- Eu não me orgulho e vou dizer isso olhando nos olhos dela. Mas eu juro que hoje sou um homem limpo. Não uso nada ilícito há muito tempo e graças a Deus não tenho nenhuma doença sexualmente transmissível.

- A minha mãe vai dá um escândalo.

- Por que exatamente?

- Não sei... Mas eu imagino.

- Bobagem. - Vicente sorriu pensativo. - Eu sei como você se sente com a Juliette.

- O quê já aconteceu entre você e a minha irmã?

- Uma conversa amistosa e dois telefonemas.

- E como sabe que ela sente o mesmo?

- Eu não sei, mas arrisco. Eu não vou desistir antes de tentar. Se não for nada disso... Volto ao meu lugar com a certeza que tentei.

Rodolffo segurou a mão do amigo.

- Não machuca a minha mana.

- Só um pouquinho se ela for virgem... - Rodolffo abanou a cabeça. - Eu não quero só sexo, quero uma parceira de vida. Não vou ser moleque com ela, te juro pela nossa irmandade.

- Confio em você.

- Recupera logo para todos nós estarmos juntos lá no sítio.

- É complicado. Mas eu quero voltar lá em breve.

Vicente se despediu do amigo e venceu a sexta-feira no trabalho. Quando a tarde chegou, ele ligou para Isabela.

- Oi...

- Oi Vicente. - Isabela estava com a voz trêmula.

- O quê foi? Que voz é essa?

- Não é nada...

- É alguma coisa sim. Isabela fala...

- O pai está querendo deixar a mãe.

- Sério?

- Não pode vir mais cedo?

- Você quer que eu vá?

- Quero. Eles não estão nada bem.

- Então eu vou. No início da noite estou aí. Fica calma. É só uma discussão. Se acalma. Beijos.

Isabela encerrou a chamada.

...

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