XVII

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- Eu também chorei por que eu não quero criar um filho no meio do tráfico. A nossa herança já é muito pesada. Rodolffo vamos fugir, por favor arrume um lugar para nós. Minha mãe está conhecendo alguém e levará a Sophia, a nossa família precisa de um lugar novo.

Rodolffo se acalmou um pouco e segurou as mãos de Juliette.

- Essa é a notícia mais incrível que eu já recebi na minha vida. E olhe que um dia outra mulher já tinha me dado uma notícia assim...

- Você disse que não era pai... Então tem um filho?

- Não era meu. Por Deus descobri a tempo.

Ele beijou cada mão de Juliette e depois voltou a falar.

- Me perdoa Juliette.

- Perdoar? - ela disse buscando os olhos de Rodolffo.

- Juliette eu não sou um filho do tráfico. Minha infância não foi no alemão. Meus pais são duas pessoas honestas, humildes e o casal que eu mais me espelhei na vida. Eu tenho muito orgulho das minhas origens e da minha família, assim como também do meu esforço para ser o quê eu sou hoje.

Juliette estava em choque e tentou soltar as mãos, mas Rodolffo não deixou.

- Eu entrei no Vidigal para fazer justiça e te prender era o meu objetivo.

Juliette tinha os olhos arregalados e estava paralisada.

- Eu sou um agente da polícia especializada em tráfico de drogas, de armas e também em pacificação. Estou na polícia a exatos oito anos.

Juliette deu um grito e com o susto Rodolffo soltou seus dedos, permitindo que ela conseguisse fugir. Com desespero ela saiu correndo freneticamente e ele atrás. Não era assim que a conversa ia terminar.

- Pare! Pare Juliette! - Rodolffo gritou e ela não parou, mas seu choro era ouvido.

Ele correu mais rápido e conseguiu segurar seu braço. Juliette quase caiu pela brusca parada, mas Rodolffo a abraçou e recebeu muitos socos no peito.

- Por que fez isso? Por quê? - ela perguntou chorando. - Eu confiei em você. Agora você vai me prender?

- Não meu amor. Eu não vou prender você, a não ser nos meus braços. Eu não te trai... Eu menti sim, mas nesse tempo todo eu busco provas que te inocentam e as tenho. Juliette você tem chances de ser livre, plenamente isenta de qualquer acusação.

Juliette soluçava, mas ouvia o quê Rodolffo dizia.

- Mas para isso você tem que se apresentar a polícia.

- É uma armadilha... Eu não confio mais em você. - ela disse se libertando dos braços dele.

- Confia sim, por que eu não vou te causar nenhum mal. Por três meses fomos um do outro e nos amamos de verdade. Eu tenho caráter Juliette e responsabilidade também. Meu maior objetivo nesses últimos dias tem sido te inocentar. Eu tenho um grande amigo que vai te defender e ele vai conseguir te libertar totalmente.

- E se não conseguir?

- Eu viro o mundo, mas eu luto por você e pela nossa família. Juliette eu quero que seja a minha esposa. A minha parceira. A minha melhor amiga e a mãe de todos os filhos que você quiser me dá.

- Não minta mais... - ela deu as costas a ele, mas Rodolffo a abraçou.

- Não estou mentindo. Você consegue sentir a minha verdade e eu sei disso. Amanhã eu vou estar na linha de frente do confronto para desmanche do tráfico no Vidigal. - Juliette virou-se para ele. - Eu quero sair vivo de lá, mas as coisas são diferentes na prática. Se algo me acontecer...

- Cala a boca... Não diga isso.

- Se eu morrer, diz ao nosso fi... - Juliette lhe beijou subitamente.

- Eu não consigo sentir raiva de você. Eu só quero ser amada por você e que se dane o mundo a nossa volta.

- Quer casar comigo Juliette?

- É tudo que eu mais quero nessa vida.

Rodolffo tirou do bolso da calça uma caixinha e abriu revelando um par de alianças, que logo estavam nos dedos dos dois. Depois apressados, foram em busca de um lugar seguro para curtirem o resto da noite juntos.

...

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