IV

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Ao entrar no apartamento, Rodolffo já imaginava o quê ia encontrar, mas ver Bruna transando com um desconhecido na sua cama fez ele ter vontade de cometer um crime.

- O meu marido! - ela disse quando viu Rodolffo no reflexo do espelho.

Imediatamente o casal se desvinculou e Rodolffo permanecia com o revólver em punho.

- Amor eu posso explicar... - Bruna disse se cobrindo.

- Fala pra ele a verdade mina. Diz para o corno quem é o pai do seu filho. - o cara disse desafiador.

Rodolffo pensou em matar os dois, mas desistiu e baixou o revólver.

- É verdade que o bebê não é meu? Diga Bruna.

- Amor... Eu posso explicar.

- Sim ou não?

- É dele, mas eu queria que fosse seu. Tentei tanto, mas você nunca conseguiu.

- Além de me fazer de palhaço, por que até o porteiro sabia de vocês, ainda quer me dizer que eu sou estéril? Bruna você não tem medo de morrer?

- Rodolffo... Eu só queria que a gente fosse uma família...

- E eu cara? Como eu fico nesse bagulho? - o desconhecido disse indignado.

- Eu te dou 1 hora para que você tire tudo que é seu daqui e vá embora. Bruna esqueça que eu existo e você vá para o raio que o parta. Nunca mais cruzem o meu caminho por que a minha piedade tem prazo de validade.

Rodolffo era um homem de palavras duras. Foi até o porteiro e exigiu que ele tirasse Bruna do apartamento em uma hora e o homem o olhou assombrado.

Depois de deixar o prédio, Rodolffo foi até o centro de polícia. Lá teve nova conversa com seu supervisor.

- Vou entrar lá para matar e também estou disposto a morrer.

- Não diga isso Ribeiro. Palavras tem poder.

- Eu vou fazer dessa missão um legado de vida. Quero dá o meu máximo, não restará nenhum marginal no Vidigal.

- Por favor não mate a Chefe, precisamos dela viva.

- Isso depende muito. Não vou ter piedade de ninguém.

- Ribeiro está muito afetado, mas não pode estar assim para entrar lá. Tem que ter calma.

- Estou cansado de ter calma.

...

Na casa de Juliette

Dulce escovava o cabelo da filha e Juliette sorria com tanto mimo.

- Mãe, não precisa, faça isso só na Sophia.

- Precisa sim... Será sempre a minha menininha.

- Ah mãe... A senhora nem existe.

- Um dia outra pessoa vai tomar o meu lugar, então eu tenho que aproveitar.

- Ninguém toma o seu lugar mãe.

- Não diga isso por que eu sei que um dia você vai querer ter um companheiro de vida Juliette.

- O cara precisa ser O CARA para que eu cogite a possibilidade.

- E o cobra?

- É um escroto. Cobra nunca vai me tocar em mim. Entre nós existe um abismo.

- Por quê?

- Ele é terrível. Ele vive cometendo todo tipo de atrocidade e quem leva a culpa sou eu. Não o dispenso por que meu pai gostava dele. Ainda bem que ele tem medo de mim, se não já teria me pego a força.

- Você alimenta as mentiras do seu pai?

- Claro. O pai fez tudo para que eu fosse temida, afinal sou mulher e ele sabia que os homens só teriam medo de mim se eu fizesse coisas grandes, então o pai se encarregou disso.

- Seu pai... Como ele mentiu para mim... Eu nem acredito que acreditei.

- Realmente não sabia que ele era desse mundo?

- Não. Ele era outra pessoa e eu só soube quando engravidei de você. Como eu era muito nova entrei em Pânico, então ele me mostrou a vida dele. Para casa eu não pude mais voltar então fiquei com ele.

- Os homens não prestam, isso eu sei.

- Isso por que você nem sabe do resto... Não prestam, mas viciam e nos enlouquecem também. Meu Deus, seu pai era um homem incrível.

- Eu sei que ainda vou me apaixonar, mas quero o mais astuto dos bandidos.

- Juliette...

- É verdade mãe. Eu não quero um estúpido como o cobra que ia dizer a todo o vidigal que transou comigo. Não mesmo. Isso é mostrar vulnerabilidade e eu não posso ser vulnerável para aqueles homens.

- Então isso nunca vai acontecer por que você nunca sai do Vidigal.

- Talvez um dia eu saia. E esse dia não está muito distante mãe.

...

Na mira da paixão: impossível escapar Onde histórias criam vida. Descubra agora