XXIII

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Juliette e Rodolffo chegaram depois de uma hora no trânsito ao apartamento dele.

Ela olhou para tudo e estava impecável. A vida de Rodolffo era tão organizada, previsível e arrumada.

- A única bagunça na sua vida realmente sou eu... - ela afirmou e ele a olhou sem nada dizer. - Rodolffo eu não tenho esse direito de revirar a sua vida.

- Pensasse nisso antes de me chamar para aquele quarto naquela noite.

- Eu te quis desde a primeira vez que te vi.

- E eu me surpreendi totalmente quando apareceu na minha frente. As fotos que vi eram muito diferentes.

- Por que certamente eu estava vestida de soldado e assim fico realmente diferente.

- Não estava num momento feliz da minha vida quando entrei na missão. Na verdade eu venho de uma sucessão de fracassos na minha vida pessoal. Eu jurei dá o melhor de mim no Vidigal e fui surpreendido com a melhor recompensa que um homem poderia ganhar. Juliette eu estava pronto para te perder...

- Não sei o quê seria de mim sem você.   Mas acho que não estaria livre para saber. Obrigada por me salvar.

- Eu estou pronto para lutar e te dá o melhor de mim. Não se preocupe.

- Não há mais preocupação. Só amor. Eu te amo. Esse bebê que está crescendo aqui também te ama e nós vamos dividir essa vida juntos.

- Eu vou ligar para o Vicente e confirmar se posso te levar ao interior, quero que conheça a minha família.

- Sim. Mas agora... - ela colocou a mão de Rodolffo sobre a sua barriga. - Somos uma linda família.

Rodolffo a beijou com ternura e antes de qualquer coisa fizeram amor com tamanha saudade e envolvimento.

...

Na manhã seguinte...

O telefone de Rodolffo toca, os despertando.

- Oi Vicente... Bom dia.

- Bom dia. Tenho notícias...

- Quais? Eu ia te ligar hoje.

- O fumaça prestou um longo depoimento nessa madrugada e confessou inúmeras coisas.

- Sim. E o quê?

- Disse que Juliette era uma laranja. Que ela não coordenava nada e ele mandava e desmandava em tudo.

- Sério?

- Sim. Agora está muito mais fácil provar a inocência dela, principalmente por que ela não tem bens e nem conta bancária. Ou seja, Juliette é completamente pobre e isso é muito bom para que eu possa defende-la diante do juiz.

- Vicente, eu quero levá-la para a casa dos pais. Podemos?

- Dentro do estado sim. Fora dele não.

- Obrigada Vicente.

- Por nada.

A ligação foi encerrada e Juliette estava de olhos atentos.

- Seu pai deu um depoimento favorável a você. Dizendo que não é culpada e nem chefe de nada.

- Meu Deus... Que preço irei pagar por isso?

Juliette olhou temerosa para Rodolffo.

- Não há nenhum preço a ser pago. Seu pai está preso.

- Não por muito tempo. Eu estou sentindo. O pai tem gente que acoberta ele. Rodolffo não é tão fácil assim. Eu acho que ele deixou ser pego. Meu pai é orgulhoso. Ele se acha o cara mais foda só por que foge dos presídios e sem falar que sair nos jornais é como ganhar um troféu. Adora ser notícia, famoso pela má índole e crimes cometidos.

- Dessa vez vai ser diferente e ele não vai fugir ou te pressionar a nada. Acabou Juliette.

Ela o abraçou forte e só queria acreditar naquelas palavras.

...


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