XVIII

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Ainda na madrugada, Rodolffo começou a se arrumar para a missão que o esperava no dia seguinte. Dentro de uma mala tinha tudo que precisava para mais um dia em que usaria toda a sua habilidade em nome da justiça e da sua missão.

Juliette acordou e viu ele se arrumar. Parecia que não acreditava, mas era real. E ela ainda o achou maravilhoso vestido de policial.

- Brincamos mesmo de polícia e ladrão, não é?

Rodolffo gargalhou alto e ela sorriu também.

- Você está um gostoso vestido assim. - ela disse mais séria e ele riu sedutor. - Promete que volta para mim?

- Prometo. Eu dou minha palavra de honra que volto.

Juliette saiu da cama e foi de encontro aos braços de Rodolffo. Foi um abraço apertado e longo, cheio de medos e também de ansiedade.

- O Vicente te busca aqui e você telefone a sua mãe para contar tudo. Se apresente a polícia e deixe meu amigo fazer o trabalho dele.

- E se eu ficar presa?

- Há dinheiro para pagar a sua fiança.

- Que dinheiro? Eu não tenho dinheiro em espécie, nem em contas.

- Mas eu tenho e não vou medir esforços para te inocentar. Só confia em mim.

- Você é o meu salvador.

- E você também é a minha salvadora.

Deram um beijo apaixonado antes de Rodolffo sair. Juliette logo ligou a mãe e contou tudo, a deixando extremamente preocupada.

- Mãe pega a Sophia e sai do apartamento. Por favor não tarde em fazer isso e também mande uma mala com coisas minhas para o hotel que estou o quanto antes, preciso me apresentar a polícia e não sei o quê pode acontecer.

- Minha filha, você falou para ele da gravidez?

- Falei e quanto a isso estamos bem. Mãe, eu amo vocês, mas quero ficar com Rodolffo, espero que me entenda.

- Eu entendo. Vejo que o ama e eu acredito que ele é sincero com você.

- Reze por nós três mãe.

- Que Deus abençoe sempre filha.

Uma hora depois chegaram duas malas ao quarto de Juliette. Junto delas tinham também seus documentos pessoais e alguns outros pertences. Ela não voltaria mais ao antigo apartamento, a partir dali ou viveria presa ou sua vida seria ao lado de Rodolffo em definitivo, onde ele fosse, ela também iria.

...

As 6:30 da manhã a primeira tropa policial invadiu o vidigal e houve muita destruição desde o primeiro momento.

Rodolffo optou por usar uma máscara, isso já era comum em atiradores, mas como ele era conhecido dos marginais se tornava essencial.

O confronto era gigante com apenas uma hora depois, começando a ser manchete em todos os jornais nacionais.

Juliette estava vendo a cobertura jornalística e seu coração estava na mão. O medo e a angústia rondavam o seu coração, até que o seu advogado chegou.

- Está pronta? - Vicente perguntou ao vê-la bem arrumada.

- Estou pronta.

- Então vamos.

No caminho Vicente falava de Rodolffo.

- Seu namorado é um cara que eu estimo muito. Rodolffo tem um coração tão grande e bom que ninguém se iguala a ele. Deve ser por isso que o seu passado e histórico não importaram para ele. Foi um sentimento que bateu na testa dele e ele caiu sentado.

- Eu sei que ele é muito bom.

- Mas é muito sem sorte também. A vida não sorriu para ele como deveria. A Bruna foi o pior dos acontecimentos.

- O quê ela fez?

- Mentiu que esperava um filho dele e depois ele pegou ela na cama deles com outro.

- Então ele já foi casado?

- De papel passado não, mas morava junto.

- Não importa. Para mim isso é irrelevante.

- Mas é óbvio, você é uma bandida e ele está te aceitando com tudo isso e ainda quer julgar ele por um casamento falido?

Juliette sentiu o peso daquelas palavras e sabia que Vicente não era a pessoa ideal para defende-la.

- Por Rodolffo e por tudo que ele fez por mim, eu vou conseguir te deixar responder em liberdade, mas eu não posso garantir que sairá ilesa de tudo.

- Eu confio no seu trabalho.

Nada lhe restava a não ser a confiança investida num completo estranho.

...

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