XLVII

58 16 58
                                    

Quatro meses e meio depois...

Juliette estava no princípio do trabalho de parto e estando na casa dos sogros teve que ir às pressas para a cidade mais próxima.

- Está doendo Bela. - ela dizia segurando a mão da cunhada e ela tentava lhe acalmar.

- Vai dá tudo certo Ju. Não fica ansiosa.

- Cadê o Rodolffo?

- Foi resolver uns por menores da sua internação. O Vicente está lá fora com ele. Esse está mais nervoso que o meu irmão.

Isabela e Juliette sorriram.

- Já contou para ele que daqui a sete meses é a vez de vocês?

- Ainda não. Eu ia contar hoje, mas não vai dá.

- Conta Bela. Você parece que está com medo da reação dele.

- Não é isso, mas ele vai ficar bem surpreso.

- Surpreso? Eu não acredito que ele ficará. Mas ficar adiando tanto para quê?

Isabela ficou pensativa.

- Você já está com mais de dois meses e ainda nem fez uma consulta.

- Eu só queria ter realmente certeza.

- Mas você já tem... Senta com ele e conta. Isso não é bom nem para a criança e nem para vocês.

- Hoje o dia é seu, da Bianca e do Rodolffo. Vicente e eu podemos ter essa conversa qualquer dia.

...

Vicente estava aguardando Rodolffo resolver umas coisas e logo que o amigo retornou, ele o ajudou a levar mais algumas coisas ao quarto.

- Você não está preocupado?

- Vicente vai dá tudo certo. O quê importa é a minha filha nascer com saúde e a minha mulher ficar bem. Mas você está por demais tenso, o quê está acontecendo?

- Estou pensando na Isabela. Acho melhor que ela não esteja com a Juliette todo o tempo. Ela nunca foi mãe, então não sei se é bom que ela veja tudo.

- Aqui eu não posso ficar na enfermaria, apenas assistir o parto e fazer as visitas. Tem que ser a Isabela, a minha mãe também não pode e a minha sogra nem no Brasil está. Mas a minha irmã tem algum problema?

- Não. Acho que ela está bem.

- Então tudo certo.

Vicente parecia triste e Rodolffo quis saber o motivo. Então parou o passo e perguntou:

- Está acontecendo alguma coisa que eu não sei Vicente?

- Que eu saiba não.

- E que cara é essa?

Vicente engoliu no seco.

- Acho que a Isabela se arrepende de estar comigo.

- Que conversa é essa?

- Ela está estranha comigo. E eu já flagrei ela chorando, mas não me conta o motivo. Ela se fechou para mim e não se abre.

- Eu acho que é preocupação com a mãe. Não deve ser nada com você.

- Ela não quer meus carinhos. Parece que meu toque arranha.

- Calma. Tem paciência. Eu vou ficar com a Juliette e vou dizer a ela que venha ficar contigo.

- Não imponha isso a ela.

- Está bem.

Rodolffo entrou no quarto e Vicente ficou do lado de fora. Logo se afastou e sentou-se num banco. Esperou que Isabela saísse, mas ela ainda demorou alguns longos minutos.

...

- Como se sente meu amor? - Rodolffo dizia enquanto fazia massagens nas costas de Juliette.

- Pronta para conhecer a nossa filha. Mas com dores... Ai amor... - ela disse sorridente.

As contrações iam e vinham, mas o trabalho de parto estava evoluindo bem.

- Amor, a Isabela não gosta mais do Vicente? - Rodolffo perguntou assim que a irmã saiu do quarto.

- Claro que gosta. De onde você tirou essa dúvida?

- Ele está preocupado...

- Não é nada disso meu amor. Mas daqui uns meses, além de pai você será titio.

- Sério? Mas o Vicente ainda não sabe disso.

- Não sabe e eu não entendo o por quê Isabela está escondendo dele.

- Isso não é certo. O primeiro a saber depois dela deveria ser ele e não nós.

Juliette não queria se preocupar com aquilo, mas realmente Rodolffo tinha razão.

...

Na propriedade de Antônio.

- Será que a bebê já nasceu Antônio? - Madalena perguntou e ele olhava para o longe deitado numa rede. - Estou falando com você homem de Deus.

- Oi...

- Será que a bebê já nasceu?

- Vão avisar quando nascer.

- Você está tão sério... Parece que não está nem ansioso. Eu não vejo a hora de ver a minha netinha linda.

- Daqui a um ano ou um pouco mais teremos crianças brincando nesse quintal. Isso será muito bom.

- Crianças? Mas Juliette só espera uma criança.

- Isabela está grávida Madalena.

Ela olhou surpresa para Antônio.

- Ela não me disse nada...

- Não disse nem ao Vicente. Eu ouvi ela dizer a Juliette. Só que mais uma vez ela está com medo da rejeição e estou com o coração apertado por isso.

- Isso é culpa minha... Eu sei que fui ruim com a Isabela.

- Não é só da nossa rejeição que ela tem medo. É do Vicente. Eu pedi a Deus em oração que tire essas coisas do coração dela.

- O Vicente não vai abandoná-la. Eu tenho certeza que não.

- É essa certeza que falta a ela.

...

Numa lanchonete próxima ao hospital estavam Vicente e Isabela.

- A Juliette já está sentindo bastante dor. E a dilatação já está em 5 centímetros. É um momento bem complexo e ao mesmo tempo é lindo. Logo a minha sobrinha vai nascer. - ela dizia isso com lágrimas nos olhos.

Vicente segurou as mãos de Isabela e lhe disse com atenção.

- Bela... Eu sei que talvez esse não seja o momento certo de te falar isso, mas mesmo assim vou falar.

Ela ficou aguardando a continuação, mas antes de falar, ele tirou do bolso uma caixinha vermelha.

- Não quero perder você. E eu espero que você esteja disposta a me aturar por toda a vida. Isabela eu te amo muito, quer casar comigo?

Vicente falava muito de oficializar a união, mas nunca tinha feito o pedido de forma oficial. Isabela estava surpresa e ele ansioso pela resposta.

...



Na mira da paixão: impossível escapar Onde histórias criam vida. Descubra agora