XLVIII

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Isabela segurou as mãos de Vicente e com a voz levemente trêmula começou a lhe falar:

- Quando eu te conheci ainda era uma criança e na minha mente assim como na sua nada se passou. Mas os anos correram depressa e a gente viveu um monte de coisa até se reencontrar. Eu nunca me abri para um relacionamento, tudo porque sempre me achei o patinho feio. Meu complexo de inferioridade nunca me permitiu viver uma paixão, mas eu sempre quis alguém que me olhasse da forma que você olhou. Pode parecer carência da minha parte, mas eu sei que nenhum homem olhou para mim da forma que você olhou.

Vicente ouvia atento e algo no seu íntimo tinha medo.

- Mas eu senti muita raiva de você. Ao mesmo tempo que te achei atraente e brincalhão, tive vontade de te bater. Pensei no por que eu nunca conseguia  encontrar alguém legal. Desde daquela nossa conversa, eu não deixei de pensar em você, mas sabia que era algo impossível, até aquele telefonema. Eu juro que lutei contra o quê meu coração sentiu ao ouvir sua voz. Mas o meu pai sabia que eu estava apaixonada antes mesmo que me convencesse disso.

Vicente fez um carinho no rosto de Isabela.

- Eu me entreguei para você por que era meu desejo viver aquilo com alguém que tivesse sentimentos por mim e eu sabia que você tinha. Mas depois me senti culpada e temi que você me deixasse na primeira viagem ao Rio de Janeiro.

- Eu disse que voltava e você sempre me viu voltar e me verá enquanto não quiser ir morar comigo.

- Vicente hoje eu já não gosto de você como eu gostava antes. O meu coração já não segue o mesmo ritmo de antes quando estamos juntos.

Ele a olhou confuso e mordeu o lábio. Era uma forma de tentar não chorar.

- Há agora em mim dois corações e os dois te amam muito mais que antes. Eu sei que o nosso bebê terá o melhor pai do mundo.

Vicente chorou e segurou o rosto de Isabela com as mãos. Ela mudou de lugar e foi abracá-lo.

- Sim amor. Eu aceito me casar contigo. Eu te amo Vicente.

- Ôh meu Deus. Que dia mais feliz na minha vida. Isabela, você é tudo que eu tenho de mais precioso e o nosso filho é a maior benção que já recebi.

- Desculpa por não ter dito logo. Eu estava com uma insegurança boba.

- Eu só vou onde você e esse bebê for. Qualquer lugar no mundo para mim não tem valor se vocês não estiverem comigo.

Trocaram as alianças e depois retornaram ao hospital.

...

No hospital.

Juliette tinha contrações bem ritmadas e já estava sendo levada para a sala de parto.

Rodolffo parecia bem pleno, mas ao ver Juliette padecer a plenitude estava o deixando.

- Bianca será filha única. - ele disse sério para Juliette.

- Não é o momento da gente falar disso Rodolffo.

- Não quero que sofra isso de novo.

- Não estou sofrendo por nada. Eu vou trazer a nossa filha ao mundo. Daqui a pouco tudo passa e ela vai está no nosso colo. Aiiiiiiiiii.

Rodolffo chorou enquanto Juliette fazia forças, mas permaneceu segurando sua mão. Não demorou muito para Bianca nascer e encher a sala com seu choro. Foi com a boca aberta e ainda com o cordão umbilical que Juliette a colocou no colo.

- Ôh filha... É a mamãe... E o papai... - Juliette procurou Rodolffo e ele não estava mais ao seu lado.

Enquanto Bianca se acalmava, Juliette chorava e sorria ao mesmo tempo, isso acontecia por que ela via Rodolffo ser acudido pela equipe médica.

- O papai desmaiou filha. Mas foi de emoção. Ele te ama muito.

E assim ficaram juntinhas e a pequena recebia os primeiros carinhos da mamãe, enquanto o papai se recuperava.

...

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