XLII

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Vicente pegou uma estrada bem difícil. Pouca visibilidade devido a chuva, mas conseguiu chegar já próximo às 20 horas na propriedade de Antônio.

Inclusive a primeira pessoa que viu foi ele:

- Boa noite Vicente. - ele disse se levantando da cadeira.

- Boa noite seu Antônio. Como está o senhor?

- Estou indo. E você?

- A Isabela me falou de alguns problemas. Estou um pouco preocupado.

- Não fique. Vamos entrar.

Vicente entrou e a casa estava muito silenciosa.

- A Madalena está com a Isabela. Foi necessário dá um calmante a minha esposa. Ela está dormindo agora.

- E por que ela precisou tomar um calmante?

- Deu um surto de revolta e sinceramente não me agrada em nada conviver com ela dessa forma.

- Mas há um motivo para esse surto?

- Sim. - mas não deu detalhes. - Eu estava te esperando para jantar. A Isabela fez a janta e nem comeu, coitada. Ela está cuidando da mãe. Ainda bem que temos a Bela conosco. Se um dia ela for embora sentiremos muita falta dela.

Vicente só ouviu a fala de Antônio e deu um meio sorriso.

O cardápio do jantar era sopa e por sinal estava deliciosa.

- E o meu filho? Me conta como ele está de verdade?

- Está bem dentro do possível e a Juliette também está.

- Eu falei com eles no início da noite e disse da sua vinda. Rodolffo não sabia que você vinha hoje.

- Vim de última hora e não falei mais com ele seu Antônio. Na verdade a Isabela me chamou para vir mais cedo por que o senhor está querendo se separar da dona Madalena. É isso mesmo?

- Não é assim. Mas hoje eu fiz uma coisa importante. Madalena tinha ido atrás de uma moça que namorou Rodolffo no passado. Então eu fui atrás da cretina e disse a ela toda a verdade, mandei ela sumir e nunca mais voltar. Isso gerou um atrito terrível aqui em casa. E eu dei um ultimato: ou ela aceita Rodolffo e a família dele ou fica sozinha.

- Eu tenho culpa nisso. Fiz muito mal em ter vindo aqui naquele dia. Mas eu  tive medo pelo meu amigo.

- A culpa é só dela. Ninguém é culpado. E eu estou cansado disso. Ah Vicente no dia que se casar saberá que a convivência desgasta muito um relacionamento.

- Será que um dia eu vou ser escolhido? Eu não sei.

- Mas você quer ser escolhido?

- Quero e não vou negar que quero ser escolhido pela sua filha. Desde o dia que a revi, eu penso nela constantemente.

Seu Antônio sorriu.

- Eu sei que nós temos diferenças, mas elas podem deixar de existir se ela gostar de mim.

- Vicente... Eu sempre conversei muito com os meus filhos. Os acompanhei de perto e conheço cada um deles. Isabela é retraída e tem muitas questões. Ela se sente acolhida, mas também acha que as vezes atrapalha.

- Como assim?

- Ela não se acha suficiente. Sempre enaltece os outros e se diminui. Isso não é bom, mas ela faz. É uma questão ligada a sua origem e o fato dela ter sido desprezada por sua família original.

- Mas eu acho que juntos podemos nos encontrar. Se ela me der a oportunidade.

- Eu aprovo. Mas não aceito que brinque com ela.

- Lhe dou a minha palavra de honra e de amigo que quero a Isabela como esposa. Claro que antes vem o namoro, mas eu já me vejo casado e com um filho no colo.

Seu Antônio gargalhou.

- Diga com quem andas, que eu direi quem tu és. Está bem igual ao Rodolffo.

Eles sorriram, mas depois do jantar logo deitaram. Vicente ficou no quarto de Rodolffo e demorou muito a dormir.

Lá para as 23:40 horas, Vicente viu a porta do quarto ser aberta.

- Oi Vicente. - Isabela disse na sua frente.

...

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