25 - Oyabun

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Olho para o meu braço envolto em um curativo limpo e bem-feito. Não sinto dor, o que me leva a crer que estou medicado. Tento me lembrar de como cheguei aqui, mas minha mente está nebulosa. 

Olho em volta, e desconheço completamente o lugar onde estou. 

Levanto-me devagar, percebendo que visto uma calça de moletom cinza, confortável e um pouco larga. Vou até a janela e vejo um enorme pátio gramado, cercado por muros altos. O ambiente é silencioso, quase tranquilizador, mas essa tranquilidade só aumenta minha inquietação.

Procuro alguma camiseta para vestir, mas o quarto está praticamente vazio, sem sinais de minha roupa ou de qualquer outra pista que me diga onde estou. 

Respiro profundamente, e caminho até a porta. Tento girar a maçaneta e, para minha sorte, não está trancada.

Saio para um corredor pouco iluminado, as paredes são de um tom bege e há uma leve penumbra. Continuo andando, meus passos ecoando suavemente no chão de madeira. Meu coração bate mais rápido a cada passo, sem saber o que esperar.

Chego a uma sala de estar, onde uma reunião parece estar em andamento. Paro imediatamente, tentando não chamar atenção para minha presença. 

Vejo Alysson, conversando com uma mulher de cabelos curtos e pretos, que está de pé a uma pequena distância. 

— Já disse, Ari, e não vou repetir: não mate Lívia — fala Alysson com um olhar duro e sério, a autoridade irradiando de sua postura. Exalando a presença de uma verdadeira líder, sua voz firme e intransigente. — Quero torturar aquela vadia — acrescenta, inclinando-se para frente, a intensidade de suas palavras refletida no brilho feroz de seus olhos. — Autorizo você a fazê-la sofrer, mas não a deixe morrer. Quero entender por que a insistência com Allan agora, quando poderia ter feito isso anos atrás. Certo?

A jovem de cabelos curtos, tem um olhar feroz, quase predatório. Faz uma reverência respeitosa, curvando-se ligeiramente antes de responder.

— Considere feito, Oyabun — responde, sua voz firme e cheia de determinação. 

O título de "Oyabun" é pronunciado com uma reverência que revela a profunda lealdade e respeito.

Os olhos de Alysson permanecem fixos em Ari por mais alguns segundos. Então, com um aceno breve, dá por encerrada a conversa.  

Ari se afasta calmamente, se vira e começa a sair da sala, sua expressão implacável não deixando dúvidas sobre sua determinação em seguir as ordens que recebeu. Eu respiro profundamente, meus pulmões se enchendo de ar enquanto tento processar o que acabei de ouvir e espero até que a jovem saia completamente antes de decidir o que fazer a seguir.

— Não lembro de você esperar um convite quando entrava no meu quarto, Allan... — murmurou Alysson, enquanto se dirigia à porta e trancava-a com a chave. — E se está tentando se esconder, saiba que eu sentiria sua presença a quilômetros de distância.

Pelo visto, não esqueceu do que tivemos e, pela primeira vez em tanto tempo, está disposta a conversar sobre isso.

Saio do corredor, caminhando até ela, e posso garantir que Alysson continua a mesma, só que ainda mais linda. Seus cabelos loiros lisos, combinando perfeitamente com seus lindos olhos verdes, que me fitam com intensidade. Seu nariz impecável e empinado dá um ar de sofisticação ao seu rosto, enquanto seus lábios, de tamanho ideal, parecem esculpidos.

Sobre o corpo... ela é perfeita. Seios bem empinados, pernas torneadas, cintura delicada e quadris malhados. E por coincidência, hoje, está maravilhosa em um macacão preto colado ao corpo, que valoriza cada mínimo detalhe dela. 

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