43- Algumas doses de vodka

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O frio ao redor não é nada comparado ao calor insano do corpo da Giulia colado em mim. Nem chega a me incomodar. Porque, porra, tudo o que importa agora é a sensação dela. A pele quente, o corpo dela pulsando, encaixado perfeitamente no meu. Eu me enterro fundo, tão fundo que parece que vou me perder dentro dela, os dedos cravando nas coxas enquanto a puxo mais e mais. A carne macia cede, a pele quente contra a minha mão, e cada maldito segundo me faz querer mais.

Cada movimento, cada respiração dela é um convite pra perder o controle, e eu tô muito perto de aceitar. Aquela buceta molhada, apertada, me engolindo como se fosse o único lugar no mundo que importa, e, na real, é mesmo.

Foda-se o resto. Foda-se o mundo. Isso aqui é tudo o que eu preciso.

Se algum filho da puta viesse me dizer que existe algo melhor do que isso, eu daria risada na cara dele antes de mandá-lo pro inferno. Nada supera essa porra. Nada se compara à sensação de ter ela assim, me consumindo, entregando tudo sem reservas. O jeito que se molda ao meu corpo, como se fosse feita só pra mim... Inferno, isso me faz querer quebrar cada limite, ir mais fundo, até que a gente não saiba onde um termina e o outro começa.

Giulia Browning é minha. E, merda, nesse momento, nada mais importa.

Não penso. Apenas ajo. A penetro com força, ouvindo o som das costas dela batendo contra o capô do carro, seus gemidos se misturando ao estrondo da chapa metálica. Mas, claro, o desgraçado de terno aparece de novo no canto do meu campo de visão. O maldito empata-foda vem caminhando na nossa direção com aqueles passos firmes, achando que tem alguma coisa pra resolver aqui.

Merda.

Com um gesto rápido, me afasto da Giulia, meu peito ainda subindo e descendo, a respiração pesada ecoando entre nós. O desejo queimando nos olhos dela, me provocando. Puxo o casaco e jogo sobre seus ombros, tentando cobrir o corpo que, porra, parece gritar por mais. Meu pau ainda lateja quando o enfio de volta na cueca, mas, no desespero de fechar o zíper, quase prendo ali.

Caralho! Quase me machuco nessa merda.

Me ajeito rápido, o corpo em alerta, enquanto desce do capô, ainda com aquele jeito de quem claramente não teve o suficiente. Seus dedos ajustam o vestido de forma distraída, mas o olhar... O olhar dela me diz tudo.

Pura frustração.

Fodida de frustração, mas com aquela malícia nos lábios. Como se a interrupção tivesse só deixado tudo mais insuportável. Mais tentador.

E eu sei que ela quer mais. Que está está longe de acabar.

O homem se aproxima, seus passos ecoando no asfalto como marteladas na minha cabeça. Está chegando perto demais, até finalmente parar ao nosso lado, a postura rígida, mas tentando manter aquele ar profissional.

— Perdão, senhor Moretti, senhora — Se curva levemente, a voz carregada de nervosismo, mesmo tentando disfarçar com respeito. — Precisei me ausentar por um momento. Não esperava que voltassem tão cedo.

Meu maxilar trava e sinto meus dentes rangendo enquanto tento me acalmar. Minhas bolas estão latejando, aquela dor incômoda de quem foi arrancado do meio da melhor parte. Meu pau ainda pulsa, cada músculo do meu corpo gritando pela finalização que não veio. E esse desgraçado... Chegou na pior hora possível.

Giulia cruza os braços, e o olhar dela é uma lâmina afiada, cortante, mirando diretamente no motorista. Ela tá puta.

— Sem problema — Digo, controlando a voz como se fosse uma façanha digna de nota, mas a vontade de perder a cabeça tá ali, latejando junto com o resto do meu corpo. — Abra o carro.

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