45 - A maldição de um Moretti

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Ajeito a toalha ao redor da cintura, o tecido úmido gruda na pele enquanto o cheiro de sabonete ainda está no ar do quarto

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Ajeito a toalha ao redor da cintura, o tecido úmido gruda na pele enquanto o cheiro de sabonete ainda está no ar do quarto. Meu cabelo ainda pingava, a água escorrendo pelas têmporas e descendo pelo pescoço, mas nada disso importava quando ela entrou.

O som das botas sendo jogadas no chão, o movimento preciso e desleixado ao mesmo tempo. O tipo de coisa que me fazia parar e observar, como se cada gesto fosse planejado pra me testar. E Giulia sabia. Sabia que eu estava olhando. Quando a mão dela tocou o zíper do vestido e ele começou a descer, devagar, expondo a pele centímetro por centímetro... merda, meu corpo inteiro travou.

Olhou pra mim por cima do ombro, aquele olhar que me prendia desde a primeira vez que eu a vi. A porra da garganta secou, os músculos ficaram tensos. E eu nem disfarcei. Meus olhos seguiram cada detalhe. O vestido branco, caindo com uma lentidão absurda até os ombros dela ficarem expostos. E depois, tudo.

A luz suave iluminava cada curva. O brilho da pele dela quase me fazia esquecer de respirar.

— A Alyce já tá dormindo? — Minha voz saiu mais rouca do que eu pretendia, tentando segurar o controle da situação, mas quem eu estava enganando?

Lindamente sorriu. Um sorriso doce, mas ainda assim devastador.

— Sim, apagou assim que deitou. Estava exausta.

Lentamente mexeu no cabelo, jogando-o para o lado com a mesma naturalidade com que me desarma todos os dias. Seu pescoço ficou exposto, e eu senti o impulso imediato de marcá-lo com os dentes.

Se ajoelhou lentamente, pegou o vestido com delicadeza e o colocou sobre a poltrona, de costas para mim, ficando ali, só de lingerie. Uma peça delicada de renda branca que, honestamente, não cobria porra nenhuma. Só realçava o que já era impossível ignorar.

Senti calor subir no meu corpo de imediato. Cada centímetro daquela mulher era de tirar o fôlego. A renda delineava suas curvas como se tivesse sido feita sob medida para me fazer perder o controle.

Me aproximei, devagar. Meu toque encontrou o rosto dela, os dedos percorreram sua pele com suavidade que eu não costumava ter. Sua pele é quente, macia, e o cheiro... inferno, Giulia cheirava a lar. Meus olhos encontraram os seus e, por um momento, apenas fiquei ali, preso naquele olhar que um dia me encheu de medo, mas que agora... agora, só tinha amor. 

Puro, foda, e inegociável amor.

— Tá chateada que nossa lua de mel foi adiada? — Murmurei, deixando meu polegar roçar os lábios dela, querendo sentir cada mínima reação.

Ela ri, uma risada leve, mas cheia de malícia. Quando seus dentes cravam no meu dedo, sinto um arder suave que me percorre, acordando algo primal. A sensação me acende por dentro, como se o próprio toque dela me fizesse querer tomá-la ali, agora.

— Não me importa, Allan. Estamos em uma eterna lua de mel, lembra?

Sua sobrancelha subiu num gesto provocador, aquele brilho maldito de quem sabia exatamente o que estava fazendo comigo.

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