18 - Eu perdi minha Brownie para sempre

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Tomando um gole do café recém-preparado, sinto o calor do liquido amargo se espalhar pela minha garganta enquanto observo meus anfitriões envolvidos em uma conversa animada.

Com um suspiro, coloco a xícara de volta na bancada de mármore escuro. A superfície fria contrapõe-se ao calor da bebida, oferecendo uma sensação refrescante aos meus dedos.

Em seguida, meus olhos se voltam para minha prima que se aproxima, um sorriso doce brincando em seus lábios rosados.

— Me avisaram que sua garota já chegou na empresa — comenta em um tom suave, seus olhos castanhos curiosos buscando os meus. — Vocês estão bem?

Meu próprio sorriso surge automaticamente em resposta ao seu.

— Tivemos um desentendimento, mas prometi dar um espaço para ela.

Com um gesto suave, viro-me para contemplar a vista do jardim através da janela da cozinha, encostando as costas no mármore. O verde exuberante das plantas do lado de fora parece oferecer um refúgio: Grandes árvores como as majestosas palmeiras imperiais e várias folhagens, como as imponentes costelas-de-adão.

Não posso deixar de notar o bom gosto dos meus primos.

— Quer que eu converse com Giulia?

Meus olhos encontram suas íris castanhas que hoje parecem mais claras, e um sorriso sincero se forma em meus lábios.

— Apenas trate-a bem... Giulia ainda tem suas reservas em relação a você, sabe? Afinal, você a sequestrou algum tempo atrás.

As pupilas de Isabelly se alargam ligeiramente, acompanhadas pelo leve rubor que colore suas bochechas, como se tivesse sido pega de surpresa.

— Eu pensei que tivéssemos superado isso.

— Giulia sabe guardar mágoas antigas, vai por mim. Aquela mulher não é fácil — comento, um sorriso discreto começando a se formar nos lábios dela, enquanto balança a cabeça em choque.

— A doutorinha sabe ser irritantemente racional.

Com um gesto carinhoso, Isabelly se aproxima, e gentilmente toca meu rosto, seus dedos suaves em minha pele.

— Farei o possível para fazer as pazes com minha futura madrinha — diz com leveza, seus lábios curvam-se em um sorriso terno.

Em seguida, a ruiva se afasta, lançando-me um olhar seguido de um leve piscar de olhos, seus lábios ainda carregados com a doçura do sorriso que acabara de esboçar.

— Aproveite seu dia. Anthony está ansioso por isso.

Observo em silêncio enquanto a ruiva atravessa a porta, seu elegante macacão preto destacando sua figura esguia à medida que se move.

Desvio o olhar por um instante e percebo o sorriso radiante de Anthony iluminando seu rosto quando se aproxima, relaxando-se ao se recostar no balcão.

— O que vamos fazer hoje? — indaga, colocando as mãos nos bolsos com um gesto casual.

— Preciso comprar um anel — comento, minha voz soando mais séria do que pretendia, e o moreno arqueia as sobrancelhas, destacando-se em contraste com sua pele. Seus olhos escuros refletem a surpresa.

— Espera, eu entendi direito? Sem tiros, sem corridas, nem mesmo um passeio de barco... Você quer joias? — Incrédulo, solta uma risada, enquanto se aproxima ainda mais.

Encaro-o, sentindo-me um tanto envergonhado.

— Eu não dei um anel para Giulia — admito, baixando o olhar.

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