ausente.

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A BABÁ.

Marília: eu não vou desistir de cuidar das crianças ( falei seria) é um assunto importante sobre o Léo ( ele levantou rapidamente ficando próximo até demais de mim).

Henrique: o que aconteceu?

Marília: bom, eu levei as crianças na escola hoje ( percebi sua cara de impressionado mas ele logo se recompôs) falei com as professoras deles e com a Helena e o Miguel tá tudo bem porém com o Léo é diferente, a professora dele recomendou que levasse ele no psicólogo.

Henrique: Você acha que meu filho tem problemas mentais?

Marília: eu acho que ele tem um pai ausente, por isso tá com o emocional bastante afetado.

Henrique: é seu primeiro dia de trabalho e acha que pode deduzir as coisas? ( Falei irritado).

Marília: eu não quero me meter em nada da sua vida mas se vou cuidar das crianças quero me esforçar ao máximo pra ajudar eles com seus problemas e o principal deles é provavelmente a falta de um pai e de uma mãe ( tentei falar suavemente) eles já perderam a mãe senhor Tavares acho que não querem perder você também.

Henrique: já pode sair ( ela se virou mas eu segurei seu braço com cuidado) vou falar com um psicólogo da minha confiança e veremos um bom horário pra levar ele.

Marília: obrigado.

POV HENRIQUE.

Ela saiu do meu escritório deixando um perfume doce. Confesso que ver ela querendo ajudar meus filhos ainda no seu primeiro dia aqui deixou meu coração um pouco mole. Eu sei que tô em falta com as crianças e que não sou um bom pai mais é difícil lidar com três crianças sem uma mulher do meu lado já que eu fico sobrecarregado e sei que isso não é motivo pra ser um próximo pai e ouvi da boca dessa garota que meus filhos precisam do pai me atingiu em cheio. Prestando mais atenção nela percebi o quanto ela é bonita, não que eu não tenha notado sua beleza, mas agora prestando bem mais atenção percebi o quanto ela é interessante, mesmo assim ainda é muito jovem. Droga, por que eu tô pensando coisas desse tipo? Ela é a babá dos meus filhos e é dez anos mais jovem do que eu.

Sai do escritório pra almoçar e sabia que as crianças já tinham chegado pois era o horário deles, mas quando cheguei na sala pronto pra pedir que se arrumassem pro almoço os três já estavam arrumados sorrindo com Marília, ela realmente conseguiu conquistar eles em apenas algumas horas isso é incrível. Ao me notarem ali o Miguel como sempre veio até mim me dando um abraço e os outros pediram benção. Percebi o olhar de Marília sobre mim observando meu relacionamento com as crianças.

Henrique; vamos almoçar? ( Eles consentiram e foram para a sala de jantar) Você também almoça com a gente.

Ele me seguiu até a sala de jantar e o almoço já tava na mesa. Observei Marília montando o prato de cada um com cuidado e com um sorriso no rosto. Ela cortou a carne do Miguel em pedaços pequenos, o que fez Helena e Leo também quererem o mesmo e ela com toda paciência e um sorriso no rosto fez o mesmo com a carne deles. Ela sentou e o almoço começou, eu tava calado como sempre, só escutando as crianças animadas contando como foi na escola pra Marília que ria e conversava com eles. Me senti triste por ter me deixado tão distante dos meus filhos, eles são a coisa mais importante da minha vida.

Passei o dia inteiro dando uns intervalos no trabalho pra observar Marília com as crianças e pude ver ela na piscina com Miguel e Helena e também ajudando as crianças com o dever de casa. Ela também brincou com eles e sei que A Partir de agora as crianças não vão desgrudar dela e nem eu vou querer que ela vai embora pois nunca vi uma babá tão dedicada aos meus filhos no primeiro dia. A noite depois do jantar finalmente subi e passei no quarto do Léo primeiro dando um beijo em sua testa mesmo ele já estando dormindo, Helena também já dormia tranquilamente. Fui por último no quarto de Miguel, mas parei na porta ouvindo a voz de Marília e também a dele em uma conversa.

Miguel: eu tenho medo, tia Lila.

Marília: se você conseguir dormir sozinho eu te dou o que você quiser como recompensa.

Miguel: qualquer coisa?

Marília: sim qualquer coisa, se não conseguir tudo bem,eu quarto é do lado do quarto de seu pai pode ir até lá a hora que quiser.

Miguel: eu vou ser corajoso tia Lila.

Marília: do que você tem medo anjinho?

Miguel: tenho medo do escuro e acho que o papai não me deixaria dormir de luz acesa já que sempre que acordo no meio da noite tá tudo escuro.

Marília: vou deixar a luz acesa não se preocupe tá bom?

Miguel: tá bom.

Marília: boa noite anjinho.

Miguel: boa noite tia Lila.

Ela saiu do quarto dando de cara comigo que ainda tava no corredor ouvindo a conversa deles. Ela abriu um sorriso pra mim e lembrei que hoje mais cedo ela colocou uma carinha de brava muito fofa no rosto quando falamos sobre o Léo. Expulsei isso da minha cabeça voltando a realidade e me dando conta de que ainda tava cara a cara com Marília que finalmente quebrou o silêncio.

Marília: pode deixar a luz do quarto dele acesa por favor?

Henrique: se eu soubesse que ele tinha medo do escuro nunca teria apagado.

Marília: acho que precisa conviver mais com seus filhos.

Henrique: eu sei disso ( respirei fundo) boa noite.

Marília: boa noite.

Me afastei dela indo até meu quarto finalmente conseguindo respirar tranquilamente já que aquela garota pareceu levar todo o meu oxigênio e por algum motivo ela me incomoda com essa personalidade que me confundi pois não sei se ela é tão frágil como parece e isso me deixa intrigado e com muita vontade de descobrir. Tomei um banho pra tentar relaxar e deitei na cama demorando pra pegar no sono.

 Tomei um banho pra tentar relaxar e deitei na cama demorando pra pegar no sono

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