Tinha conseguido falar com Elisa super tarde naquela noite, depois de jantar na casa de Victor e então ir pro alojamento. Contei a ela o que aconteceu e ela me contou sobre sua conversa com Luc. Foi uma ligação esquisita, porque nós dois parecíamos desanimados, além de estarmos longe um do outro.
O dia seguinte foi ainda pior que o anterior, porque eu já tinha absorvido tudo que tinha acontecido e estava me preparando para o que Victor iria descobrir. Eu sabia que era inocente. A questão era o que iria acontecer quando eu conseguisse provar isso. Eu tinha a sensação que não meu momento favorito da vida.
Tinha ido pro escritório logo de manhã, como Luc havia pedido. Minha sala estava fechada e eu tinha ocupado uma mesinha ao lado da mesa de Julian, além de quase todo mundo me olhar como se eu tivesse matado alguém. Mesmo com Julian tentando deixar o clima o mais leve possível, era difícil não me sentir mal com toda aquela situação. Mas pelo menos eu tinha consigo ir embora do escritório sem nenhum incidente e sem encontrar Reynolds no caminho.
Tinha acabado de rebater uma bola e disparar pelo campo quando vi Elisa nas arquibancadas, junto com minhas irmãs e Adam. Ela tinha me avisado que chegaria atrasada pro jogo por causa de uma prova. Mas lá estava ela, usando uma camiseta do meu time, assim como um boné. Um sorriso enorme no rosto quando gritou no meio da torcida, me instigando a correr e a vencer aquela jogada.
Abri um sorriso e usei todo meu fôlego pra chegar a última base, caindo no chão assim que a alcancei e a torcida explodiu em comemoração. O juiz apitou, enquanto eu ainda tentava regular minha respiração. Fiquei de pé, ignorando os toques de aprovação dos meus colegas no meu ombro, enquanto abria um sorriso pra minha namorada, que estava ali torcendo pra mim.
Voltei para o meu lugar, pegando o taco de beisebol que eu tinha jogado no chão quando acertei a bola e comecei a correr. Ainda estava sentindo um peso nos meus ombros, mas estava bem melhor agora que ela estava ali, porque tinha a sensação que tudo sempre ficaria bem quando ela estava por perto. Acho que nem preciso falar disso com meus irmãos, pra saber que estou apaixonado.
Quando o jogo acabou, eu estava suado e todo sujo de terra, mas Elisa estava na saída do campo esperando para me dar um abraço apertado. Afundei meu rosto nos cabelos dela, puxando o ar com força até seu perfume estar grudado em mim. Aquilo foi o suficiente pra me fazer esquecer todo aquele dia ruim.
[...]
Passei o polegar pela bochecha de Elisa, vendo-a fechar os olhos e engolir muito lentamente. Estávamos deitados na minha cama. Tínhamos conversado no caminho até ali, até chegarmos e o silêncio cair entre nós dois. Acho que estávamos mais interessados em apreciar a presença um do outro do que conversar de fato.
—Você podia ter me dito que estava na casa do Victor. Eu teria ido até lá. —Afirmou, abrindo os olhos para encarar os meus. Apertei meus lábios, antes de deslizar o polegar até os cabelos de Elisa, os colocando atrás da sua orelha.
—Desculpa, eu estava um pouco perdido ontem. E quando Julian disse que podia ajudar, fiquei super ansioso com medo de não dar certo. —Abri um sorriso torto, vendo a expressão preocupada no rosto de Elisa. —Mas vai dar certo. Victor parece ser super inteligente.
—Ele realmente é. —Elisa abriu um sorriso, antes de negar com a cabeça. —Mas ele se mete em problemas na mesma quantidade que os resolve.
—Acho que isso não me surpreende. —Falei, soltando uma risada antes de ficar sério. Fechei meus olhos quando foi a vez de Elisa deslizar a mão pela minha bochecha, até tocar no meu óculos. Havia algo de carinhoso naquele toque, ao mesmo tempo que hesitante.
—Não quero que meu pai mande você embora. Isso não é justo. Você nem fez nada.
—Eu sei, princesa. Mas literalmente todas as provas apontam pra mim, até que eu consiga provar o contrário. —Afirmei, abrindo os olhos para encara-la, vendo a frustração de Elisa quando comprimiu os lábios com força. —E vamos ser sinceros, não dei qualquer motivo pra ele acreditar em mim.
—Eu também menti, Caleb. E eu sou filha dele. —Elisa riu quando tombei a cabeça de lado, lançado a ela um olhar que deixava claro o que eu estava pensando naquele momento. —Você não está sendo justo com você mesmo.
—Estou sendo muito justo com a situação no geral. —Afirmei, e Elisa se afastou quando me sentei na cama, ajeitando o óculos com o dedo indicador. —Não quero que você fique chateada com seu pai pela forma que ele está levando a situação. Pra ser sincero, acho que ele está sendo até legal em me deixar continuar no escritório enquanto resolve o problema.
—Você está esperando que Victor consiga alguma coisa até sexta, antes do meu pai voltar. —Elisa se sentou do meu lado, me observando com curiosidade. —Mas e se ele não conseguir e meu pai tirar você do estágio?
—Eu não sei. —Encarei aqueles olhos verdes, esperando que alguma resposta mágica surgisse na minha cabeça.
Quando isso não aconteceu, me inclinei para perto de Elisa, envolvendo as bochechas dela com as mãos. Nossos narizes roçaram um no outro, mas não a beijei, mesmo que fosse a coisa que eu mais desejasse fazer no momento. Mas tinha uma coisa importante martelando na minha cabeça, que eu não podia simplesmente ignorar.
—Posso te pedir uma coisa? —Indaguei, e Elisa não hesitou em confirmar com a cabeça, o que quase me fez sorrir. Quase, se não fosse pelo que eu ia falar. —Não quero mandar em você, nem nada do tipo. Mas quero te pedir pra ficar longe do Reynolds. Sei que ele é super amigo do seu pai. Mas por favor, Elisa, não fica perto dele. Não fique sozinha com ele.
—Por que está me pedindo isso? —Elisa sussurrou, parecendo estranhar a forma que eu tinha falado. Quase como se estivesse implorando. Mas eu realmente estava, porque alguma coisa dentro de mim estava gritando que algo estava errado, como se uma luz tivesse se acendido na minha cabeça depois de ver a forma como Reynolds agiu ontem.
—Não confio nem um pouco nele. —Afirmei, acariciando as bochechas dela, enquanto aqueles olhos verdes procuravam por respostas nos meus. Mas não havia nada ali, além do meu coração martelando no meu peito. —E não confio nem um pouco nele perto de você.
Elisa engoliu em seco, soltando uma respiração trêmula, antes de confirmar com a cabeça. Tive certeza de que ela ia realmente cumprir aquilo pela forma que estava me encarando. Acabei com o restante do espaço entre nós dois, a puxando para um beijo que eu esperava que deixasse claro que ia ficar tudo bem.
Continua...
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Todos os lances da conquista / Vol. 1
RomanceCaleb Carson é o rebatedor do time de beisebol da universidade e a promessa do esporte para a próxima temporada. Mas mesmo que o beisebol seja sua paixão e todos lhe digam para segui-lo, seu maior sonho é voltar para Aspen e trabalhar no escritório...