Epílogo.

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Não deveríamos estar fazendo isso. Essa é a maior certeza de todas, porque eu sabia que daria uma merda gigantesca se fôssemos pegos. Mas preciso deixar claro que isso vai me deixar muito mais feliz, depois dos comentários tortos que o treinador lançou na minha direção, quando percebeu que eu realmente não pretendia continuar no esporte. Mas eu nunca tinha dado qualquer indício de que iria mudar de ideia, então não sei porque ele ficou tão surpreso e tão... furioso.

—Você está demorando demais com isso. —Adam resmungou, enquanto eu e Elisa cuidávamos do corredor, vendo se não estava vindo ninguém. —Quer que eu tente?

—Você nunca fez isso. Por que acha que iria conseguir em vez de mim? —Hannah afirmou, lançando um olhar atravessado na direção de Adam, enquanto tentava abrir a porta com um grampo que ela havia roubado dos cabelos de Hazel. A porta estralou, causando um eco pelo corredor, antes de Hannah a empurrar, abrindo um sorrisinho orgulhoso de si mesmo. —O que seria de vocês se eu não existisse?

—Vocês estão conversando demais. —Hazel sussurrou, antes de gesticular na direção de Elisa e eu. Corremos até a porta, entrando no escritório do treinador. Elisa acendeu a lanterna do celular, enquanto Hazel jogava o pacote de estalinhos para minhas mãos.

—Ele não vai saber que foi você? —Elisa indagou, parecendo um pouco hesitante sobre a ideia, enquanto me observava abrir o pacote e caminhar para trás da mesa. Era a primeira vez dela nos acompanhando fazer alguma besteira, porque ela se recusou veemente das outras vezes, me obrigando a usar meus encantos para fazê-la mudar de ideia sobre hoje.

—Ele pode desconfiar, mas ele não vai ter como provar nada, então... —Dei de ombros, soltando uma risada quando Elisa comprimiu os lábios e negou com a cabeça. Mas eu podia ver que ela também estava animada, mesmo com o medo de ser pega.

—Ah, que delicado, ele tem mania de sentar em uma almofada. —Hannah soltou uma risadinha sarcástica, erguendo a almofada enquanto eu colocava os estalinhos na cadeira, para ela escondê-los com a almofada, a depositando com cuidado para que nenhum deles estourasse antes da hora.

—Ei, embaixo do tapete. —Adam afirmou, apontando para o tapete na entrada da porta, que eu nem tinha me dado conta de que estava ali.

Adam ergueu o tapete, enquanto Hazel me ajudava a colocar os estalinhos no chão, antes do tapete ir em cima deles. Saímos da sala, tentando segurar as risadas ao imaginar qual seria a reação do treinador com tudo isso. Hannah fez um ótimo trabalho trancando o escritório de novo, como se nunca tivéssemos pisado lá dentro.

—Pra onde vamos agora? —Elisa indagou, apagando a lanterna do celular e entrelaçando os dedos aos meus enquanto nos cinco caminhávamos para fora do prédio. Troquei um olhar demorado com minhas irmãs e com Adam, antes de abrir um sorriso ao balançar o pacote de estalinhos que havia sobrado.

—Eu tenho uma ideia de onde podemos usar isso. —Afirmei, antes de parar de andar quando vi a sombra de alguém no final do corredor, junto com a luz de uma lanterna.

—Quem está aí? —A voz masculina exclamou, com a lanterna ficando cada vez mais próxima. —Estou ouvindo vocês. Não adianta se esconderem.

—É o segurança! —Hazel exclamou, antes de darmos a volta e dispararmos pelo corredor.

Segurei a mão de Elisa com força, deixando sem querer o pacote de estalinhos cair no chão, o que fez todos eles estourarem, com o som ecoando por todo corredor. O segurança gritou ao ouvir o barulho, enquanto eu me engasgava em uma risada quando corremos igual desesperados tentando encontrar uma saída.

Quando chegamos no final de um dos corredores, Adam se apressou em abrir uma das janelas, ajudando Hannah e Hazel a pular, enquanto eu ajudava Elisa. O segurança gritou de novo, enquanto eu e Adam nos atrapalhávamos tentando pular a janela ao mesmo tempo, o que fez nós dois batermos as pernas e cairmos pro lado de fora de qualquer jeito.

—Pelo amor de Deus vocês dois! —Hazel exclamou, puxando eu e Adam para nos levantarmos. O segurança alcançou a janela quando já estávamos bem longe, tentando não cair na camada grossa de neve que cobria o gramado, gritando tantos palavrões que alguns eu nem mesmo sabia que existiam.

Quando já estávamos longo o suficiente, caímos na risada, por tantos minutos que minha barriga ficou doendo e algumas lágrimas escorreram do canto dos meus olhos. Abracei Elisa de lado, enquanto nos cinco caminhamos no meio da rua vazia, apenas apreciando o clima agradável daquela noite.

Elisa me encarou com uma expressão cansada, mas com um sorriso quase feliz demais. Os cabelos cheios de flocos de neve, enquanto a ponta do nariz estava vermelha. Apertei meus lábios para não rir quando ela usou o dedo indicador para erguer meu óculos, antes de segurar na gola da minha jaqueta e me puxar para baixo, até grudar os lábios gelados nos meus.

Fim!

Todos os lances da conquista / Vol. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora