Elisa se deu bem com a minha mãe automaticamente. Bastou as duas se olharem pra uma gostar da outra. Não que eu esperasse outra coisa, porque minha mãe era incrível demais. Mas não estava esperando ter Elisa roubada de mim por ela. Como ela tinha o costume de fazer, trouxe o álbum de fotos e mostrou a Elisa.
Fiquei bem longe delas, porque algumas fotos me davam vergonha. Mas meu rosto queimava toda vez que eu escutava uma risadinha ou um "woon" todo derretido. Meu pai me lançou um olhar compreensivo, antes de rir e balançar a cabeça negativamente. As duas estavam sentadas no sofá juntas, enquanto eu estava bem escondido na cozinha, longe dos olhos das duas.
—Como o pai dela reagiu a vocês dois? —Meu pai indagou, me fazendo hesitar e engolir em seco, porque não estava esperando ouvir aquela pergunta dele e não era algo que eu tinha uma resposta. Ele me encarou quando não respondi, comprimindo os lábios em reprovação. —Não pode namorar a menina e não contar para os pais dela, Caleb.
—Eu vou contar. Na segunda, assim que eu o encontrar, eu vou contar. —Prometi, sentindo uma sensação esquisita no peito. Aquilo não era algo que eu estava desejando pensar nesse final de semana. —É que as coisas são... um pouco complicadas.
—Sempre são, não é? —Meu pai suspirou, tocando meu ombro de leve, antes de sair da cozinha. Tirei meu óculos e passei a mão no rosto, tentando não ficar frustado. Eu tinha que aproveitar aquele final de semana com Elisa e não me sentir mal por qualquer outra coisa.
—Caleb? —Coloquei o óculos e olhei pra minha mãe quando ela entrou na cozinha, abrindo um sorriso. —Elisa subiu para se ajeitar para dormir. Tudo bem?
—Tirando o fato de que você mostrou todas as minhas fotos vergonhas pra ela, sim. —Afirmei, fazendo minha mãe soltar uma risada e balançar a cabeça. —O que você achou dela?
—Ah, é adorável. Acho que é exatamente o que eu esperava pra você. —Falou, se escorando no balcão ao meu lado, enquanto eu abria um sorriso ao ouvir aquilo. —Fico tão feliz vendo meus filhos encontrando as pessoas certas. Não importa o que aconteça, a felicidade de vocês sempre vai ser a mais importante pra mim. E vejo como olha pra ela.
—Gosto dela. —Sussurrei, encarando o brilho carinhoso que estava nos olhos da minha mãe. Já sabia disso a algum tempo, mesmo que ainda não tenha dito a Elisa. Mas eu tinha a sensação que ela sabia. —Gosto muito, muito dela.
—Eu sei. Você não a traria aqui se não gostasse. —Minha mãe se inclinou e deixou um beijo demorado na minha testa, antes de se afastar e me lançar um sorriso tão feliz que meu coração até disparou. —É por isso que eu sei que é ela.
[...]
Elisa estava observando minhas fotos na parede quando entrei no quarto. Estava com os cabelos molhados, usando um pijama rosa cheio de unicórnios que eu pensei que era bem a cara dela. Elisa se virou pra me encarar, abrindo um sorriso quando viu que eu estava segurando um secador de cabelos. Tinha pedido para Hannah antes de vir pro quarto, porque sabia que ela iria precisar.
—Uma mãozinha? —Indaguei, o balançando, antes de me aproximar da cama onde ela estava sentada.
—Vou ficar tão mal acostumada assim. —Elisa se virou, empurrando os cabelos para trás dos ombros, deixando que eu os secasse.
—Como se você não estivesse acostumada em ter sempre alguém pra fazer as coisas pra você. —Afirmei, soltando uma risada quando Elisa tentou me dar um tapa, também rindo. Me inclinei e deixei um beijo no topo da cabeça dela, antes de ligar o secador e fazer minha parte. Elisa ficou quietinha, apenas aproveitando.
—Posso te pedir uma coisa? —Questionou, me olhando por cima do ombro, enquanto minha atenção estava nos cabelos dela. Mas balancei a cabeça que sim, vendo os lábios de Elisa tremerem em um sinal de ansiedade, antes de ela desviar os olhos. —Queria ir naquele campo de beisebol em que vi você jogar.
Hesitei por um momento, sabendo de que campo ela estava falando, antes de continuar a secar seus cabelos. O som do secador ligado abafava o caos que tinha se iniciado na minha cabeça, porque eu sabia porque ela queria ir até ela, mas nunca pensei que ela poderia pedir. Estávamos seguindo em frente, era óbvio. Mas tínhamos nos conhecido aquele dia.
Não a respondi até terminar o que estava fazendo. Quando desliguei o secador e me afastei, Elisa olhou pra mim com uma expressão confusa. Eu quase podia ver o imenso ponto de interrogação na sua testa. Aquilo era algo que eu gostava demais nela. Elisa podia ser boa em fingir que não me conhecia no início, mas ela não conseguia esconder as próprias emoções por muito tempo. Ou talvez, estar convivendo com ela, tenha me feito bom em lê-la.
—Eu levo você lá. —Prometi, assim que me juntei a ela na cama, depois de apagar as luzes do quarto. Elisa me lançou um sorriso felizinho e meio tímido, enquanto se ajeitava do meu lado.
Quando me deitei, ela se aninhou nos meus braços no automático, como se fosse o único lugar que ela desejasse estar no momento. Beijei sua testa, passando minha mão pelos cabelos agora secos. Havia alguma coisa muito concreta naquele momento. A certeza de que eu estava no lugar certo com a pessoa certa. Minha mãe tinha razão quando disse que era ela.
—Ouvi a sua conversa com seu pai. —Elisa sussurrou, procurando meus olhos no meio da escuridão do quarto. Vi a hesitação lá, misturada com nervosismo. —Meu pai não vai surtar por eu estar namorando com você. Ele não é assim.
—Eu sei. Mas ele certamente vai ficar pensativo sobre o fato de eu estar namorando a filha dele e não ter dado um piu sobre isso antes. —Retruquei, sentindo Elisa envolver minhas bochechas com as mãos. A pele quente causando um arrepio pelo meu corpo. —Estou pensando em uma coisa. Acho que vou contar pro seu irmão primeiro.
—Por quê? —Questionou, parecendo estranhar minha decisão.
—É menos provável que o Nicholas tente me matar. —Falei, com um tom de voz resignado. Elisa escondeu o rosto no meu peito quando começou a rir, me fazendo morder o lábio para não fazer o mesmo.
Continua...
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Todos os lances da conquista / Vol. 1
Roman d'amourCaleb Carson é o rebatedor do time de beisebol da universidade e a promessa do esporte para a próxima temporada. Mas mesmo que o beisebol seja sua paixão e todos lhe digam para segui-lo, seu maior sonho é voltar para Aspen e trabalhar no escritório...