Capítulo 57: Quando você vai voltar?

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Elisa

Parei a lambreta fora da garagem, porque estava com pressa. Não tinha conseguido falar com Caleb, porque quando liguei ele não atendeu e muito menos respondeu minhas mensagens. Tinha ligado para o escritório atrás dele, recebendo a péssima notícia de que ele tinha ido embora logo depois do almoço. Corri para dentro de casa, soltando o capacete em cima do sofá, enquanto chamava meu pai.

—Seu pai não está em casa ainda, Elisa. —Minha mãe apareceu na sala, parecendo estranhar o meu desespero, já que eu estava ofegante e tinha chegado em casa gritando. —O que foi?

—Ele ainda está no escritório? —Questionei, indo até o sofá pegar meu capacete, porque ia correr pra lá.

—Sim, está. O que está acontecendo? —Minha mãe me segurou antes que eu chegasse a porta, pegando o capacete da minha mão, com uma expressão cautelosa. —Querida, você não vai dirigir aquela lambreta desse jeito. Seu pai não vai demorar a chegar.

—Mas eu preciso falar com ele agora, mãe. É super importante. —Afirmei, tentando puxar o capacete das mãos dela, mas ela estava o segurando super firme, além de ter erguido as sobrancelhas e apertado os lábios.

—Deixa eu adivinhar, ele descobriu sobre você e o Caleb? —Questionou, me fazendo soltar o capacete e cambalear para trás, abrindo e fechando a boca algumas vezes, porque fiquei sem saber o que falar. —Eu estava mesmo me perguntando quando seu namorado ia conversar com seu pai sobre isso.

—Você já sabia? —Indaguei, sentindo minhas bochechas esquentarem quando minha mãe assentiu, abrindo um sorriso suave. —Desde quando?

—Desde sempre? —Ela deu de ombros, no meio daquela pergunta retorica, como se não tivesse certeza de quando aquilo entre eu e Caleb começou, mas que ela sempre soube. —Meu amor, você é péssima tentando disfarçar. Estou surpresa que seu pai não tenha percebido sozinho.

—Mas... —Puxei meus cabelos pra trás, fazendo uma careta quando minha mãe riu da minha reação. —Mas como? Você sempre soube e não contou pra ele? Não contou pra mim?

—Não contei pro seu pai, porque queria que vocês dois contassem. Não contei pra você pelo mesmo motivo. Estava esperando você se sentir confortável pra me contar. —Minha mãe soltou o capacete no sofá, antes de se aproximar e envolver meu rosto com as mãos. —Você estava sempre revirando os olhos quando seu pai falava sobre o Caleb. Um tempo depois seu pai te deu aquela lambreta por causa de uma conversa com ele e você magicamente se tornou amiga das irmãs dele. Se não bastasse isso, ele estava na sua apresentação.

—A Hazel faz teatro. —Afirmei, porque tinha sido uma meia mentira tão boa aquele dia. Mas minha mãe riu de novo, acariciando minhas bochechas como se estivesse achando adorável minha tentativa de desculpa.

—Ele estava com o seu amarrador no pulso aquela noite e depois aqui em casa, quando veio com as irmãs falar sobre a viagem. —O sorriso dela se tornou maior quando soltei um muxoxo constrangido. —E eu vi vocês dois se olhando. Vi como se olhavam.

—Você deixou eu ir viajar mesmo assim.

—Deixei, porque queria ver até onde essa mentira de vocês dois iria. Não estou chateada com você, filha. Mas preferia que tivesse me contado. —Afirmou, me fazendo engolir em seco quando senti o calor daquelas palavras entrar bem fundo no meu coração. —Mas ele é um bom rapaz. Não consigo ficar brava quando vejo você recebendo flores dele toda semana.

—Mas o papai descobriu e acho que não ficou nada feliz. —Minha mãe me abraçou quando me inclinei pra perto dela, apertando minha bochecha no seu ombro. —Caleb não estava mais no escritório e ele me mandou mensagem falando que uma coisa ruim tinha acontecido.

Todos os lances da conquista / Vol. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora