Capítulo 6: Estrela do basquete.

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Adam se afastou de mim, enquanto eu me apressava em responder o e-mail, porque não podia perder aquela oportunidade de jeito nenhum. Zack e Peter tinham conseguido fazer estágio junto com o dr. Luc Graham, o que os rendeu alguns bons elogios quando eles voltaram pra Aspen. Queria ter essa mesma sorte que eles tiveram. Isso seria incrível.

—Agora você pode sossegar um pouco. —Adam afirmou, se deitando na cama dele, erguendo eu erguia os olhos para encara-lo. —Depois de ter resmungado e ficado com cara de bunda toda vez que alguém recusava você pra um estágio.

—Obrigada por me apoiar, Adam. Você é um amigo incrível! —Sibilei, arrancando uma risada dele, antes de desviar do travesseiro que ele lançou na minha direção.

—Eu sou um amigo incrível, sim. Estou sempre do seu lado, não importa a merda que seja. —Adam exclamou, apontando o dedo pra mim de forma acusatória. —Poderia não dizer o mesmo de você.

—Você não precisa de mim. Você sempre tem a Hazel. —Afirmei, o que o fez soltar uma risada muito alta.

—Tá com ciúmes da sua irmã ou de mim? —Questionou, e minha única resposta foi erguer a mão e mostrar o dedo do meio pra ele, que o fez rir ainda mais, enquanto eu soltava um suspiro de resignação.

Me encolhi na cama quando uma música explodiu no quarto do lado, tão alta que parecia estar martelando dentro da minha cabeça. Adam pegou outro travesseiro e tampou o rosto, mas ainda tive tempo de vê-lo revirando os olhos para os nossos colegas de alojamento. Terminei de enviar o e-mail e me deitei na cama, encarando o teto e pensando naquela oportunidade que eu tinha acabado de ganhar.

Uma careta se formou no meu rosto quando gritaram do quarto ao lado e a música ficou mais alta, me dando certeza de que aquela seria uma noite bem longa. Mas tentei não me incomodar com isso. Amanhã seria um dia muito bom. Eu teria uma reunião com o time de beisebol para a temporada e uma reunião pra uma vaga de estágio na melhor empresa da cidade. O que poderia dar errado?

[...]

Estavam tirando a neve do campo de beisebol quando o time todo chegou pra reunião. Estava um frio tremendo e eu estava encolhido dentro da jaqueta, com um copo fumegante de café na mão, diferente do treinador, que estava de pé na beirada do campo, com as mãos na cintura e nos encarando como se o dia estivesse lindo.

Eu estava morrendo de dor de cabeça, porque a festa do quarto ao lado foi até as 3 da manhã, até alguém não aguentar mais e denunciar, o que fez a música desaparecer em instante e todo mundo que estava lá ir embora. Mas agora eu estava ali, com a maior dor de cabeça de todas, e me sentindo completamente ansioso pra mais tarde.

Prestei atenção em tudo que o treinador falou, até ele nos liberar, duas horas mais tarde. Me levantei e segui em direção a saída do campo, antes de ouvi-lo chamando meu nome. Isso me fez comprimir os lábios, porque alguns colegas de time lançaram um olhar questionador na minha direção, como se eu já tivesse aprontado logo no primeiro dia.

—Treinador. —Acenei com a cabeça pra ele, quando me aproximei, observando ele olhar para o copo de café na minha mão e depois olhar para o meu rosto, notando as marcas de sono.

—Carson, como foram as férias? —Indagou, me fazendo comprimir os lábios de leve, por ele não ir direto ao assunto.

—Tranquilas, senhor. —Afirmei, abrindo um sorriso fraco, antes de enfiar a mão que não estava segurando o copo de café no bolso, porque meus dedos já estavam congelando. —Joguei com alguns amigos da minha cidade nesse tempo, então estou pronto pra entrar em campo.

—Bom saber disso. —Assentiu, como se tivesse orgulhoso por eu não ter ficado parado as férias todas. —Você pensou naquilo que falei pra você no verão passado?

—Sobre seguir no beisebol? —Questionei, umedecendo os lábios com a língua quando ele confirmou com a cabeça. —Pensei sim, treinador, mas não mudei de ideia. Gosto muito de jogar, mas não é o que eu quero pro restante da minha vida. Sinto muito.

—É uma pena que pense assim. Você é o atleta que mais me dá trabalho no time, mas não posso negar que também é o melhor rebatedor que já pisou nesse campo e um dos melhores que eu já vi. Você tem potencial, rapaz. —Afirmou, me fazendo soltar uma risada com o elogio que veio junto com uma leve crítica. —O treinador Callahan está com o ego enorme porque acha que descobriu a próxima estrela do basquete e seria bom não deixá-lo sair na frente. Então não se esqueça de me avisar se mudar de ideia.

—Pode deixar, eu aviso, treinador. —Falei, rindo da pequena competição que os dois treinadores pareciam estar tendo.

Uma pena, pra ele, que eu não pretendia mudar de ideia. Eu realmente amava beisebol. Meu pai me ensinou o esporte desde que eu era criança. Eu costumava jogar com meus irmãos. Mas não era o que eu queria. Eu não queria ser uma estrela do esporte. Eu queria me formar e voltar pra Aspen. Só mais um ano e isso iria se tornar realidade.

—Tudo bem, pode ir. —Afirmou, gesticulando para deixar claro que eu estava liberado. Mas assim que me virei, ele chamou de novo. —E, Carson? Se aparecer no treino com essa expressão de sono por causa de alguma festa, vou fazer você correr o campus inteiro só de bermuda.

—Se eu falar que não estava em uma festa, você acreditaria? —Indaguei, por cima do ombro, soltando uma risada quando ele balançou a cabeça negativamente e torceu os lábios em resignação.

Tudo bem, eu merecia essa. Eu era o jogador que mais dava trabalho pra ele, porque estava sempre me metendo em alguma confusão, mesmo quando tentava evitá-las. Mas a verdade é que as confusões sempre encontravam os Carson's, não importava onde estivéssemos.


Continua...

Todos os lances da conquista / Vol. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora