Senti um desconforto, tanto por saber que estavam falando de Caleb, como por saber que não eram os melhores comentários. Tinham alguma coisa errada ali. Um clima estranho no ar. Pesado demais. Ao mesmo tempo que eu queria ouvir o que diziam, eu estava com vontade de correr para o meu quarto e não deixa-los ver que eu tinha chegado.
—Não acho que ele está indo tão bem. Na verdade, tenho a sensação que ele sequer se esforça. —O senhor Reynolds murmurou, fazendo meus lábios sem comprimirem, lembrando de quando Caleb falou sobre ele estar de implicância. Ali estava a prova de que ele não estava enganado.
—Por que acha isso? —Meu pai indagou, usando um tom de voz confuso. —Acho que ele está se saindo muito bem. Vi o quanto ele é esforçado e está disposto a fazer um bom trabalho. Só ouvi elogios sobre o Carson.
—Do Patton? —Questionou, com um tom de voz cético. —Bem, eu imagino que ele distribua elogios sobre o Carson pelo escritório. Os dois vivem de conversa pelos corredores. São muito amigos, pelo que eu pude ver. Acho que isso atrapalha o trabalho, inclusive. Considero esse tipo de coisa muito pouco profissional.
—Eu não vejo problema nenhum. —Meu pai insistiu, parecendo estar estranhando o que o amigo dizia. Torci para que ele defendesse Caleb. Para que ele deixasse claro que o senhor Reynolds estava completamente engando. —E ainda não entendo como pode achar que ele não está fazendo um bom trabalho. Estou sempre de olho nele e não vi nada de errado.
—O comportamento dele não é dos melhores. A sala dele é uma bagunça de papeis. Ele demora a entregar o que é solicitado e costuma não aceitar muito bem quando alguém lhe faz uma critica construtiva. —Reynolds afirmou, enquanto eu segurava a vontade de entrar lá e dizer que ele estava errado. Eu podia não estar naquele escritório, mas sabia que ele estava errado. Aquele estágio era tudo para Caleb. Ele levava aquilo a sério demais. —Não acho que esteja pronto para trabalhar na área.
—O que você quer dizer com isso? —Nicholas questionou, me fazendo perceber que ele estava ali, ouvindo toda aquela conversa. Mas o tom de voz dele não era confuso como o do meu pai. Era frio e desconfiado. —Você quer que meu pai tire Caleb do estágio?
—Não. Claro que não. —O senhor Reynolds riu, como se Nicholas estivesse entendendo tudo errado.
—Então por que está insistindo nisso? Por que está agindo como se Caleb fosse um incomodo pra você? —Eu poderia correr até lá e abraçar meu irmão, por ouvi-lo falar daquela forma tão protetora. Caleb era irmão dos amigos dele. Nicholas tinha o conhecido quando era criança. É claro que ele agiria assim. —Meu pai falou que todos no escritório são só elogios ao Caleb. Não apenas o Julian. E se vamos falar sobre amizades no ambiente do escritório, então você também não poderia ser próximo do meu pai.
—Nisso você não pode negar que ele está certo. —Meu pai concordou, com uma risada estranha, porque deve ter notado o tom frio na voz de Nicholas. Nada simpático.
—Vamos focar no principal ponto aqui, sr. Reynolds. Me corrija se eu estiver errado. Todos gostam de Caleb, menos você. Você é o único que está achando pontos para critica-lo. —Meu irmão prosseguiu, fazendo um sorriso se abrir nos meus lábios. —Será que o problema não está em você?
—Você está o defendendo assim porque também é amigo dele. —Foi a resposta dele, fazendo um buraco se abrir no meu peito, porque o tom de voz era totalmente desdenhoso.
—Brayden, por favor. —Meu pai alertou, parecendo não gostar do tom de voz do amigo. —Qual é o problema aqui? Você está incomodado com o trabalho dele ou o seu problema é especificamente o Carson?
—Só estou preocupado com o rumo do escritório. —Foi a resposta dele. Mas calma e controlada. Mas ele tinha dado um deslize e meu pai era esperto o suficiente para notar isso. E se isso não fosse suficiente, sabia que meu irmão iria falar com meu pai depois. Ele não deixaria isso passar
[...]
Levei um susto quando entrei no meu quarto, porque Ella estava sentada na minha cama no escuro, comendo o que parecia ser chocolate. Ela também se assustou, porque deu um pulo na cama, antes de cair na risada quando notou que era eu.
—O que você está fazendo? —Indaguei, rindo junto com ela, vendo Merlin deitado entre as pernas dela todo torto. —Onde está a Madison?
—Ela vai passar a noite na casa do meu irmão. Estou aproveitando o momento sozinha pra comer chocolate, já que ela sempre pega tudo quando está comigo. —Ella afirmou, repartindo o chocolate comigo quando me juntei a ela na cama. —Então você estava com o Caleb e as irmãs dele.
Lancei a ela um olhar disfarçado, observando o sorriso enorme que ela abriu, como se pudesse ver tudo que aconteceu pelos meus olhos. Ella tinha me visto chorar por Caleb. Tinha me ouvido contar como eu era uma boba apaixonada por ele depois daquela festa. Não havia como eu esconder qualquer coisa dela depois disso.
—As flores são dele? —Questionou, erguendo as sobrancelhas. Eu podia mentir, mas Ella saberia a verdade. Ela já sabia, antes mesmo de perguntar.
—As flores e o coelho enorme na poltrona. —Afirmei, vendo Ella arregalar os olhos, parecendo muito surpresa. Mas o sorriso que ela me deu era enorme. —Não conta nada pro Nicholas, por favor. Mas ele foi na minha apresentação e a gente ficou.
—Eu meio que imaginei isso. Você não sairia com ele e suas irmãs se não estivesse acontecendo alguma coisa. —Ella negou com a cabeça, enquanto eu sentia minhas bochechas esquentarem ao lembrar do beijo que Caleb me deu antes de pegarmos o Uber para ir embora. —Não vou contar nada pro Nic, prometo. Então vocês dois se entenderam de vez? Você o desculpou?
—Ele realmente se arrependeu e eu o entendi. —Falei, dando de ombros. Não queria voltar aquele assunto, porque já era uma coisa do passado. Não tinha mais importância. —Estavam falando dele lá embaixo. O senhor Reynolds estava criticando a forma como ele trabalho.
—Ah, eu nem queria dizer nada, mas o que diabos aconteceu com aquele homem? —Ella questionou, com o rosto se curvando em uma careta. —Ele passou o jantar inteiro com uma cara nada boa. O clima estava absolutamente pesado. Ele reclamou de qualquer assunto. Ele sempre foi tão legal e gentil e hoje estava simplesmente insuportável.
—Não sei o que está acontecendo, mas Caleb já tinha reclamado que ele estava de implicância no escritório. Não levei o que Caleb falou muito a sério no dia, mas hoje vi que ele não está errado. —Encarei Ella, observando sua expressão pensativa. —Acho que meu pai não vai dar ouvidos as reclamações dele, mas não gostei disso.
Continua...
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Todos os lances da conquista / Vol. 1
DragosteCaleb Carson é o rebatedor do time de beisebol da universidade e a promessa do esporte para a próxima temporada. Mas mesmo que o beisebol seja sua paixão e todos lhe digam para segui-lo, seu maior sonho é voltar para Aspen e trabalhar no escritório...