Capítulo 39: Esquisito é você.

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Caleb

Venho de uma família que acredita no amor acima de qualquer outra coisa. Meus pais se encontraram e se apaixonaram, depois de saírem de casamentos ruins. Meus irmãos encontraram o amor da vida deles e construíram suas próprias famílias perfeitas. Não sou louco a ponto de não acreditar que posso encontrar algo como eles encontraram.

Não sei dizer se Elisa é essa pessoa pra mim ainda. Mas também não posso mentir dizendo que não gosto dela. Eu gosto. Gosto tanto que chega a doer. E beija-la me fez ter certeza de que isso aqui é alguma coisa e eu estou mais do que disposto a descobrir o que. Pode não ser amor ainda, mas eu sei que pode acabar virando isso, pela forma que estou me sentindo no momento.

O beijo é quase como um alívio, porque eu queria isso a tanto tempo, que é difícil me conter com ela nos meus braços. E Elisa me beijou de volta com a mesma vontade e intensidade que eu. Suas mãos se agarraram a minha jaqueta, enquanto seu corpo grudou no meu quando a puxei mais e mais, até não existir um único espaço entre nós dois.

Segurei a nuca dela, inclinando um pouco seu rosto para trás, apenas para aprofundar mais o beijo. Meu coração estava martelando no meu peito, enquanto aquela faísca entre nós dois explodia, percorrendo meu corpo como eletricidade, me deixando completamente arrepiado. O gosto dela era quase bom demais, me dando certeza de que eu a beijaria em toda a oportunidade que tivesse.

Um calafrio atravessou minha coluna quando senti Elisa sorrindo contra os meus lábios, antes de erguer as mãos e abraçar meus ombros, quando desaceleramos um pouco. Mas ainda estávamos nos beijando, mesmo sem ar. Abaixei minha mão e abracei a cintura dela, tirando seus pés do chão.

—Meus pais vão vir atrás de mim se eu demorar demais. —Sussurrou, assim que me afastei um pouco, deixando um selinho demorado nos lábios dela. Minha boca estavam formigando e o gosto dela estava grudado em mim, assim como o perfume.

—A gente acabou de se beijar e você acaba com o clima falando dos seus pais. —Afirmei, abrindo um sorriso quando Elisa soltou uma risada envergonhada e escondeu o rosto no meu peito.

Ergui a mão e soltei o cabelo dela, enfiando o amarrador no meu pulso, antes de deslizar os dedos pelos fios castanhos que caíram como uma cascata macia nas costas dela. Por um momento nenhum de nós dois disse nada. Ficamos apenas ali, abraçados, absorvendo a presença um do outro. Havia algo de especial naquele momento.

Elisa afastou o rosto para me encarar, ainda com as mãos abraçadas ao meu ombro. Abri um sorriso e toquei a ponta do nariz dela, antes de tocar sua bochecha e depois ajeitar seus cabelos atrás da sua orelha. O sorriso que ela me deu era bonito demais, assim como os olhos verdes que pareciam mais claros e iluminados.

—Você está de óculos. —Comentou, usando o dedo indicador para erguer o óculos no meu nariz, me fazendo exibir uma careta e sorrir ao mesmo tempo.

—É, minha garota disse que eu ficava bonito de óculos. Então me senti na obrigação de usar o tempo todo pra agradá-la. —Afirmei, fazendo-a soltar uma risada e negar com a cabeça.

—Sua garota? —Elisa torceu os lábios de uma forma fofa, enquanto eu dava de ombros, porque sabia que queria ficar com ela de novo, não importava como e onde.

—Elisa? —A professora dela a chamou, aparecendo na entrada dos fundos do palco. Elisa se afastou um pouco de mim, se virando para olhar pra ela. —Desculpe atrapalhar. Mas você precisa vir pegar suas coisas. As meninas já estão indo.

—Tudo bem. —Elisa se virou pra mim quando a mulher desapareceu de novo, parecendo um tanto decepcionada por precisar se despedir de mim. —Eu preciso mesmo ir. Meus pais devem estar me esperando também.

—Posso te mandar mensagem pra marcamos alguma coisa amanhã? —Questionei, observando-a tentar esconder um sorriso. —Meu dia é um pouco corrido. Mas posso dar um jeito de arrumar um tempo pra nós dois.

Quando Elisa confirmou com a cabeça, a puxei para perto de mim e a beijei de novo, sentindo o calor se espalhando do meu peito para o restante do meu corpo quando ela retribuiu. Elisa envolveu meu rosto com as mãos delicadas antes de se afastar, me encarando por um segundo, como se não acreditasse que eu fosse real.

Afastei minhas mãos dela a contragosto, deixando um beijo na sua testa, antes de observar Elisa desaparecer. Ainda fiquei uns bons minutos atrás do palco, esperando o momento certo de ir embora, porque não queria dar de cara com os pais de Elisa lá fora.

Quando um cara apareceu reclamando da minha presença ali, sai pelo mesmo lugar que havia entrado, observando as pessoas se aglomerando nas saídas para ir embora. Encontrei minhas irmãs, Adam e Taylor do lado de fora, esperando por mim. Os quatro abriram sorrisinhos idiotas e ficaram fazendo piada.

—Me diz que você deixou de ser burro e tomou uma atitude. —Taylor exclamou, me fazendo exibir uma careta pra ela, enquanto eu via Hannah e Hazel sussurrando uma com a outra, de uma forma que me dava certeza de que era sobre mim.

—Não vou dizer nada, porque isso nem é da conta de vocês. —Falei, recebendo um tapão de Hannah no ombro. Resmunguei um palavrão, me virando para encarar minha irmã com as sobrancelhas erguidas, enquanto esfregava o lugar dolorido. —Doeu, sua esquisita.

—Esquisito é você. A gente não veio nesse teatro pra você falar que não é da nossa conta. —Hannah afirmou, e Hazel balançou a cabeça em concordância, enquanto eu via Adam levar a mão a boca para tentar conter a gargalhada.

—Ah, merda... Caleb? —Taylor tentou me puxar pra trás, numa tentativa de chamar minha atenção ou me esconder. Mas não deu tempo, porque quando vi já estávamos em cima dos pais de Elisa.

Eles devem ter reconhecido a voz dela, porque se viraram na mesma hora para nos encarar. Talvez eu tivesse ficado preocupado com a expressão confusa no rosto de Luc quando me viu, só que estava ocupado demais observando Elisa ao lado de Reynolds, porque ele também estava ali.



Continua...

Todos os lances da conquista / Vol. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora