É engraçado como sempre que me deito na minha velha cama de Jade gótica, a preguiça toma conta de mim. Mas hoje, me levantei com ódio, como sempre. Me arrumei rapidamente, coloquei uma roupa confortável e desci para tomar café. Meus pais já estavam lá, conversando sobre a empresa.
Jorge- Bom dia, filha. Estamos conversando sobre a expansão da empresa. Estamos pensando em abrir uma nova filial.
Jade- Bom dia. Isso é ótimo, pai. Mas espero que vocês não estejam contando comigo para ajudar nisso agora.
Hannah- Sabemos que você está ocupada com o Hollywood Arts. Só queremos que você esteja ciente das novidades.
Jade- Tudo bem. Vocês sabem que sempre apoio vocês, mas dirigir aquela escola já é um desafio e tanto. E ainda tenho uma empresa pra comandar.
Depois do café, fui a caminho do mercado para comprar um whisky. Sempre que estou de frente ao computador, a vontade de tomar um drink é inevitável. Café é coisa do passado; bebo de vez em quando, mas não como antes.
Chegando ao Hollywood Arts, vi adolescentes gritando e até mesmo se pegando pelas paredes da escola. Aquilo era deplorável. Senti a irritação subir e não consegui me segurar.
Jade- Silêncio! Aqui é uma escola, tenham modos!
Todos ficaram olhando para mim, apavorados.
Jade- Tão esperando o quê? Vão para a sala!
Eles correram imediatamente, deixando o corredor vazio. Fiquei satisfeita. Finalmente, algum respeito.
Enquanto caminhava para a sala da direção, encontrei Tori.
Tori- Jade, você pegou pesado com eles.
Jade- Se quiser dar uma de boazinha, Tori, fique à vontade. Eu tenho trabalho a fazer.
Tive a mesma sensação quando vi Cat. Tori também era uma das minhas melhores amigas, mas hoje eu não estava no clima para conversas longas. Entrei na sala e estava tudo nojento. Comecei a arrumar minhas coisas, quando fui interrompida pelo Mr. Sikowitz. Eu odeio que entrem sem bater na porta.
Sikowitz -Jade, preciso que você venha até a sala dos professores. Vamos conversar com todos.
Senti uma pontada no peito. Eu iria ver Beck.
Jade- Já vou, Mr. Sikowitz. Preciso terminar algo aqui primeiro.
Ele concordou e saiu. Abri a garrafa de whisky e tomei uma dose rápida para acalmar os nervos. Respirei fundo e me preparei para enfrentar o que viesse a seguir. Era hora de encarar tudo isso de frente.
Chegando lá, bati na porta e entrei. Meus olhos foram direto para Beck, que ainda era lindo como sempre. Mas logo fechei a cara e me sentei.
Sikowitz- Bom, crianças, essa é uma missão muito importante para o colégio, e fico feliz que vocês estão aqui. Espero que o laço que vocês tinham no passado, continue no presente e talvez no futuro. Boa sorte nessa nova jornada.
Revirei os olhos sarcasticamente. Quando Mr. Sikowitz terminou de falar, me levantei para voltar para a minha sala, mas fui interrompida por André.
André- Jade, espera.
Jade- O que você quer, André? Tenho muito o que fazer.
André- Queríamos consertar as coisas, Jade. Vai ficar chato a gente trabalhando junto e se evitando o tempo todo.
Olhei para André, sentindo uma pontada de dor e irritação. Eu sabia que ele estava tentando fazer a coisa certa, mas não estava no clima para isso.
Jade- Olha, André, não estou aqui para formar laços, fazer amizades ou qualquer coisa do tipo. Estou aqui para ajudar, assim como vocês estão. O passado tem que ficar lá. Esqueçam que eu estou aqui ou que fui amiga de vocês. Considerem-me apenas uma colega de trabalho e ajam como profissionais.