Eu estava sentado na sala dos professores, aguardando a reunião começar. Minha mente ainda estava ocupada com pensamentos sobre Jade. Fazia uma semana desde que conversamos, e ela não apareceu no colégio desde então. Cat estava preocupada, e eu também, mas talvez fosse melhor assim. A culpa de sua ausência pesava em mim, mesmo sem eu saber exatamente por quê.
Nessa mesma semana, comecei a ver coisas de bebê. Ainda não caiu a ficha de que vou ser pai, mas quero ser o melhor para o meu filho ou filha. Letícia não para de me pressionar para nos casarmos, mas eu não me sinto preparado para isso. Esses pensamentos me invadiam enquanto aguardava o início da reunião.
Cat-Ah, Sikowitz tá demorando.
Quando finalmente chegou, Sikowitz não perdeu tempo.
Sikowitz- Olá crianças, vamos começar sem nossa diretoria. Jade não está levando isso a sério.
Cat- Ela não nos avisou nem nada, sei lá, tô preocupada.
Tori- Deve ter tido algum imprevisto.
Enquanto ouvia a conversa, Jade entrou na sala.
Jade- Ou, desculpa não avisar, mas tive um imprevisto na empresa e tive que voltar imediatamente pra Atlanta.
Sikowitz- Não tinha celular para avisar? Jade você tem que levar isso mais a sério.
Jade- Não senti necessidade, e quando o assunto é minha empresa, o celular não existe para mim. As mensagens têm que ser encaminhadas para minha secretária.
Sikowitz- Certo, na próxima tente nos avisar, você é diretora desse colégio, e tem que ter responsabilidade.
Jade- Vou dar o meu máximo, mas vamos começar a Reunião? Ou viemos aqui só pra olharmos na cara um do outro?
Observando tudo aquilo, não pude deixar de pensar no quão ignorante Jade pode ser às vezes.
A reunião começou, mas minha mente estava longe dali. Jade sempre foi complicada. Sua atitude durante a reunião apenas reforçou isso. Enquanto Sikowitz explicava os pontos principais, Jade parecia distraída, checando ocasionalmente seu telefone, o que só irritava Sikowitz ainda mais.
No meio da discussão sobre os próximos eventos escolares, o concurso, Jade interrompeu.
Jade- Isso é perda de tempo, deveríamos focar em algo mais produtivo
Sikowitz- Estamos aqui para discutir o que é importante para a escola, Jade. Se você tem sugestões, estamos abertos a ouvi-las, mas precisamos de sua participação completa.
Jade bufou, mas permaneceu em silêncio pelo resto da reunião, seu desdém palpável. Cat lançou-me um olhar preocupado, e eu apenas dei de ombros, sem saber como responder. Quando a reunião finalmente terminou, senti um alívio.
Enquanto todos se levantavam, Tori tentou se aproximar de Jade.
Tori- Ei, Jade, está tudo bem? Você parece estressada.
Jade olhou para Tori como se ela fosse um incômodo.
Jade- Estou bem. Apenas tenho coisas mais importantes com que me preocupar do que essas reuniões sem sentido. É só um concurso, não o evento do ano.
Tori deu um passo para trás, claramente machucada pela resposta.
Tori- Só estava tentando ajudar.
Eu me aproximei de Jade, tentando encontrar as palavras certas. Estava com medo de sua reação depois da nossa conversa.
Beck- Jade, você precisa ser mais... sensível com os outros. Tori só estava preocupada.
Ela me olhou com aqueles olhos frios.
Jade- Beck, eu não tenho tempo para sensibilidades. Tenho uma empresa para administrar e problemas reais para resolver.
Beck& Eu entendo que você tem responsabilidades, mas isso não significa que você pode tratar os outros dessa forma..
Ela apenas balançou a cabeça e saiu da sala. Fiquei ali, olhando para a porta pela qual ela havia acabado de passar, sentindo um misto de frustração e tristeza. Jade sempre foi independente e forte, mas às vezes, sua ignorância quanto aos sentimentos dos outros tornava difícil estar perto dela.
Eu só queria que ela percebesse que, apesar de tudo, ainda nos importávamos com ela. Mas talvez fosse pedir demais.
Nos dias seguintes, Jade continuou a se comportar da mesma maneira. Ela comparecia às reuniões, mas sempre parecia estar em outro lugar, sua mente claramente ocupada com os negócios. Seus comentários sarcásticos e sua atitude distante afastavam as pessoas.
Um dia, depois de uma reunião especialmente tensa, Cat decidiu tentar conversar com ela. Encontrei-as juntas no pátio, Cat hesitante enquanto Jade estava distraída com o telefone.
Cat- Jade, podemos conversar?
Jade levantou os olhos do telefone, visivelmente irritada pela interrupção.
Jade- O que é agora, Cat?
Cat- Eu só... me preocupo com você. Você está sempre tão focada no trabalho que parece esquecer das pessoas ao seu redor. Sei que sua empresa é importante, mas você devia focar mais no colégio.
Jade suspirou, guardando o telefone e cruzando os braços.
Jade- Cat, eu não tenho tempo para essas conversas sentimentais. O que vocês querem de mim? Eu estou fazendo o meu melhor. E também vocês tem que saber que tenho uma vida fora desse colégio.
Cat- Queremos que você esteja presente, de verdade. Não só fisicamente, mas emocionalmente. Estamos todos preocupados, e seu comportamento não está ajudando. Eu não entendo o porquê de você estar assim.
Jade - Vocês não entendem. Eu tenho responsabilidades que vocês não têm. Não posso simplesmente largar tudo porque vocês acham que estou sendo fria. Eu tenho problemas com a empresa e não posso deixar qualquer resolver pra mim.
Cat- Não estamos pedindo isso. Só queremos que você se importe um pouco mais. Não estamos contra você, Jade, estamos do seu lado.
Jade- Cat, não preciso de ninguém ao meu lado, mas não custa tentar.
Cat- isso já é um começo, e não se esqueça que vou estar aqui.
Jade- obrigada Cat, se você me der licença, preciso resolver um assunto com urgência.
Então Jade saiu deixando Cat sozinha com a cabeça baixa, e fui até ela.
Beck- oi Cat.
Cat- oi Beck, ela está difícil desde que veio de viagem.
Beck- deve ter sido os problemas na empresa, e também Jade nunca foi fácil de lidar.
Cat- eu não entendo, estávamos bem, o porquê dela mudar da noite pro dia.
Beck- É isso é ruim. Mas chega de falar da Jade, vamos voltar, pior temos aulas pra dar.
Cat- é Você tem razão.
Eu e Cat voltamos e fomos dar aula, que foi bão e bem criativo...
