Sentar naquele banquinho, depois de perder a paciência ao telefone, era exatamente o que eu precisava. Não que eu fosse do tipo que precisa de um respiro, mas o Adam, aquele idiota, conseguiu mexer com os meus nervos mais do que o habitual. Só porque recusei casar com ele, agora quer tomar minha empresa? Não sei se eu rio da ironia ou se dou um soco na parede. E então, claro, o Beck aparece. Ele sempre aparece.
Não vou mentir, gosto de quando ele tenta me entender, mas ele nunca vai conseguir. Me preocupava com a situação toda do colégio, mas não com o mesmo peso que os outros carregam. Para mim, isso é um problema prático. Algo que meus advogados podem resolver com uma boa conversa e, se necessário, um processo. Mas é claro, Beck aproveita qualquer momento pra se aproximar.
Eu sabia que ele me observava desde que entrei na sala. Aquele olhar atento, como se quisesse me decifrar. Beck sempre teve essa necessidade de entender o que se passa dentro de mim, mas, sinceramente, nem eu me entendo completamente. E quando ele disse que se preocupava, que me amava, me deu vontade de rir. Não porque não acredito, mas porque ele ainda acha que isso faz alguma diferença. Eu sou eu, e isso nunca vai mudar.
Me forcei a pensar nos problemas mais urgentes. A indenização, as mães revoltadas, a pressão da equipe... Era um quebra-cabeça, e eu gostava de resolver essas coisas. Era um alívio, na verdade, focar em algo que não envolvesse sentimentos bagunçados ou chantagens emocionais, como o Adam tentando roubar minha empresa ou Beck tentando roubar meu coração.
E, claro, que ninguém espere que eu resolva tudo sozinha. Já fiz o que precisava ser feito. A escola vai continuar de pé, e se depender de mim, o Adam vai pagar caro por tentar me derrubar. Mas quando se trata de sentimentos, de deixar as pessoas se aproximarem? Bom, isso já é outra história.
A verdade é que, apesar de toda a fachada de confiança, às vezes eu me pergunto se estou fadada a lutar nessas batalhas sozinha. Talvez seja melhor assim.
Depois da conversa com Adam, Beck, voltei pra casa dos meus pais, e passei o resto do dia com eles e resolvendo os assuntos da empresa.
O dia passou rápido e em um piscar de olhos já estávamos em outro dia. E assim se passou uma semana que estava em Los Angeles, já deveria marcar minha passagem de volta pra Atlanta.
Estou a caminho de Hollywood para uma nova reunião, e meu humor está péssimo hoje. Estou com raiva, discuti com o idiota do Adam, e não quero que ninguém me estresse.Entrei na sala de reuniões com a cara fechada e uma aura de indiferença. Estava cansada e frustrada, e não tinha paciência para a falta de competência ao meu redor. Olhando para os rostos ansiosos da equipe, eu apenas levantei uma sobrancelha.
Jade- Bem-vindos à minha performance de hoje. Espero que tenham se preparado, porque eu não estou aqui para perder tempo.
-Me digam o que vocês têm feito até agora. E, por favor, se puderem evitar falar em círculos, eu ficaria grata.Sikowitz- Bom, Jade, estamos enfrentando alguns problemas com a indenização e com a pressão das mães para fechar a escola, como você já sabe. Achamos que você pode nos ajudar a resolver isso. Já faz uma semana que você disse que iria um dia pra resolver.
Jade- Ótimo. Porque, claro, é sempre mais fácil esperar que eu faça todo o trabalho. Eu já enviei um e-mail para meus advogados. Eles devem chegar em breve para cuidar dessa indenização e tentar apaziguar as mães. Espero que, enquanto isso, vocês se comportem como adultos e sigam minhas instruções sem reclamar.
Cat- Você realmente acha que isso vai resolver tudo?
Jade- Eu sempre acho que sei o que estou fazendo, Cat. Não seria minha primeira vez salvando o dia. Só espero que vocês estejam prontos para fazer a parte de vocês. Porque, se eu tiver que ficar correndo atrás de cada um de vocês, a coisa vai demorar muito mais.
