Capítulo 55 - A Ligação

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Carina ouvia atentamente o que a mulher falava do outro lado da linha, e Maya não tinha nem ciência do que estava acontecendo.

—Sim, ele faleceu faz um tempo  já — Comentou Carina. Maya queria dar atenção ao que a esposa, falava, mas se prendeu no transito, tentando dar a privacidade.

Carina ficou um tempo em silêncio só ouvindo.

 — Eu posso? — Mais silêncio — E quanto tempo eu tenho para decidir isso? — mais silêncio e pensar — E eu não posso ver com outra empresa? — Maya não fazia a menor ideia sobre o que era a ligação e por algum motivo Carina mantinha uma expressão neutra — Okay, eu vou pensar, conversar com minha esposa e entro em contato o mais rápido possível, mas a principio eu vou querer sim, não é para fazer nada sem minha autorização — falou de forma firma — okay, obrigada, eu ligo por esse numero mesmo?... Okay, tchau.  

Carina desligou o telefone e ficou por alguns segundos em silêncio. Ela realmente não esperava aquele tipo de ligação, não tanto tempo depois, e não fazia a menor ideia como agir agora.

— Está tudo bem, meu amor? — Maya colocou a mão na perda de Carina, tentando ajudá-la.

— Está sim — concordou a italiana e virando para trás viu a filha dormir de modo tranquilo — Vamos chegar em casa com calma e eu conto o que foi a ligação. Prefiro falar só nós duas.

A loira apenas concordou e apesar da curiosidade deu o espaço que Carina pediu dirigindo ate em casa.

Em casa a Italiana ficou responsável por começar a preparar o jantar enquanto Maya acordava a filha e dava um bom banho nela depois de brincar muito. Enquanto o jantar estava no formo elas se revezaram para tomar banho e entreter Lucy que havia acordado com a corda toda e queria brincar com as duas mães, mas pós o jantar foi tiro e queda; bastou Carina pegar a menina no coloco e começar a contar uma história ainda subindo as escadas para a menina apagar rapidamente.

Ajeitando a filha com cuidado e dando um beijo em sua cabeça, Carina admirou a menina por alguns instantes. Ela não negava que Lucy era sua cópia, a italiana não ligava muito para isso, mas sabia que para Maya isso era a perdição, o que Maya ainda não reparava ( ou não admitia) era que Lucy estava ficando com seu gênio, o que Carina  sabia  que seria um perigo, mas um perigo do bom sentido, porque a esposa era uma pessoa maravilhosa.

Olhando para a filha por mais um tempinho, a ligação que ela tinha recebido naquele dia mais cedo voltou em sua mente, e junto com ela o desejo de ter filhos que crescia cada dia mais em suas veias. Talvez aquele fosse o sinal, o sinal que era  hora de falar com a esposa sobre aquele desejo que tinha dentro de si. Estava na hora.

Saindo do quarto Carina encontrou Maya na cozinha que tinha acabado de terminar de lavar a louça e estava secando as mãos.

— Amor, podemos conversar? — perguntou a Carina parando no batente da porta e observando a esposa, que se virou com um sorriso e largou o pano de prato de qualquer jeito na pia.

— Claro — a loira concordou.

— Nananinanão, mocinha — Carina fez um bico para a esposa e arregalou os olhos — primeiro ajeite o pano de prato, depois conversamos na sala.

Maya deu um sorriso culpado, ajeitou o pano de prato e foi em direção a esposa que tinha acabado de sentar na sala, e apesar do semblante tranquilo, sabia que Carina estava levemente nervosa, e a loira tinha quase certeza que tinha a ver com a  ligação que tinha recebido um pouco mais cedo.

— Toda ouvidos — Disse Maya olhando nos olhos da italiana e pegando sua mão

 — Aquela ligação que eu recebi mais cedo foi do banco de esperma onde os espermas do Andrea estão armazenados. Eles estão falindo e todo o material que eles tem ou será descartado ou precisamos utilizar, por isso queriam saber o que vamos fazer com o que temos lá. E não temos a opção de colocar em outra empresa. Temos cerca de 30  dias para tomar essa decisão. — Carina falou de uma única vez.

Scrubs on Fire - MarinaOnde histórias criam vida. Descubra agora