Capítulo 26 - I'm Not His Kid Anymore

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N/A - Eu já ia começar esse capítulo escrevendo na primeira pessoa, com POV da Maya, mas me esqueci que só foi no capítulo 25, mas se vocês gostaram do POV, me avisa que eu volto.

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Maya acordou após a comemoração de thanksgiving entre os braços da mulher que amava, e mesmo passado a data comemorativa ela agradeceu, mesmo que aquela tenha sido uma noite mal dormida. Olhou para o relógio e viu que era 5 da manhã, para alguém que tinha ido dormir pouco depois da meia noite, com certeza tinha sido pouco tempo de sono - talvez não para ela, que era uma bombeira.

Mas ela havia tido uma noite inquieta, seu pai apareceu em seu pesadelo, porque aquilo não poderia ser chamado de sonho, seu pai sorria para ela entregando uma medalha olímpica dizendo o quão orgulhoso ele estava, não só isso, ele lhe dizia que tinha orgulho dela ser igual a ele: sempre de olho no prêmio.

Aquele sono passou várias e várias vezes na mente de Maya enquanto ela dormia, tantas vezes que ela decorou todas as falas do pai, tantas vezes que ela acordou e mesmo tendo a mulher que amava do seu lado, quis sair para correr.

Tomando cuidado para não acordar a mulher que dormir, e Maya sabia que ainda faltava bastante tempo para a mesma acordar, ela se levantou, tomou uma ducha rápida e deixou um bilhetinho carinhoso dizendo que ia correr, mas que voltava logo.

A verdade é que Maya precisava muito mais que correr, ela precisava pensar: Na noite anterior ela tinha chegado a conclusão que queria ser mãe, ser mãe junto com Carina, mas não comentou nada com ela, apenas aproveitou a noite vendo ela interagir com todos os convidados, inclusive com seu sobrinho, quando ele acordou por volta das 23 horas e com Gigi, que realmente parecia gostar muito dela.

Mas aqueles sonhos, a voz do pai...tudo aquilo foi um balde de água fria nela, como ela poderia ser uma boa mãe, se ela não tinha tido uma boa mãe, como ela poderia ser uma boa mãe se ela era igualzinha ou pai? Como poderia criar um filho?

Maya sentiu que sua cabeça ia explodir, ela estava nervosa e uma leve ansiedade percorria seu corpo, ela precisava se mover.

Vestindo seu tênis e uma roupa de corrida um pouco mais pesada por conta do frio, ela saiu em direção ao parque perto de casa, precisava correr nem que fosse 5km, mas assim que chegou no local pegou seu celular, não se importou muito que ainda era pouco depois das 5 da manhã, e mandou uma mensagem pra Diane, perguntando se poderiam ter uma sessão ainda naquele dia ou no dia seguinte. Sabendo que não teria uma resposta naquele momento, voltou a guardar o celular no bolso que estava preso no seu braço e começou a corrida.

E correu, mas não pensou, toda vez que pensava, toda vez que tentava pensar, o rosto do seu pai aparecia em sua mente, aqueles olhos que a julgavam, aqueles olham que eram da mesma cor que os seus.

Com uma angustia crescente dentro de si, Maya correu, não correu até seu corpo se desgastar, mas correu até ver o sol começar a nascer no horizonte e ser abraçada pelos raios solares. Ela recebeu aquela luz batendo contra seu rosto e o suor que mesmo no frio apareceu. Ela recebeu os raios e respirou fundo.

Por que aquele homem continuava a atrapalhar minha vida? Mesmo passado mais de 2 meses que o havia mandado embora. Isso era injusto! Era muito injusto! Por que eu tenho que ser parecida com ele? Maya se perguntava com as mãos no joelho enquanto recobrava um pouco do folego pós corrida.

Lane não tinha sido um exemplo de pai, e sua mãe por conta dele - e não culpa dela - também não pode ser um exemplo de mãe. Como podemos ser bom em algo quando nunca tivemos um exemplo?

Sem as respostas que queria, e com a certeza que Carina iria acordar em breve, já que a mesma iria para o trabalho as 9, Maya decidiu voltar pra casa, apesar de suas dúvidas, ela ainda tinha a certeza que amava Carina, e fazê-la acordar sozinha não era um dos seus planos.

Scrubs on Fire - MarinaOnde histórias criam vida. Descubra agora