Enfrentando.

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Lilian irá se deparar com um desafio, como ela irá reagir em meio a pressão ?


A porta foi se abrindo de vagar e os meus batimentos cardíacos se acelerando, meus ouvidos já estavam se preparados para ouvir uma bronca e minha mente já estava formulando mais desculpas do que conseguiria dar.

Assim que a porta se abriu uma figura baixa, robusta e com cabelos brancos lambidos para trás apareceu. A minha frente tinha uma senhora aborrecida ao ponto que parecia que iria explodir a qualquer momento. Eu gostava de tons monocromáticos, mas a combinação intensa de suas roupas na cor roxa, de fato, não era do meu agrado. Ela me olhou de cima para baixo me analisando, após fez uma cara que deixava óbvio o resultado de seu escrutínio. "Essa ai é encrenca."

— Pois não ? — Perguntou a senhora.

— Eu sou aluna nova. — Contei. — Lilian Léltsih Snow, ainda não sei minha sala.

— Venha entre. — Resmungou caminhando para dentro da sala, a segui.

— Sou, Drika Mayer a diretora. — Ela se sentou atrás de uma mesa de madeira amarela.— Como chegou um pouco... atrasada, sugiro que hoje você conheça a escola primeiro, e depois do intervalo vá para a sala.

Imagino se irei conseguir encontrar minha sala, aquela escola era tão grande... devia ter o triplo do tamanho da minha antiga escola. Tudo parecia de outro época ali. Olhei ao redor observando a sala, enquanto ela folheava alguns papéis. A sala dela era grande demais, com três paredes em branco exceto a que ficava atrás de si possuindo nela, um tom roxo intenso, ela amava mesmo aquela cor. Embora ela fosse a diretora, tudo ali era tão organizado que me dava arrepios. Os sofás de canto de couro preto alinhados perfeitamente, o armário de mesma cor encostado na parede sem nenhuma porta aberta, as cortinas abertas de ambos lados de modo simetricamente bilateral, nenhum papel no chão, tudo perfeito exceto pela papelada em sua mesa, ela tirou uma folha do meio de uma pasta, após colocou o óculos.

— Sua sala é... — Concluiu ela após algum tempo. — 2° ano, sala 5. Bloco A.

— Entendi, obrigada.

Me dirigi a porta, e antes que ela pudesse me chamar para tratar de qualquer outra coisa, saí dali fechando a porta atrás de mim. Olhei para ambos lados e só vi corredores vazios. O 3° andar — o qual estava —, era um corredor enorme, salas a direita, janelas à esquerda. Disposta no meio, uma escada que descia para o 2° andar, e ao lado outra que levava para o piso superior. Desci a escada, pois era onde imaginei estar minha sala, todas as salas do terceiro andar eram do 3° ano, exceto a da diretora. Assim que terminei de descer as escadas, notei que o 2° piso, era idêntico ao terceiro. Não foi difícil encontrar minha sala como pensei que seria. Supostamente deveria caminhar por aí, mas teria muito tempo para fazer isso ainda. Me recostei sobre a janela oposta a minha sala, e observei os pátios escola a fora. Depois de cinco minutos o intervalo começou, coloquei meus fones, quando as pessoas começaram a se deslocar para fora da sala, uma tentativa inútil de amenizar todo o barulho crescente.

— Hey... — Gritou uma voz feminina.— Hey!

Embora duvidasse que o chamado estivesse voltado para mim, me virei. Havia três garotas com os olhos em mim, a do meio era alta e magra com um longo cabelo sedoso escuro, estava claro pelo seu rosto de "boneca," que ela sabia se maquiar, diferente das suas acompanhantes.

— Hmm..? — respondi tirando um dos fones de ouvido.

— Você está no meu lugar ! — Respondeu gesticulando para onde eu estava.

Olhei para os lados, ainda tinha muito espaço onde estava.

— Seria melhor se saísse. — Sugeriu com calma a garota do lado esquerdo, ela era ruiva com lindos cachos.

Indiquei o restante da parede, pois havia espaço de sobra. E me virei de costas para as garotas, coloquei meus fones novamente e tentei não me importar com a presença delas atrás de mim enquanto fingia olhar despreocupadamente a paisagem. Senti meus fones serem arrancados dos meus ouvidos de maneira abrupta, me virei em sobressalto e apenas observei meu celular no chão, com a tela para baixo. Respirei fundo deixando a cólera me invadir. Acho que eu devia estar tendo um pesadelo, não podia ser real... eui estava com tanta raiva que não conseguia acreditar no que eu estava vendo, eu sempre tive tanto cuidado para não derrubá-lo.
Assim que levantei meu rosto para exigir satisfações, percebi a aglomeração ao meu redor, embora estivessem muitas pessoas ali, por algum motivo ninguém ousava se aproximar, imagino que ela deva atormentar todos ali.

— Me escute quando eu estiver falando com você... — A voz soou fria e desinteressada, até que seus olhos pairam sobre os meus. — Deformada!

Ela apontou para os meus olhos, quando me virei para ela, na pressa meus cabelo foram para trás deixando meu rosto meu exposto. Baixei o rosto, olhando para o lado oposto, tratando de colocar meus cabelos no lugar. Senti meus olhos arderem, as lágrimas ameaçaram surgir; odiava esse olhos! A palavra ''deformada'' ecoava na minha mente. Senti minha raiva se sobrepor a minha razão, independente de qualquer coisa ela não tinha o direito de me tratar. Levantei minha cabeça, me permitindo ser levada pela minha ousadia, em passos rápidos e pesados, me aproximei dela. Meu coração parecia querer pular para fora dos meus lábios, a puxei pela gola da blusa. Ela me olhou, me desafiando a tomar alguma atitude.
Tive medo da minha voz falhar pois minha garganta estava doendo, como aquela sensação que tenho antes de chorar, mas a minha raiva mal me permitia pensar nisso.

— Escuta aqui sua, vadia! — Forcei as palavras entre meus dentes. — Se você está achando que pode se folgar para cima de mim, saiba que com a mesma facilidade que eu piso no chão, eu posso pisar na sua cara. — Com minha mão livre, segurei o punho dela com força a puxando para baixo. — Junta meu celular, agora!

Sua expressão passou de contrariada para debochada com rapidez.

— Vocês ouviram o que a deform... — dizia ela.

Antes que ela pudesse terminar, soltei a mão dela, meu punho fechado já estava a caminho do rosto dela, não me sujeitaria a ouvir algo assim novamente. Antes que minha mão pudesse, de fato, acertar o rosto dela alguém me segurou. Olhei com ódio para trás, e me deparei com o rapaz de hoje mais cedo, o mesmo que me ajudou chegar até a escola.



Notas finais.

A todas novas leitoras, obrigada por ter concluído o cap 3. Sejam bem vinda a viver a estória da Lili, do Meeth e do Moon <3

Obrigada!


Dyed Storm - Dois amores impossíveisOnde histórias criam vida. Descubra agora