Sentimentos.

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Todos os sentimentos de Lili vem há tona, e algo é esclarecido.

Eu não era uma pessoa sensível, mas hoje tudo estava me afetando e agir de forma indiferente estava me irritando.
Eu estava irritada comigo, por me importar com coisas bobas, e por me deixar ser dominada por sentimentos incertos. Estava me sentindo uma idiota que só fazia as coisas erradas.
Eu estava vulnerável e tudo, absolutamente tudo me estava me afetando.

Saí dos blocos passando pela entrada de vidro da frente, o sinal tocou mas eu ignorei. Fui para o lado esquerdo o oposto onde ficava a piscina, se fosse para o lado direito seria facilmente vista pelas pessoas da minha sala e provavelmente por Meeth.

Era fascinante como não havia ninguém fora dos blocos, mesmo quando tem aula, vários clubes esportivos ficam aqui fora.
Eu estava morrendo de frio.

Do lado esquerdo dos blocos, havia o campo de futebol ao ar livre, também o campo de basebol e de basquete. Continuei andando lentamente, pensei em ir em bora, mas meu tio havia dito que me buscaria hoje.
Nunca havia conhecido essa parte da escola, parei e fiquei olhando oque tinha a minha volta, essa escola era enorme a minha antiga escola era minúscula comparada a ela.

Ao pensar na minha antiga escola uma lembrança me veio a mente:

Um dia que fazia um terrível calor e os grilos cantavam alto, mal conseguíamos ouvir a explicação da professora de Matemática, mas eu e meus amigos não estávamos se importando, nós riamos quase tão alto quanto o cantar dos grilos.

Nossas casas ficavam a quase dois quilómetros da escola em uma pequena vila. Mesmo com o uniforme de verão morríamos de calor na idá para casa, mas não parávamos de rir nem por um segundo, tudo era engraçado. A distância longa de dois quilómetros, se tornava muito pequena enquanto estávamos juntos.
Eu nunca estava de mal humor ao lado deles.

Eu estava há quase uma semana aqui e ainda não havia notado até agora como a presença dos meus amigos fazia falta. Meus sentimentos estavam uma bagunça.
A saudade de casa e dos velhos amigos junto com o medo de perde-los, e também o medo de me sentir esquecida por quem me importava e também de perder aquilo que mal tinha, como a amizade de Moon e Gylla. Mas não conseguia evitar ter ciúmes de vê-los juntos, além de se sentir rejeitada por Meeth, e ser tratada sempre como uma criança por ele, fora que tinha certeza que ele não falaria mais comigo.

- Isso mesmo, Meeth nunca mais vai olhar para você. - Murmurei com um sorriso falso no rosto.

Quando me dei conta meu momento nostálgico tinha durando demais, minhas pernas já estavam cansadas de ficar em pé.

Continuei andando, senti algo quente escorrer pelo meu rosto, quando menos percebi estava em prantos.
As lagrima rolavam por meu rosto sem parar.

Me apressei, e passei pelo campo de baseball e me sentei no canto de uma das arquibancadas, coloquei minha bolsa do lado e abracei meus joelhos.
Sem conseguir evitar comecei a soluçar alto.

- Quero ser mais forte. - Disse entre os soluços.

Eu estava triste não sabia direito oque pensar, estava me sentindo rejeitada por Moon e Gylla, e principalmente por Meeth.
Ao pensar em Meeth meu peito doía.

- Por que doí pensar nele... - Disse em murmurio que até mesmo eu mau conseguia compreender.

Eu não me lembrava qual foi a última vez que chorei dessa maneira.

Eu me negava a acreditar que esse sentimento fosse real, e me negava a aceita-lo, mas eu já não conseguia mais evita-lo.

- Eu amo o Meeth. - Disse em meio ao choro com a voz rouca.- Eu o amo tanto...

Era tão doloroso e constrangedor dizer isso. Minha garganta estava doendo, sequei as lagrimas, tentando em uma tentativa falha parar de chorar.
Levei minha mão a minha cabeça por baixo dos meus cabelos, e encostei minha testa no meu joelho, eu era uma babaca.

- Idiota, idiota, idiota... - Disse repetidas vezes batendo minha cabeça em meus joelhos.

Eu me apaixonei por um cara que me vê como uma criança e briga comigo sem motivos e que me magoou, e o pior de tudo que nunca mais falaria comigo.

Ouvi o sinal para a última aula tocar, eu estava tão perdida em meus pensamentos que nem havia visto o tempo passar. Essa seria a última aula, eu tinha que parar de chorar estava chegando na hora do meu tio vir me buscar.

Peguei na minha bolça a minha toalha e da aula de educação física e meu espelho, sequei meu nariz, e após meu rosto.
Eu havia chorado tanto que nem mesmo borrões do delineador e do resto da maquiagem tinha, em compensação meus olhos estavam com bolsas enormes, e estavam totalmente inchados, eu estava horrível, e mesmo assim ainda não havia parado de chorar.
Meu celular vibrou, mais uma vez de várias outras anteriores.

Olhei para o céu nublado, e de repente todo o meu conhecimento e superioridade e talvez algum tipo de segurança que ainda me restava foram em bora, e choro que não cessava me faziam tentar entender do por que eu estava vivendo aquilo.
Enterrei novamente minha cabeça nos meus joelhos e fechei os olhos abraçando minhas pernas.

- Seu tio me falou que não vai poder busca-la hoje.

Quase em impulso olhei assustada para ver de onde vinha a voz.

- Meeth...

Notas Finais


Oi, caso estiverem gostando ou pretendem continuar a leitura, ficaria feliz que deixasse um comentário para me empenhar a continuar escrevendo.
Obrigada!

Dyed Storm - Dois amores impossíveisOnde histórias criam vida. Descubra agora