Concelhos.

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- De quem você gosta ? - Indagou Gylla.

- Sim. - Disse assentindo com a cabeça embora ela não pudesse ver.

- Nem sabia que você gostava de alguém. - Ela riu. - Você também nunca antes  tinha conversado comigo sobre meninos.

- É... - Concordei.

- Na verdade, você não fala muito sobre você .

Revirei os olhos. Não preciso sair contando minha vida inteira para as pessoas. Pensando bem, eu e Gylla somos bem o oposto uma da outra, nós viramos amigas por que ela começou a falar um monte de coisas sobre ela sem nem mesmo saber quem estava ao lado.

- E você fala muito sobre você! - Retruquei.

- Falo,  estamos tendo essa conversa por causa disso. Mas enfim diga logo de quem gosta.

- Talvez eu devesse ter dito antes. - Disse. - Mas não tinha certeza se confiava em você.

- Eu entendo. - Disse ela um pouco abalada. - Mas agora confia, é oque importa!

- Exatamente. - Concordei. - Gylla, não está com medo ?

- Medo ? Eu poderia dizer, ''dê quê ?'' - Contou ela. - Mas eu sei a quê está se referindo, mas se for o caso direi que tem bom gosto, e que vença a melhor. E também seria incrivelmente aceitável já que são amigos e ele é perfeito.

- Entendo, é um atitude muito respeitável e adulta da sua parte. O que sinceramente é estranho.

- Então você realmente... - A interrompi.

A voz dela estava soando tão abalada, acho que é melhor parar de tortura-la e dizer logo que na verdade eu gosto do Meeth.

- Eu gosto do Meeth. - Disse.

- Meeth ? - Indagou ela confusa. - Quem é ele ?

Eu abri um sorriso e permaneci em silêncio, logo ela se ligaria de quem estava falando Meeth não era um nome comum, tenho certeza de que apenas o professor de Matemática tinha esse nome.

- Para! Você está brincando comigo, por que estávamos falando dele antes.

- Não, é verdade. - Contei. - Eu não iria lhe dizer, não tinha certeza de que era confiável, você poderia espalhar para a escola inteira. Isso geraria uma complicação enorme para ele... e para mim claro.

Ela emitiu um grito eufórico do outro lado da linha, fui obrigada a afastar o celular para longe do meus ouvidos, não queria ficar surda.

- Quando começou a gostar dele ?

Eu me mexi na cama, aquela posição que antes estava ótima de repente ficou horrivelmente desconfortável. Fiquei de bruços, e agarrei meu travesseiro e coloquei meu celular a minha frente.

Eu pensei em deixar no viva-voz mais não seria nada bom se meu tio escutasse a conversa, todo cuidado é pouco!

- Não sei. - Respondi.

- Como não sabe ? É impossível não saber uma coisa dessas!

Balancei a cabeça para ambos lado em negação, embora ela não pudesse ver. Era verdade eu não sabia quando comecei a gostar e nunca parei para pensar, só sei que quando percebi já era tarde de mais.

- Quando me dei conta, já gostava dele. - Expus. - Foi tudo muito rápido.

- Mas gostar de um professor ? Lilian você não é uma criança, como pôde ?

- Eu não posso administrar de quem eu gosto! - Retruquei um tanto irritada.

- Mas gostar de alguém só pela aparência isso é mais do que infantilidade !

Dyed Storm - Dois amores impossíveisOnde histórias criam vida. Descubra agora