Recordações 1

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Cap na visão do Meeth.

Meeth.

Estava orgulhoso dela, Lilian não podia imaginar o quanto. Eu não sei como ela amadureceu tão rápido, mas com certeza estava mais altruísta e responsável. Apertei o corpo pequeno dela em meus braços com mais força, ela protestou querendo se soltar, mas permaneci daquela forma por mais alguns segundos.

— Seu cheiro é tão bom. — Esfreguei o rosto entre o pescoço e o ombro dela.

— Não consigo respirar... — Murmurou baixinho.

A soltei e me afastei o suficiente para olhá-la, ela lutou por mim e faria o certo para me ter em seus braços. Eu sabia que ela estava disposta a muito para manter o nosso relacionamento, isso me motivou a voltar com ela. Coloquei ambas mãos no rosto dela, levando os fios soltos de cabelo para trás. Aqueles olhos tão diferentes, não eram únicos apenas por sua bela aparência, eram tão distintos por sua inocência e puresa. Ainda com as mãos no rosto dela não deixei que desviasse o olhar, me inclinei o suficiente para lhe tocar os lábios com os meus, ela não se conteve e me abraçou. Era essa a única sensação que eu precisava sentir, o calor dos lábios dela e de seus abraços. Ela cessou o beijo e sussurrou com lábios ainda rentes aos meus:

— Eu te amo...

(...)

Após ter deixado Lilian em casa, segui para o apartamento de Betty. Quando cheguei na casa da minha ex noiva, ela já estava me esperando como disse que faria. Nunca me sentia desconfortável na presença, não depois de anos ano de convivência. Entretanto essa vez era uma exceção.

— Conversou com a Lili? — Indagou fechando a porta atrás de si.

— Lili? Justo você a chamando pelo apelido como se fossem íntimas?

— Ela não é tão ruim assim. — Deu de ombros. — Acho que nós nunca tínhamos parado para conversar, de fato, sozinhas. Até que eu gostei dela.

Arqueei as sobrancelhas e cruzei os braços enquanto a olhava assumir sua típica expressão de deboche.

— Eu sei, Meeth, isso é demais para você absorver.

— Duvido que qualquer pessoa no mundo goste do ex conversando o atual. É no mínimo muito estranho.

— Atual? Ambas não éramos suas ex namoradas?

Soltei um suspiro e cocei a nuca tentando aliviar a tensão.

— Tecnicamente sim.

— Tecnicamente... — Repetiu gesticulando para que eu me sentasse no sofá.

Assim que me sentei no sofá, ela fez o mesmo se sentando na poltrona da frente. Um silêncio constrangedor se estendeu no cômodo até que ela se levantou e indicou a cozinha.

— Que uma cerveja? Ou algo mais forte?

Me virei para olhar a sacada dela, queria confirmar se aquilo que eu vi ela bebendo do meu apartamento quando ela estava falando com a Lili, era mesmo cerveja. As diversas latas ainda estavam ali. Deduzi que ela esteve bebendo o dia todo, pelo visto ela ainda não tinha perdido o costume de beber para ter alguma coragem antes de uma conversa séria. Me voltei para ela dispensando a oferta e indicando o sofá, ela se sentou de forma hesitante.

— Não acha que podemos tomar decisões equivocadas se estivermos com as cognições alteradas pelo álcool? Está sóbria o suficiente para isso?

— Sim, estou. Esqueci o quanto você é chato com isso. Minha última cerveja foi há horas atrás.

— Espero que não esteja mentindo. — A olhei desconfiado. — Quem sugeriu essa conversa entre nós para você, foi a Lilian?

Dyed Storm - Dois amores impossíveisOnde histórias criam vida. Descubra agora