Consulta.

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Cap curtinho, mas na próxima quarta vou postar outro maior, aguardem! <3


"Você deve isso por você, para mim e até mesmo por ele. Precisa tomar coragem mais uma vez e enfrentar isso, Lili. Enfrentar ele, por todo o sofrimento que passamos. Você não seria cruel o suficiente por fazer alguém tão lindo como eu, e amável como você passar por tudo isso à toa, faria?"

As palavras de Moon, e o calor de suas mãos sobre as minhas permaneceram em minhas lembranças durante toda noite, roubando meu sono. Eu sabia que ele estava certo, mas o que eu poderia fazer se Meeth só me evitava? Até mesmo Drake estava fazendo o mesmo. Drake poderia me dar muitas respostas, respostas de perguntas que talvez eu nem fizesse mas precisava. Soltei um suspiro, lavei meu rosto com água fria, uma tentativa para amenizar as consequências de mais uma noite mal dormida. Só havia uma pessoa além dos dois que tinha as respostas, odiava ter que recorrer a isso, mas era preciso. Eu iria ver Betty.

Quando desci para o café, meu tio estava acordado já pronto para sair sentando em uma das cadeiras da mesa. Me sentei ao lado dele, observando Archie de avental enquanto passava o café e Adam preparando a mesa.

– Bom dia. - Saudei com certo humor. - Sabem o quanto isso é estranho?

– Bom dia. - Meu tio respondeu tirando os olhos do celular enquanto abria um sorriso. - Eu não diria estranho, mas sim inesperadamente bom.

– Se o Jhonny aprova então porque não? - Archie disse.

– Tio. - Corrigiu meu tio.

Archie assentiu com a cabeça.

– Não é muito diferente do que eu faço todos os dias. - Lembrou Adam. - Eu tenho três irmãos mais novos.

– Mesmo não tendo irmãos mais novos. - Archie fechou a garrafa de café. - Também não é diferente do que eu costumava fazer todos os dias.

– Por sorte ou azar, nunca soube como é isso. - Falei. - O tio nunca deixou eu preparar o café.

Meu tio soltou uma gargalhada.

– Bem, no menu da Lili temos algumas iguarias do tipo: café salgado, chá de temperos ou a minha favorita biscoitos de chocolates queimados com uma pitadinha exagerada de orégano.

Senti o olhar de reprovação dos meninos antes dos risos irromperem a manhã silenciosa.

– Lilian, você é péssima! - Archie disse ainda rindo.

– Não é uma das minhas habilidades. - Abri um sorriso sem graça.

– Não mesmo. - Adam concordou.

– Lili... - Meu tio esperou que todos se acalmassem. - Sobre os seus exames, vamos ir ao médico hoje assim que eu chegar. Para ver os resultados, tudo bem?

Assenti com a cabeça.

***

Quando meu tio chegou em casa, por volta das 17h, eu já estava pronta e juntos seguimos para o hospital. Eu nunca tinha estado antes no hospital da cidade, e o lugar me lembrava a minha mãe e a Katerina, não pude deixar de ficar deprimida. Meu tio deve ter notado, pois começou vários assuntos aleatórios enquanto estávamos na sala de espera.

Quando chegou minha vez seguimos para a sala do médico, o nome do Doutor era Igor, ele era careca e estava acima do peso, mas tinha um simpático sorriso.

Ele apertou minha mão, após a do meu tio em um breve cumprimento.

– Sua filha? - O médico indagou para o meu tio com olhos curiosos.

– Não. - Negou sorrindo. - Sobrinha, mas mora comigo.

– Ah! - O médico não escondeu o alívio. - Achei estranho, pois é tão novo.

– Bem ele sempre cuidou de mim, é quase como meu pai.

– Um pai novo e muito bonito. - Corrigiu de forma convencida.

Eu e o médico rimos. Me sentei na cadeira que doutor Igor indicou.

– Aqui estão. - Meu tio entregou os exames para ele antes de se sentar ao meu lado.

– Vamos ver o que essa mocinha tem. - O Doutor disse. - Senhorita Lilian, como esteve essa semana?

– Dor de cabeça constante, cansaço e indisposição.

Lembrei-me do ataque de ansiedade que tivera no dia anterior, mas não achava que precisava ser mencionado, não queria preocupar ainda mais meu tio, foi algo bobo. Meeth havia me dito que eu não deveria negligenciar a minha saúde, que deveria dizer esse tipo de coisa a ele, mas como poderia se ele não me dava oportunidade de comunicação?

Ele abriu o envelope e analisou os exames durante algum tempo.

– Como tem se alimentado? - O médico indagou.

– Normal, eu acho. - Revelei.

– Não. Ela come pouco, mas acho que no momento em que eu não estive perto acho que ela negligenciou isso.

– Trouxe o teste de diabetes?

– Ah, sim. - Meu disse se lembrando, ele abriu a bolsa e entregou para o médico.

Após alguns segundos observando o teste, ele olhou para mim e depois para o meu tio.

– Ela não tem diabetes, passou mal pois teve hipoglicemia que é frequente em pacientes com diabetes. É falta de glicose no sangue, o açúcar é a nossa principal fonte de energia, ao menos a de consumo mais rápido. - Ele olhou para mim. - Os principais sintomas são, enjoo, desmaios, confusão mental, palpitações, ansiedade, dores de cabeça, fadiga, sonolência, tremor ou visão embaçada, dentre outros.

– Você teve tudo isso? - Meu tio olhou assustado para mim.

– Alguns desses. - Cocei a cabeça com um sorriso sem graça.

– Vou te passar alguns compridos que vão ajudar aumentar os níveis de glicose no sangue. - O Doutor disse já digitando. - Mas é essencial que ingira alimentos ricos em glicose e vitaminas. Coma alimentos saudáveis e não pule as refeições, Lilian.

Assenti com a cabeça. Assim que terminou, ele assinou a folha entregou para o meu tio junto.

– Fique de olhos grudados nela. - Avisou.

– Vou ficar! - Meu tio olhou para mim.

Abri um sorriso.

No caminho para casa o tio passou em uma farmacia e além dos remédios me comprou uma barra de chocolate, que me obrigou a comer antes de chegarmos em casa, devo admitir que eu não odiei o gesto.

***

Os dias se passaram de forma lenta, e minha melhora foi gradual mas progrediu na mesma velocidade que o calendário, sem pressa. Embora os dias estivessem sendo entediantes, minha cabeça não deixava de formular hipóteses sobre o Meeth, Drake e Betty, a conclusão que eu tinha chegado parecia mesmo minha única opção. Terminei de passar o rímel, não podia .deixar que ela me visse acabada, seria só mais um motivo para ela me provocar.

– Uau! - Exclamou Adam, deixando um assobio escapar de seus lábios. - Está linda...

– Obrigada.

– Onde vamos? - Ele se sentou na cama animado.

– Só eu vou. - Contei.

Ele riu, olhei para ele e arqueei as sobrancelhas.

– Está falando sério?

Assenti com a cabeça. Ele ficou em pé e cruzou os braços.

– Preciso ir ver uma amiga. - Hesitei ao dizer a última palavra. - Betty.



Notas finais:

Comentários? Deixe um para me alegrar <3

Dyed Storm - Dois amores impossíveisOnde histórias criam vida. Descubra agora