Diagnóstico

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Acordei com o sol no rosto, estava suando. Tinha me esquecido como essa época do ano era quente. Me levantei e segui para o banheiro, levando comigo o soro. Fiz minhas higienes matinais e até tomei um banho com o que o hospital disponibilizará. Essas roupas de hospitalar eram horríveis. Uma camisa totalmente aberta atrás, com calção enorme.

Assim que voltei do banho, uma enfermeira adentrou ao quarto.

- Bom dia, Lilian. - Ela disse olhando para uma prancheta. - Você vai precisar de uma dieta bem rica.

- Bom dia. - Disse. - Parece que sim, anemia não é?

- Bem... isso você deve perguntar ao seu médico. Informei ao seu responsável quando o médico virá até aqui. Ele irá conversar com ambos. - Contou a enfermeira. - Até lá, apenas descanse, logo seu café da manhã vai chegar. Trate de comer tudo.

Assenti com a cabeça. Então, Meeth logo estaria aqui.
Liguei a TV, a julgar pelos programas que estavam passando, deveria ser por volta de nove horas. Assim que o café chegou, a moça que trouxe disse que voltaria para me certificar que eu comi. Chá, e sopa não eram minha refeição favorita, ainda mais quando não havia gosto algum, mas eu deveria fazer esse esforço.

A moça realmente voltou para ver se eu tinha me alimentado.

...

A porta do quarto se abriu, era Joey entrando no quarto.

- Quando desmaiou tinha muita gente perto. Não pude jogá-la no rio Neva. - Ele disse se aproximando. - Desculpe, era para nesse momento você estar curtindo o frio da morte, mas está aqui nesse calor...

- Você que me encontrou? - Indaguei. - Ainda não sei como vim parar aqui.

- Te encontrei desmaiada no parque. - Ele se sentou na cama. - Eu avisei que isso iria acontecer, estava bem claro. Você tinha desmaiado aquele dia, sorte que estava na escola, e dessa vez levou sorte que eu estava perto, de novo.

- Obrigada. - Segurei a mão dele. - Joey tem o maior jeito de garoto problema, mas na verdade é um anjo da guarda.

- Eu ia dizer que nada disso é de graça. - Ele disse segurando minhas mãos e chegando mais perto. - Mas a verdade é que quem lhe deve agora, sou eu, e para o resto da vida. Obrigado por tudo que fez.

- Relaxa, Jow. Somos amigos, certo?

- Nossa que intimidade forçada... - Ele disse parecendo estar com dor, com a mão no coração.

- Agora somos Best friends. - Falei forçando o sotaque americano.

Ele riu.

- Amigos apenas... e só de aparência, pois os americanos sempre ficam a espreita. E só são amigos de quem lhe trazem benefícios, ou quem não apresenta ameaça alguma. Como o Brasil.

- Não vou discordar. - Falei.

Ele se aproximou e me abraçou.

- Devo desconfiar disso? - Questionei rindo.

- Sempre. - Ele disse me apertando um pouco mais. - Mesmo, você fez algo por mim que eu nem sequer consigo expressar...

- Apenas não era justo o que a Chris estava fazendo. - Disse. - Imagino como você deve ter sofrido.

A porta se abriu. Era Meeth, e um médico.

Joey desfez o abraço e beijou a minha testa.

- Mais tarde eu volto. Aproveita para desmaiar agora que está em uma cama. - Ele disse, colocando algo em minha mão. - E não perca isso.

Dyed Storm - Dois amores impossíveisOnde histórias criam vida. Descubra agora