Simplório.

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Amei a imagem desse cap, achei tão fofinha <3 Boa leitura!

Ele me arrastou para fora do prédio em um silêncio torturante, deixei que seus dedos emaranhados nos meus de maneira gentil me levasse, estava sentindo que sem a força dele me guiando talvez eu não conseguisse dar os passos por conta própria. Precisava chegar em sua casa ou no carro dele, em qualquer lugar que eu pudesse sentar, deixar de sentir essa fraqueza que me consumia e faria minhas pernas cederem a qualquer momento. Quando entramos no estacionamento a baixa luminosidade, me fez ver estrelas, fechei os olhos sentindo o estranho gosto insosso da minha boca ser trocado pelo amargor. Ele abriu o carro me guiando até o banco do carona, impulsionando minha cintura para baixo para que eu me sentasse. Imaginei que ele estivesse com medo que fugisse, mas isso seria muito tolo da parte dele. Agi como ele queria, sem protestar me ajeitei no banco, jogando minha cabeça para trás, sentindo-a latejar.

Quando ele finalmente se sentou ao meu lado, o roçar de seus dedos sobre a minha bochecha foi quente, demonstrava toda a sua preocupação. Abri os olhos para ver seu semblante gentil mas apreensivo.

— Está pálida... — Observou aflito. — Você está bem? Como está se sentindo? Quer que eu ligue o ar condicionado? Está quente demais aqui, não é?!

Ele se apressou em ligar o ar condicionado, realmente estava quente ali, mas duvido que estava passando mal devido a temperatura. O carro não estava tão quente, na verdade estava mais fresco ali naquele estacionamento frio e submerso no concreto, do que lá fora ou no apartamento de Betty. Devo ter esgotado minhas poucas energias com todo o esforço que havia feito, na tentativa inútil de descontar minha raiva contra ele.

— Está tudo bem. — Forcei dizer as palavras que saíram roucas e fracas de meus lábios. — Acho que só preciso de algo doce...

O conhecendo, ele deveria ter algo no carro, e realmente tinha, Meeth me deu uma barra de chocolate que estava guardada no porta-luvas, me apressei em comer. Após algum tempo, senti que já estava melhor que antes.

— O médico disse que meu índice glicêmico anda muito baixo... — Contei. — Imagino que não soube, afinal não tem se importado comigo ultimamente...

Eu odiava ser dramática, porém não conseguia evitar, não quando ele simplesmente sumiu, não quando ele me ignorava sem dar explicações. Vi nos seus olhos como as palavras o magoaram, seu silêncio foi minha única resposta. Ele ligou o carro, e durante o caminho soube que não era até minha casa que ele estava indo. Permanecemos em um silêncio que não foi incômodo como os anteriores, pois o sono havia vindo sobre mim com força, apoiei a cabeça no banco e fechei os olhos.

(...)

Acordei em um sobressalto, olhei pelo vidro do carro me lembrando onde estava e reconhecendo o lugar. A grande placa colorida acima das paredes de vidro, exibiam as letras: Mag's. Olhei para o lado, e pude ver o semblante calmo dele a me observar.

Meeth, ainda estava de terno e com o óculos, ainda em sua máscara de professor. O terno preto e gravata de mesma cor conferiam ele uma aura séria.

— Não quis te acordar. — Explicou. — Você parecia muito cansada antes disso, e visto que sua glicose está baixa, ficar sonolenta é uma consequência.

Assenti com a cabeça.

— Que hora é agora? — Perguntei assustada me lembrando de Adam.

— Já passa das 17h.

— Preciso ir para casa. — Avisei pegando meu celular.

Adam iria me matar, ele me fez prometer que eu não demoraria. O tio iria brigar com ele, e a culpa não cairia sobre mim em nenhum momento, Adam confiou em mim contra sua vontade, me fez jurar que eu não me demoraria. Como eu consegui dormir tanto? Notei como minhas costas estavam doloridas por ter permanecido na mesma posição. Meeth riu do meu desespero, meu ex-namorado sem sombras de dúvidas era um sádico!

Dyed Storm - Dois amores impossíveisOnde histórias criam vida. Descubra agora