Distante.

281 23 28
                                    

Olá, moças. Boa leitura <3


Levantei cedo naquela manhã, tomei banho, fiz toda minha higiene pessoal. Finalmente tirei aquele vestido horrível de hospital, ontem em meio toda aquela confusão, aquela situação desesperadora, eu nem sequer havia reparado que havia saído na rua com aquilo, que era completamente aberto nas costas, só de pensar meu rosto fervilhava com a humilhação. As palavras de Meeth, a maneira como ele disse, como havia segurado minha roupa, vinha a minha mente de maneira automática e constante. "Se esqueceu como são a droga dessas roupas de hospitais? Abertas nas costas."

Observei no espelho o vestido caindo sobre meu corpo, o vestido que ele me dera. O chiffon branco, tinha sua bainha uma palmo acima dos meu joelhos, era justo até minha cintura, onde o tulle recaia estrategicamente sobre a saia do mesmo, ultrapassando o chiffon chegando até meus joelhos. Ele havia escolhido com cuidado, lembrará do meu gosto. Sabia que eu gostava especialmente das tiras bem finas acima do ombro.

Inspirei profundamente quando vi Meeth entrar no meu quarto. Ele parou na porta e me observou por um tempo, queria dizer algo para quebrar o silêncio desconfortável. Mas não tinha ideia do humor dele e não fazia ideia do que dizer.

- Gostou do vestido? - Ele questionou, abrindo um sorriso tímido.

Assenti com cabeça.

- Sabe, palavras costumam ser úteis nesses momentos. - Ele brincou se aproximando lentamente.

- Só nesses momentos? - Brinquei em resposta.

- Em alguns outros, é melhor serem deixadas de lado... - Ele abriu um sorriso maroto.

- Prefiro esses momentos... - Admiti, sorrindo.- Não sou muito de conversa.

- Sou obrigado a concordar. São os melhores momentos. - Ele indicou a cama. - Porém é mentira que não é muito de conversa...

Olhei para cama, ele fez um gesto com a mão, que maliciei instantaneamente.

Ele sorriu, e juntou as sobrancelhas.

- O que está pensando? Estou pedindo para que se sente!

- Foi exatamente o que pensei! - Menti, me apressando em me sentar.

- Eu te conheço, sei que sua expressão significava outra coisa!

- Não. - Neguei com a cabeça. - Isso tudo é imaginação sua.

- Claro, deve ser mesmo. - Ele disse com sarcasmos, se ajoelhando a minha frente. - Percebi ontem, que você não tinha trazido sapatos adequados para usar com o vestido.

Arqueei as sobrancelhas, conforme ele abriu uma caixa que eu não reparado que ele havia trazido quando entrou no quarto. Ele tirou as sapatilhas brancas com breves detalhes cinzas e com um laço grande turquesa, da caixa. Ele não se demorou ao despir meus pés e colocar minhas novas sapatilhas no lugar.

- São lindas. - Exclamei.

- São horríveis! - Ele brincou. - Comprei imaginando o seu conforto.

- São muito confortáveis. - Disse. Ele se sentou na poltrona à minha frente.- Imaginei que viria a noite conversar comigo...

- Eu iria. - Ele admitiu soltando um suspiro. - Mas levou tempo a conversa com os rapazes, e eu queria deixá-la descansar, hoje será um dia cheio.

Ficamos em silêncio por um tempo.

- Desculpa por ontem. - Resolvi dizer. - Não foi nada sensato da minha parte, percebi isso depois.

- Deveria ter ligado para mim na hora, mas quem fez isso, me avisar, foi Simon.

Dyed Storm - Dois amores impossíveisOnde histórias criam vida. Descubra agora