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Geto.

O dia esta uma bagunça, essa noite quase não dormi porque Anya simplesmente ficou vomitando, e eu fiquei preocupado, resultando em uma noite mal dormida.
Agora estou na empresa, não consegui ir com ela e meu cunhado para conversar sobre o bolo que vai revelar o sexo do nosso neném, mas sei que oque ela escolher vai ser uma coisa perfeita.

O trabalho esta cada vez mais complicado, muitos papeis para assinar, entrevistas para dar, rotina corrida, mas assim que minha mulher completar seu oitavo mes de gravidez, vou me afastar por um bom tempo. Quero estar presente no final da gestação e nos primeiros meses de vida do meu filho... a ajudando em tudo que precisar.
A tela de meu celular acende e vejo a foto de Gojo, pego o aparelho e coloco em meu ouvido.

— Oi.

— Cara, bateu o carro... — Arqueio uma sobrancelha — Bateram na gente, foi coisa minima, mas a Anya bateu a cabeça então chamei uma ambulância.

— Calma... Você bateu o carro? Com a Anya dentro? — Me levanto e saio correndo da minha sala.

— Bateram em mim, ela ta bem.

— Onde vocês estão? Ambulância demora, eu mesmo levo ela — Desisto de esperar o elevador e vou rapido para as escadas.

— Estamos na avenida principal, Anya parece meio desnorteada — Entro em meu carro — Ta vindo?

— Sim, vou desligar — Desligo a chamada e ligo o carro, saindo do estacionamento e pegando a rua que da para a avenida principal.

Anya sofreu um acidente... Anya e meu bebê podem estar machucados agora, que merda, eu juro que vou matar quem fez isso.
Paro o carro e o transito esta grande, respiro fundo e olho para a frente, a fila de carro segue por um bom espaço. Saio do veiculo e tranco as portas, corro por entre as pessoas e olho um pouco mais a frente.

São cinco carros no total, o ultimo que é uma van bateu nos outros quatro, reconheço o de Gojo como o segundo carro. Passo a mão em meu rosto e olho em volta, vendo o platinado junto de algumas pessoas, ele me encara e ando até ele.

— Você ta bem? — Encaro os machucados.

— To, não foi nada — Concordo — Estão atendendo a Anya ali no canto, tem um desses carros de socorro de emergência.

— Ta — Me afasto e ando até o carro que Gojo falou.

Algumas pessoas estão sendo atendidas, umas bem machucadas e outras com alguns cortes feios. Encaro dentro deles e ando até Anya quando a vejo, seus cabelos brancos estão levemente avermelhados do lado direito de sua testa.
Seus olhos vem até mim e suspiro aliviado, ela se levanta e caminha até mim, me abraçando, retribuo o abraço e beijo sua cabeça.

— Eu to bem — Concordo e percebo que estou chorando — Ei, estamos bem.

— Ta — Passo a mão em seu rosto e encaro o machucado.

— Levei três pontos — Sorri fraco — Eu não estou com dor ou sentindo nada de estranho com o bebê, mas falaram que é bom ir no médico.

— Então vamos — Seguro em sua mão — Quer que eu te leve no colo?

— Eu consigo andar — Ri e continuo a olhando — Tabom, pode me levar no colo.

Seguro em suas costas e passo o outro braço por suas pernas, a levantando estilo noiva. Gojo olha para a gente e acena, apenas continuo o trajeto mas paro assim que vejo os vários fotógrafos em nossa frente.
Apoio Anya no chão novamente e tiro minha jaqueta, colocando sobre seus ombros, sei que ela não gosta de toda essa atenção, e eu também não.

— Licença — Falo um pouco alto.

— Senhor Suguru... esta tudo bem?

— A senhorita Anya estava no acidente?

— A batida foi causada por eles?

— O bebê esta bem?

— SERÁ QUE DA PARA VOCÊS SAIREM DA PORRA DA MINHA FRENTE? — Todos arregalam os olhos — SIM, MINHA MULHER ESTAVA LA E SO VAMOS SABER SE O BEBÊ ESTA BEM SE VOCÊS PARAREM SER INTROMETIDOS.

— Amor... — Respiro fundo — Vamos.

— Por favor, saiam da minha frente — Um espaço é aberto e passamos por ele, observo todo o percurso que Anya faz, a analisando com cuidado.

Não gosto de perder a paciência, nem de gritar ou fazer escandalo, mas a partir do momento em que isso envolve a vida da pessoa que mais amo em todo o mundo, não sei oque fazer em relação aos meus atos.
Mas tudo bem, estou preparado para as entrevistas e as fofocas que irão sair na internet, serei sincero e falarei sobre o quão ruim é eles preferirem saber de nossas vidas ao invés de deixar que passemos e seguir caminho para um hospital.

O caminho inteiro é silencioso, encaro minha mulher a cada segundo e vejo pequenas expressões de dor as vezes, oque ja me deixa nervoso, não sei se a cabeça doi ou se é algo aver com o bebê, mas não quero perguntar, tenho medo da resposta.

Paro em frente ao hospital e saio rapido do carro, abro a porta e estico a mão para ela, vendo que segura e sai de vagar, apoiando a mão em sua enorme barriga. Entramos e deixo ela sentada enquanto me aproximo de uma das recepcionistas.

— Oi, minha mulher se envolveu no acidente que aconteceu agora pouco, quanto quer para atender ela na frente de todos que estão aqui? Ela esta gravida.

— Bom senhor, ela ja seria preferencia mesmo por estar grávida, o valor conversaremos somente no final — Ela sorri — So me entrega a identidade dela por favor.

— Claro... — Por favor, que meu filho esteja bem, que Anya esteja bem.

Continua...

Somente amigos? || Suguru GetoOnde histórias criam vida. Descubra agora