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A conversa foi surgindo naturalmente, é como se nunca tivesse ido embora, estar com eles era como ser uma adolescente de novo. A pizza chegou e estamos todos comendo jogados no chão da sala, Gojo conta do ultimo encontro desastroso que teve.

— E você maninha, como foi a vida amorosa em outro país? — Respiro fundo terminando de engolir o pedaço de pizza que estava em minha boca.

— Eu não sei, foi estranho — Dou de ombros — Tive so um namorado, e foi horrivel.

— Porque? — Geto me encara.

— Acho que eu queria coisas que ele não poderia fazer, tipo, ser romântico — Mordo outro pedaço da pizza.

— Se ele não era romântico, porque começou a namorar com ele? — Meu irmão me olha com uma sobrancelha arqueada — Você gosta de homens românticos.

— Ele era legal, no começo me tratava bem, ai depois mudou e eu terminei — Sorrio — Estou a quase um ano sem ninguém.

— Credo, você não é minha irmã não — Sua cara é de decepção — Eu não fico nem uma semana sem uma mulher.

— So mulher? Você é meio boiola — Geto falo e me ajeito olhando para meu irmão — Não contou para ela?

— Quieto, Suguru — O moreno sorri.

— Então, semana passada seu irmão falou que teria um encontro — Se vira para mim — E eu vim de manhã aqui para pegar alguns papeis, normal, sempre volto aqui — Concordo — E um homem desceu.

— Um homem? — Seguro a risada e Gojo está emburrado no canto.

— É, era um garoto, devia ter uns vinte anos — Fala rindo.

— Gojo... que isso? — Meu irmão revira os olhos.

— Tem buraco — Da de ombros fazendo eu e Geto rir — E porque não falamos da sua antiga namorada, em? — O moreno para de rir.

— Teve namorada, geto? — Me olha sério — Porque terminaram?

— Ela inventou que teria um filho meu — Arregalo os olhos — Mas não era.

— Credo, pesou um pouco o clima, so eu acho engraçado que ele foi corno? — Meu irmão divide seu olhar entre nos dois — Parem de se encarar seus estranhos.

— Ta... meu antigo namorado era broxa — Sento direito e os meninos ficam em silêncio me encarando, olho para eles e começamos a rir alto. Geto e Gojo caem para trás rindo — É engraçado para vocês, para mim foi horrivel.

— Tadinha da minha irmã... não tem sorte mesmo com homens — O platinado se senta limpando a lagrima que escorre — Oque acha disso, Geto?

— Acho que é pior do que ser corno — Continua deitado no chão — Quantas aventuras em, Anya?

— Aventura? Eu chamo de depressão — Termino meu pedaço de pizza — E prefiro os de olhos puxados.

— Não gostou dos americanos? — Encaro meu irmão — Tabom, tabom, podemos te arrumar alguém se quiser.

— Podemos? — O moreno se senta.

— Não quero não, obrigada — Me levanto — Vou pegar alguma coisa para beber, querem?

— E se formos no mercado? Ai compramos bebida — O platinado pula sorrindo — Vai Geto, levanta levanta, mercado mercado — Sobe as escadas rápido.

— Ele ta pior do que quando era adolescente — Falo para o moreno que se levanta e vem para minha frente.

— O trabalho ta afetando o cérebro, coitado — Dou risada e continuo encarando o homem.

— Vou vestir uma roupa mais quente — Ele concorda e subo as escadas.

Entro em meu quarto indo até o guarda roupa, pego uma calça de moletom preta, uma camiseta e um moletom também preto. Me visto e coloco a meia e um tênis. Prendo meu cabelo em um rabo de cavalo e desço, os dois estão parados na porta olhando para o nada.

— Vão querer comprar oque? — Falo e eles me olham.

— Oque você bebe? — Gojo pergunta e Geto apenas me encara.

— Vinho, gosto de vinho — Sorrio e saio do apartamento indo até o elevador, meu irmão fecha a porta e os dois me seguem.

— Vinho? Coisa sem graça, nenhum whisky? — Encaro o mais alto — Tabom, vinho então.

O elevador desce e saimos, decidimos que não vamos de carro para aproveitarmos o caminho igual fazíamos antigamente, os dois idiotas andam se batendo, Gojo faz isso em mim também, mas Geto me segura.

— Lembra quando você foi atropelada aqui, Anya? — Ele ri e olho para a rua.

— Quando você ficou rindo e o Geto desesperado? Lembro sim, idiota — Reviro os olhos.

— Foi so uma bicicleta, por isso eu ri — Se defende.

— Quebrei meu dedinho — Olho para Gojo que ri e sorrio virando meu olhar para Geto, que me encara — Que foi?

— Nada, é que foi estranho depois que você foi embora, parece que agora estamos rindo igual a antes — Sorri.

— Verdade, eu fiz uma festa depois que você foi embora — Meu irmão abre a porta do mercado — Você fez muita falta. Geto mesmo não quis sair do quarto, ficou lá parado com umas cervejas, super depressivo.

— Cala a boca, Satoru — Andamos até a parte das bebidas — Pode ser esse vinho? Ouvi dizer que é bom — Concordo — Vamos pegar umas cervejas também.

— Cerveja, uma coisa boa — Meu irmão pega três caixinhas — Pronto, so um pouco.

— Você vai ficar bebado — Da de ombros — Não vou cuidar de você.

— Tudo bem — Me entrega as cervejas e vou para o caixa e o homem me olha.

— Boa noite, moçinha, vai ser so isso mesmo? — Concordo — Vai fazer uma festa é? Vai ser aberta?

— Não, não vai — Geto coloca meu vinho na bancada — Vai ser privada.

— Ata — O recepcionista responde e fala o valor para o moreno, entregando as coisas para ele.

Pego as sacolas para sair, mas o moreno as toma de minha mão, olho para dentro do mercado procurando meu irmão mas não o encontro, saímos e vejo Gojo conversando com uma mulher, ele esta claramente dando em cima dela, e a mulher parece adorar isso.

— Satoru Gojo, vamos embora — Geto o puxa pela blusa — Você nem conhece ela.

— Vai acabar pegando doença desse jeito — O platinado bufa.

— Vocês dois são tão iguais que deveriam se casar — Mostro a língua para ele que devolve — Ai que canseira, quero beber, zoar e dormir, so vai ser triste não ter nenhuma mulher lá.

— Não fala assim — Cruzo os braços — Eu vou estar lá.

— Queria alguém para mim — Faz bico — Dormir sozinho é ruim.

— Acho que ele esta te convidando para dormir com ele, Suguru — O homem encara meu irmão.

— Sai fora — Dou risada e meu irmão o olha incrédulo.

— Pelo menos sairia dessa seca de anos que você esta.

— Pegou pesado — Dou risada da discussão dos dois, não me incluo no assunto, apenas sigo o caminho.

Continua...

Somente amigos? || Suguru GetoOnde histórias criam vida. Descubra agora