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Meu plano já estava quase todo concluído, só precisava do alvará da Pia e a vontade do meu bebê de vir ao mundo. As crianças estavam na escola ainda, Gabriel chegou em casa soltando fumaça pelo nariz. Estava completamente inquieto, ele mudou drasticamente depois que descobriu que os gêmeos não eram seus filhos biológicos. A esposa que tanto amava e venerava , praticamente colocava ela em um pedestal era uma infiel, assim como eu. Eu tive pena dele, eu e Roseli destruímos um bom homem. — Aquele preto filha da puta estava lá, de conversinha com a Pia. Pela forma que pareciam íntimos, pensei até que ela estava mudando de partido e eu não me admiraria já que ele parece tanto uma mulher.— folgou no gravata e abriu alguns botões de sua camisa.— O combinado era aquele maldito só fazer as doações e ver um garoto lá, que por pura falta de neurônios era fã dele. Derci para o estacionamento e lá estavam eles. Gabriel gritava caminhando de um lado para o outro, passando frequentemente as mãos no cabelo . — Quem ?— fingir que não sabia de nada porém eu estava festejando por dentro. — O seu amante!— berrou vindo pra cima de mim.— Foi lá no hospital procurar por mais um garotinho frágil para ele comer. Pedófilo maldito. — Que coisa horrível de se falar Gabriel.— me atrevi a falar.— Ele jamais faria isso. Ele não é e nunca foi pedófilo. — Vai defender ele é? Sua vadia.— me puxou pelos cabelos me chacoalhando fortemente. — Senhor, por favor.— Abigail eu pedia apavorada.— Pode machucar o bebê. — Por mim essa desgraça de bebê já estava morto.— e me empurrou no sofá. Senti algumas dores fortes e pedir ajuda para Abigail, ela me ajudou a subir para o sótão. Gabriel só permitiu que a Abigail continuasse trabalhando conosco porque ela sabia demais e poderia acionar a polícia ou algo do tipo, sem contar que as crianças adoravam ela e já que eu não estava presente para cuidar das crianças, só restava a ela. — Tudo vai ficar bem Melissa.— Abigail me deitou na cama com calma. — Vai sim.— sorri para ela que com certeza minha entendeu. Ela sabia de todo o plano. Repousei e comecei acariciar a minha enorme barriga cantando " you are My Sunshine". Eu havia sido bem clara na carta que escrevi para Michael. Ele precisava acreditar em mim para que tudo desse certo. Por duas vezes dopamos Gabriel com Clonazepam para que a parteira viesse fazer um exame de toque. O bebê precisava estar encaixado de forma correta para que eu pudesse ter um parto normal em casa, caso não, eu precisaria pensar em um plano B. O plano B seria uma cesárea em uma clínica confiável, que Gabriel não fazia ideia que existia. Já que Gabriel tirou todos os meios de comunicação da casa, Abigail era o meu pombo-correio entre eu e Pia, usávamos a mochila Mitch para esconder os bilhetes que trocávamos. O plano era o seguinte, sintomas de parto. Tampão mucoso saiu, eu sabia que chegaria a hora, a bolsa iria romper. A parteira morava bem perto. Se por acaso o Gabriel estivesse em casa, a Abigail iria dopa-lo com uma dose mais alta no suco. Se ele não estivesse, Pia pediria para que o mesmo cara (Theo) que cortou a fiação da outra vez, cortasse de novo e Pia viria me ajudar. Eu teria a minha filha ou filho de todo jeito, eu não sei se criaria ele ou ela nos primeiros anos de sua vida, eu precisava me livrar de Gabriel que estava mais louco que nunca. Eu também não poderia abandonar os gêmeos com um pai maluco e simplesmente ir embora. Eram meus filhos também. Então, optei em entregar o bebê para Michael. De fato era a melhor opção, meu filho ou filha estaria em mãos de um ótimo pai e cresceria feliz com o seus irmãos. Até quando? Eu não sabia. Mas já tinha certeza de que o jatinho particular estaria no local indicado que combinamos no dia e no momento certo. Levariam o meu bebê com segurança e seria acompanhado por médicos. Michael tinha poderes Para chegar com o bebê em casa e dizer a todos que era fruto de uma inseminação artificial. Registraria o mesmo e pronto. Esse era o plano. Eu morreria um pouco todos os dias sem o meu bebê, mas eu precisaria manter os gêmeos em segurança. Gabriel poderia fazer muitas coisas que prejudicariam muitas pessoas. A mim, ao Michael, a Abigail, a própria irmã e até mesmo aos filhos, já que agora ele sabia que ele não eram seus.
