Reconciliação

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Narrador

Depois que Jackson saiu da sala de Gabriel, o mesmo tomado pela dor da traição começou a quebrar tudo que havia ali. Gabriel estava transtornado, a ira lhe consumia de dentro para fora , se por acaso visse Melissa e sua frente naquele momento ele seria capaz de fazer uma grande besteira.
Tina, a secretária de Gabriel, apareceu na sala terrivelmente assustada, ficou ainda mais quando se deparou com a sala destruída.
— Senhor Cross, o que tá acontecendo aqui ?— perguntou olhando tudo.— Deus.
— Eu quero ficar sozinho Tina, por favor.— pediu sem olhar para a mulher.— Cancele todas as reuniões, eu não estou bem.— fungou e escorou-se na mesa ditando o envelope deixado por Michael.
— Mas senhor, hoje tem a reunião importante com a nova marca, eles...
— Remarque, eu não estou com cabeça. Agora saia, por favor.— fechou os olhos e respirou fundo.— Não quero ser grosso com você e nem com ninguém.
A secretária saiu e fechou a porta, Gabriel caiu no choro. Rezava para que tudo aquilo fosse apenas um pesadelo, mas não era. A realidade estava ali, impressa em fotos recentes quando abriu o envelope. Melissa e Michael na casa de Abigail como um casal apaixonado, as fotos dos SMS impressos numa folha A4. Neles, Melissa se declarava para Michael, dizendo para ele coisas que nunca ouviu da boca dela. Gabriel estava certo, claro que Melissa amava Michael como nunca jamais seria capaz de amá-lo.
Gabriel pegou uma garrafa de cachaça e começou a beber trancado em sua sala, pensando em qual passo daria dali pra frente.

Michael também estava desolado no banco de trás do carro, Banco esse que várias vezes fez amor selvagem com Melissa

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Michael também estava desolado no banco de trás do carro, Banco esse que várias vezes fez amor selvagem com Melissa.
— Eu quero vender esse carro!— Falou para o motorista e o segurança que estavam na frente.— Ou melhor, coloquem em um leilão e com dinheiro arrecadado doem para uma instituição de alcoólatras. Talvez posso parar por lá algum dia.— riu sem humor enchendo o copo de uísque.
— Tudo bem senhor, faremos isso.— Ronald assentiu.
— Obrigado!— virou o copo de uma só vez fazendo careta quando sentiu a bebida queimar.

Já estava anoitecendo quando o Michael resolveu ligar para Melissa com o seu papo e enigmático sobre "obra de arte falsa", ele estava decidido que aquela seria a última vez

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Já estava anoitecendo quando o Michael resolveu ligar para Melissa com o seu papo e enigmático sobre "obra de arte falsa", ele estava decidido que aquela seria a última vez.
Suas malas já estavam prontas no carro, as crianças estavam com Grace o esperando. Michael pediu que Rodney chamasse um táxi para entregar um embrulho na casa de Melissa. Era o anel que pediria ela em casamento e uma carta. Foi feito o que ele pediu assim assim Michael seguiu.
No jatinho particular, Michael escrevia em um bloco de notas sobre a dor que Melissa lhe causou, ela era dilacerante. Paris e Prince dormiam profundamente, e Grace olhava para Michael com dó, nunca vi o seu chefe tão triste daquele jeito.
— Ela tinha uma família.— falou em voz alta.— Tinha uma família.
— Senhor, foque em coisas boas.— Grace suavizou a voz.— Ficar revivendo essa dor não lhe fará bem.
— O pior é que aquela mulher foi mais sádica que eu, ela... ela me destruiu Grace, eu... eu ainda a-amo.— deixou as lágrimas caírem.
Grace soltou-se do cinto e levantou, sentou-se na poltrona ao lado de Michael.
— Você vai esquecê-la logo.— segurou na mão do seu chefe.— Vai entender que ela não lhe merece, na verdade ela nunca mereceu.— olhou nos olhos dele.
— Estou tentando fazer disso uma verdade.— segurou a mão da mulher que estava ali.— Estou tentando.
— Pode ter a mulher que quiser senhor, és um homem incrível, lindo e se me permite dizer, muito sexy.— envergonhada ela abaixou os olhos.
— Eu? Sexy?— gargalhou.— Eu quem quase sequei o litro de uísque e você quem fica bêbada.
— Eu falo sério.— olhou profundamente para o homem porque quem era perdidamente apaixonada.— Olha só para o senhor.
Michael fitou os olhos de Grace por alguns segundos, ela sempre estava lá por ele . Era além de uma babá maravilhosa para os seus filhos, como também era uma ótima amiga e confidente.
— Não Grace, posso ter sido há muitos anos atrás, agora não passo de um coroa manchado, derrotado e...
— Não diga isso.— levou a mão ao rosto dele com carinho.— O senhor é perfeito.
Michael olhou para a Grace e levou suas mãos ao rosto dela, lentamente as bocas foram se aproximando e o beijo aconteceu.
Naquela noite, Grace e Michael tiveram a primeira noite juntos em Neverland.

Gabriel já estava em casa, pediu para que a Abigail fosse passear no parque com as crianças e depois levassem elas para casa dos seus pais. Ele queria ter aquele momento ações como Melissa. Ela ainda não havia chegado .
A campanha tocou, era o taxista com o embrulho em nome de Melissa. Ele recebeu e entrou com a caixa nas mãos. Suspirou e decidiu abrir, viu o anel e uma carta escrita a mão.
" Por que você foi tão suja? Por que você foi capaz de destruir dois homens que lhe amavam ? As perguntas são tantas, mas eu prefiro dizer que eu estava disposto a pedi-la em casamento Melissa. Eu passei por cima de todos os empecilhos que me impedia de ficar com você. Eu só queria amar você, cuidar de você, lhe ter em minha vida até o fim dela. Mas você foi desleal e destruiu tudo mais uma vez. Você tem em suas mãos o poder de acabar com tudo. Hoje posso lhe dizer com toda certeza do meu coração, eu nunca mais quero vê-la ou sequer ouvir a pronúncia do seu maldito nome. A culpa de toda essa merda que aconteceu foi sua, unicamente sua. Que essa culpa lhe consuma eternamente! Ass: seu brinquedo."

Melissa estava ali, diante de Gabriel com lágrimas nos olhos. Jogou as fotos dela com Michael em seu rosto.
— Gabriel... eu posso explicar... eu...— começou a chorar compulsivamente.
— Não precisa explicar nada, ele fez questão de ir até lá, na empresa e deu detalhes sobre tudo. Só faltou me dizer como socava o pau em você.— Gabriel gritou.
Melissa estava chorando olhando as fotos caídas no chão.
— Você não presta Melissa.— se aproximou dela com olhos de raiva.— Eu sinto vontade de lhe matar.— agarrou no pescoço da mulher e apertou.— Sua vadia.
Por mais que estivesse desesperada por toda a situação, Melissa ficou excitada com a asfixia. Era incontrolável, é como se tivesse sido feita para aquilo.
— Me perdoe, eu... — tentou falar.
— O que você queria?— soltou ela bruscamente.— Queria mesmo ficar comigo e com ele?
— Gabriel, nosso casamento não estava bem, eu sei que nada justifica a minha falta de caráter mas...— procurava por fôlego.
— Eu lhe dava tudo Melissa, tudo, eu atendia a todos os seus caprichos, eu lhe dei os meus filhos...— gritou.
— Eu sei, eu sei.— chorando sentada na cama.— O que eu fiz não tem explicação. Eu realmente errei, eu trair você, trair ele, trair a mim e as crianças.— assumiu.— A pior parte é trair a si mesma. Se quiser acabar comigo, faça isso. Eu não vou impedir. Me mate se preferir.
— Matar você seria fácil demais Melissa, você merece viver com essa culpa o resto da sua vida.— Gabriel pegou o embrulho do bolso e jogou pra ela na cama.— Ele mandou lhe entregar.— Gabriel se retirou do quarto deixando Melissa aos prantos.
Melissa chorou ainda mais quando leu a carta deixada por Michael e o anel lindo e caríssimo. "Não, não, não... — ela socava o travesseiro.— "Eu te amo Michael, eu te amo."— apertava a carta em seu peito.

Quase um mês se passou, Gabriel decidiu não se divorciar de Melissa, amava ela de uma forma doentio para fazer isso. Ele também já tinha traido a esposa algumas vezes, então decidiu abafar toda situação e tocar seu seu casamento como se nada daquilo tivesse acontecido. Melissa também tentava esquecer tudo o que aconteceu mas o amor por Michael ainda estava dentro dela, vivo e indestrutível. 

Era um sábado ensolarado, Melissa e Gabriel estavam no quintal da casa dos pais dele em um almoço tranquilo. Comem comemoravam o aniversário de  Pia, irmã mais nova de Gabriel.
— Eles estão enormes Gabi, eu estou impressionada.— Pia observava os gêmeos correrem em volta da árvore ali perto.
— Sim, eles não param.— Gabriel sorriu.
— Está mais que na hora de dar um irmãozinho para eles.— Pia olhou pra Melissa que se engasgou com o suco.
— Eu também acho. Quero ter muitos netos.— Ana, mãe de Gabriel sorriu olhando para o casal a sua frente.— Seria ótimo ter a casa cheia.
— Não mamãe, eles ainda estão pequenos.— Gabriel sorriu.— Pia, você sim quem deveria dar netos para nossa mãe.— tomou um gole do vinho.
— Não gosto de reprodutores masculinos e vocês sabem disso há anos.— fez todos gargalharem.
— Mas pode adotar, filha.— Victor, pai de Gabriel aconselhou.
Melissa se retirou da mesa rapidamente , mais uma vez senti-se enjoada e correu para vomitar. Isso vinha acontecendo nos últimos dias.

Sagrado Amor Profano ( +18)Onde histórias criam vida. Descubra agora