Sexo e Cordas

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   Santa Bárbara, Neverland

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Santa Bárbara, Neverland

— Eu não acredito que você vai, Lisa!— Tentei manter o tom da minha voz o mais calmo possível possível.
— Eu já conversei com você.— Lisa fechava o zíper de sua grande grande mala.
— Aquilo não foi uma conversa, você simplesmente me impõe sua vontade e quer que eu aceite goela abaixo.— caminhei até a janela e vi o carro esperando por ela.
— Eu explicei que é uma viagem importante para as crianças, e eu quero estar junto com elas. A Riley está empolgadíssima.
— E você não pode ir só com os seus filhos? tem mesmo que ir com seu ex?
— Michael.— Lisa caminhou até onde eu estava e abraçou meu corpo.— Eu sei que gato escaldado tem medo de água fria, mas não é porque trai ele com você que vou fazer o mesmo com você.
Eu não falei nada, apenas apertei a minha mão no vidro da janela , sentindo a raivaformigá-la. Lisa era uma mulher difícil, não me preenchia da forma que eu esperava que fosse, me deixava instável e irritado por me roubar o controle. Eu detestava ficar a mercê dela, aquele não era o verdadeiro Michael.
— Faça uma boa viagem!— Soltei seus braços do meu corpo e sai do quarto.

No começo, o nosso casamento foi perfeito . Aquela mulher fazia qualquer coisa pra me agradar. Cedia, implorava e me permitia ser uma boa parte de mim. Eu vinha de um relacionamento conturbado com uma mulher, tinha apenas alguns interesses e ela acabou confundindo as coisas, tentou contra minha vida e me ameaçou com fotos das coisas que fazíamos. Agora Emily Byrro encontra-se internada numa clínica psiquiátrica em Los Angeles. Ela tem sérios problemas psicológicos.
O relacionamento com Lisa veio em uma boa hora, conhecer e se apaixonar por ela foi fácil. Ela ficou ao meu lado quando as acusações injustas vieram e nada me tira da cabeça de que foi pura armação de Emily , já que me prometeu vingança. Uma vingança insana e injusta, só porque deixei claro que eu não queria um relacionamento com ela. Bem que dizem que quando uma mulher rejeitada ela se torna pior que o diabo.

Sentei no banco de trás do carro e dei comando pro meu motorista assim que Lisa saiu . Queria encher a cara. A fama tinha o seu preço e eu não poder levar uma vida normal era um deles.
Enquanto observava a paisagem lá fora, me perguntei onde aquele casamento em crise iria parar, já que quando não estávamos fedendo, estávamos brigando e pra completar a maravilha, Lisa incluía greves de sexo.
" Ah o Michael de três anos atrás..." pensei.
Busquei em minha mente alguém com quem eu pudesse buscar ajuda para me distrair, os irmãos Cássio não seriam uma boa companhia, não naquela situação. Meus irmãos sempre estavam ocupados e os outros adultos que me restavam só falavam de negócios e outros, eu não estava com vontade da companhia naquela noite.
Lembrei de Melissa, sempre conversávamos quando tínhamos um tempinho, era sempre bom. Ela é uma ótima ouvinte e conselheira, quando me disse que curso faria, gostei bastante mas ela seria perfeita em psicologia.
Dei ordem pra David e ele seguiu rumo a casa de Melissa, pedi a Deus que Dominic não estivesse lá, assim poderíamos conversar mais à vontade.
Quando o carro parou em frente a casa dela, David desceu primeiro pra tocar a campainha e logo ela abriu a porta. A rua não estava movimentada, e dão desci com pressa e entrei na residência.
Melissa parecia surpresa me olhando um pouco sem jeito.
— Me perdoe aparecer assim, sem avisar.— falei retirando o chapéu.— Tem algum problema?
— De jeito nenhum.—Melissa encolheu o corpo, talvez sentindo-se desconfortável com suas vestes minúsculas que fiz questão de não reparar.— Fique a vontade.
— Já estou familiarizado com sua aconchegante casa de boneca.—Sorri enquanto acompanhava ela até a entrada da sala.
Eu já tinha ido lá algumas vezes, eu gostava da paz e doçura que a casa de Melissa me passava. Ela usava um aromatizador com cheiro de algodão doce que eu adorava, era tão único. Passei a apelida-la de "Sweet Child". Ela não gostava muito, achava que eu infantilizava ela.
Lisa nem podia sonhar que já vim aqui algumas vezes, ela me mataria já que morria de ciúmes de Dominic, já tentou demiti-la algumas vezes, mas a dançarina era perfeita demais. Lisa também passou a ter ciúmes de Melissa, mas nada muito grave.

— Vou me trocar e já volto. Com licença.—Melissa praticamente correu pro quarto.
Me sentei no sofá admirando a sala, tocava "Paul Anka" baixinho na vitrola ao lado da TV. Quando arriei o meu chapéu ao meu lado no sofá, vi um livro aberto, estava mais da metade lido. Minha curiosidade me fez pegar e lê o título, talvez eu já pudesse ter lido também. "Sexo e Cordas, BDSM". Senti meus batimentos cardíacos acelerarem, automaticamente meus pensamentos foram direcionados aos meus fetiches e as tão amadas práticas. Eu amava o palco tanto quanto amava o BDSM, me preenchiam.
— Voltei, você quer... —Melissa calou-se e voltou um passo atrás ao me vê segurando o livro.
— Nunca imaginei que gostava desse tipo de literatura.— devolvi o livro no lugar onde estava.— A propósito, acho que nem idade pra lê esse tipo de coisa você tem.
— Sou maior, esqueceu?— Melissa veio em minha direção com as bochechas coradas.— E gosto de lê sobre tudo.— sentou-se ao meu lado colocando o livro pra longe.
— Tem coisas que não são pra você, sweet child!— dei um leve tapinha em seu joelho.
Ela revirou os olhos e bufou.
— Quem decide isso não é você.— empinou o nariz me fazendo ri,
— Tudo bem, tudo bem.— ergui minhas mãos como uma redenção.— não falo mais.
— Acho bom mesmo. De repente eu goste de ser amarrada e acoitada.— Melissa passou a língua nos lábios sem me olhar.
Nem consigo explicar o gatilho gigantesco que me ativou. Apertei forte o braço do sofá sentindo o meu pau dar os primeiros indícios de uma ereção. Porra! Não. Eu não podia fantasiar aquilo com ela, era uma menina praticamente. Me culpei tanto.
— Melissa... —Puxei o ar.— Eu queria conversar um pouco.— cruzei as pernas e puxei uma almofada pro meu colo.
— Sou todo ouvidos.— virou-se para mim fixando seus olhos nos meus.— Quer beber algo?
— Acho que preciso de uma taça de vinho.— Amarrei meus cachos para trás.
— Eu vou buscar.— Melissa levantou-se.
— A Dominic não está ?
— Não, ela saiu mais cedo. Não volta mais hoje.—Caminhou pra cozinha lentamente, desviei o olhar pra sua bunda.
Eu estava desejando Melissa como desejo uma mulher, na minha cabeça aquilo era totalmente errado. Por mais que ela já fosse maior de idade e madura psicologicamente, eu não podia. Mas que porra. Sem contar que sou casado, talvez não tenha sido uma boa ideia ter vindo aqui.
— Aqui!— Melissa me fez despertar dos pensamentos me entregando a taça já cheia até a metade enquanto segurava a garrafa com a outra mão e a sua taça entre seu braço e sua costela.— Acho que não chega nem perto daqueles caríssimos que você costuma tomar, mas...
— Eu não me importo com essas besteiras, Melissa.— disse enquanto segurava a taça.
Mais uma vez Melissa sentou-se ao meu lado e serviu-se. Colocou a garrafa entre nós e ergueu a sua taça.
— Ao BDSM!— Sorriu.
Mas que diabos aquela menina está fazendo ? Ela só pode está me testando. Seria Melissa uma envida por Emily? Entrei em parafuso com minhas paranóias.
— O que quer dizer ?— era minha vez de sondar o território.
— Bondage, Disciplina ou Dominação, Submissão ou Sadismo, Masoquismo.— sorriu satisfeita.— Acho que você deve conhecer.
— Porque eu conheceria?— levei a taça a boca.
— Lhe acho muito inteligente senhor Jackson.—Melissa deu um gole no vinho.
— Obrigado pelo elogio mas isso não significa que eu saiba sobre tudo.—Dei os ombros.— Enfim... A Lisa realmente viajou com os filhos e o ex.
— Mesmo depois de você ter exposto a sua opinião?
— Exatamente.—Assinto.— Está bem complicado.
— Mas o que lhe faz ficar contra essa situação? Tirando a opinião da mídia.
— Não gosto do Danny Keough.— comecei a explicar o meu ponto de vista enquanto tomávamos o vinho.
A medida que o álcool me penetrava o sangue, fui ficando ainda mais desinibido e pelo visto, Melissa também.
— Se importa se eu tirar a jaqueta e abrir alguns botões da minha camisa?— O calor estava se alastrando pelo meu corpo ao ponto do ar-condicionado não vale nada.
— Fique à vontade.— percebi um olhar insinuativo da parte de Melissa enquanto me observava.— Pode retirar a camisa toda, se quiser.
Eu ri, ela realmente estava soltinha.
— Está na hora de parar com esse vinho. — peguei a taça da mão dela.
— Ah não.— murmurou batendo sua mão em sua coxa.— Ainda estamos na segunda garrafa. Tem mais umas três dessas lá dentro.
— De jeito nenhum, não vamos entrar em coma alcoólico. E outra que você precisa ficar sóbria para me dar bons conselhos.— abri três botões da minha camisa vermelha.— Não vou ouvir conselhos de uma bêbada.
Melissa gargalhou pendendo a cabeça para trás. Como era linda aquela mulher, sua pele era branca, um pouco bronzeada pelo sol do Brasil, seus olhos eram azuis tentadores e inocentes ao mesmo tempo, tinha lábios bem desenhados na medida certa, seus cabelos loiros sedosos deixava seu rosto ainda mais desenhado devido a franja. Dona de muitas curvas, típica de uma brasileira. Tentei afastar meus pensamentos quando ela me encarou.
— Posso lhe fazer uma pergunta ?— me atrevi.
— Pode.— Encostou sua cabeça na palma de sua mão.
— Porque você está lendo esse livro ? — Olhei fundo nos seus olhos pra lhe deixar intimidada e sem saída.

Sagrado Amor Profano ( +18)Onde histórias criam vida. Descubra agora