Enquanto jantávamos no quarto do hotel, percebi que Michael estava um pouco diferente. Durante o sexo ele também estava, como se quisesse algo a mais porém tinha a certeza que não faríamos.
— Amor, aconteceu alguma coisa?
— Não!— ele foi rápido na resposta e eu o conhecia muito bem.— Porque ?
— Eu percebi algumas coisas e gostaria de comentar com você, mas vou entender se não quiser falar.— eu remexia na comida que estava no meu prato.
— Tudo bem, pode falar.— deu uma leve tosse e tomou um gole d'água.
— Você queria a Angelina ?— fui ao ponto e ele arregalou os olhos.
— Como assim?
— Ah Michael, temos intimidade suficiente para falarmos sobre qualquer coisa e você sabe disso.— tomei um pouco de vinho sentindo temor da resposta dele.
— Ela é uma mulher bonita e eu fiquei excitado, claramente. Mas eu não faria uma troca de casal de forma alguma.— mastigou um pedaço de batata.
— Claro, sei o quão ciumento você é. Mas eu garanto que você comeria nós duas.— confessei.
Michael suspirou pesadamente e virou a taça de vinho de uma só vez.
— Melissa, você quem quis fazer isso e eu não sei porque, você quem nos colocou nessa situação. Porém, mesmo durante toda a prática eu lhe respeitei.— falava calmo.
— Eu assumo minha responsabilidade, eu não farei mais isso. Hoje o tempo é outro e não me sentir nada confortável em vê o meu marido me foder olhando pra outra mulher se tocando.— minha garganta secou. Eu estava com ciúmes e me sentindo mal.
O tempo em que eu e Michael fizemos certas coisas, ele não era o meu marido, era o meu amante, eu fazia de tudo para não dar entrada para o ciúmes e o amor me pegar. Mas isso acabou, Michael era o meu marido agora.
Na verdade eu fiz isso para apimentar a nossa relação. Michael era um homem muito fogoso e apesar de me deixar sempre segura e provar com atitudes, eu temia uma separação. Eu temia a traição. Eu temia viver uma vida sem o meu homem. Em nome do nosso amor e aniversário de casamento optei por fazer isso, mas não foi nada bom. Realmente o amor é egoísta!
— Me desculpa, foi inevitável.— ele esticou a coluna.— Estava louco, era tudo muito erótico. Mas também não me sentir confortável em vê um outro homem se tocar olhando pra você. Ele lhe devorava com os olhos, ele lhe queria muito e eu percebia.— falou enchendo a taça de vinho outra vez.— Eu não sei porque você gosta disso, não sou de julgar fetiches mas... eu não entendo.
Eu encarei o prato e os meus olhos se encheram de lágrimas.
— Hey baby, porque está chorando?— perguntou ficando de pé.— Por Deus, é o nosso aniversário amor e o seu, deveríamos estar felizes.
— É que eu sou uma burra quando o assunto é o medo de perdê-lo.— falei quando ele se agachou perto de mim.— Foi o aborto, foram as mentiras, as traições e agora o sexo na frente dos voyeurs.— limpei a lágrima que caiu do meu olho.— Eu lhe perco tentando não lhe perder.— eu ri sem humor pela ironia estúpida que era aquilo.
— Mas você não pode se trair dessa forma, Melissa. Temos um ao outro e você não vai me perder.— segurou nas minhas mãos fazendo carinho.—Eu sou incapaz de deixá-la. Veja só tudo que temos, tudo que construirmos. A nossa família. Melissa, você trouxe luz pra minha vida.— passou os dedos em meu rosto.— Eu não preciso de outras ou que você convide outros casais pra gente transar. Você é suficiente. Você me dar tudo, tudo. Eu encontro tudo em você. Não há necessidades de colocar terceiras no nosso sexo, nem nada desse tipo.— me afirmou.
— Eu só queria apimentar a relação, mas não imaginei que daria nessa merda.— falei me sentindo uma verdadeira idiota.
— Nós dois juntos já fizemos bastante isso, Sweet Child. Até no céu já trepamos. Quando vamos ao clube é legal, por ser algo mais aberto ninguém fica focando na gente. Já basta, e quando não quisermos ir mais, não iremos. Nosso casamento não se resume só a sexo. Temos as nossas virtudes, companheirismo, amor, dedicação. Nossas molecagens como fizemos hoje pela tarde. Nós temos tudo. Temos amor. Muito amor, Melissa.— Michael beijou minhas mãos.— E o amor é tudo.
— Realmente. Você tem razão. Sempre falo na terapia que levo uma coisa a outra. Talvez tenha sido pela forma que me sentir amada pela primeira vez.
— E quando foi?— perguntou com um sorrisinho no rosto sabendo a resposta.
— Quando você me fez mulher e gozei pela primeira vez.— falei com amor.— Aquilo pra mim foi amor. Mas depois que virei mãe, com a terapia e com a Danielly eu entendi que existe vários tipos de amor e várias formas de amar.— falei e coloquei uma mecha do cabelo dele para trás.— Você me ensinou o que é amor carnal, amor de uma mulher para um homem, o amor erótico. O amor sagrado profano que eu tanto amo.— beijei sua testa.
— Então é isso meu amor. Seremos só você e eu entre quatro paredes e só. Até porque nos bastamos, nos suprimos e nos completamos com o nosso amor.— sorriu de forma genuína.— Combinado?— me ofereceu o seu dedo mindinho.
— Combinado!— enrosquei o meu dedo mindinho no dele e nos beijamos.
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Sagrado Amor Profano ( +18)
Fanfic"A sedução do BDSM está em se entregar ao desconhecido e descobrir novas formas de sentir prazer."