Mel da antiga Grécia

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— Vai ter trabalho duro para esconder todas essas manchas aqui

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— Vai ter trabalho duro para esconder todas essas manchas aqui.— Disse enquanto Melissa começou a retirar a base do meu rosto.
—  Eu gosto de trabalho duro!— quando Melissa proferiu isso, senti algo ser despertado em meu interior.
Melissa queria acordar o monstro que dormia dentro de mim há pouco mais de três anos. Ela não fazia ideia.
— Oh, sério ?—Olhei pra ela.
Ela envergonhou-se pela frase ter soado como um duplo sentido, seus olhos fitaram o chão e tentou se desculpar.
— Quis dizer que eu gosto de ir além, desafios... me desculpe se soou como...— Melissa falava devagar, seu inglês não era dos melhores.
— Relaxe.—Sorri.—Está tudo bem. Eu também gosto de ir além, torna tudo mais empolgante. Eu entendi o que quis dizer.—encostei na poltrona e esperei ela começar.
Suas mãos eram leves, parecia estar nervosa com a minha presença.
Melissa é linda, mas acredito que seja menor de idade e isso já me fez dissipar qualquer tipo de pensamento em impróprio. Aquele jamais seria eu, tenho minhas peculiaridades e gostos nada convencionais para uma sociedade baunilha, mas pedófilo, nunca!
— Você é daqui ?—puxei assunto.—Se não me engano o seu nome, tem origem grega. Algo associado a doçura do mel das abelhas.
— Sim senhor, quer dizer, Michael.—Sorriu mostrando seus belos dentes.— Interessante a sua observação sobre o mel das abelhas.
Sorrimos. Eu sempre falo demais.
— Você também trabalha como modelo na agência ?—eu conhecia bem o tipo de trabalho que muitas agências faziam, não era só expor suas belas modelos nas passarelas, mas também eram incentivadas a prostituição.
— Ainda não.—Melissa espalhava a base em minha testa.— Pra falar a verdade eu faço de tudo um pouco lá, faço a maquiagem das meninas, ajudo com as roupas, as vezes sou a recepcionista e outras vezes limpo e organizo tudo.—Explicou.
— Então não é apenas uma maquiadora profissional?
— Posso contar um segredo?—abaixou o tom de sua voz.
— Quantos quiser, sou um túmulo.—Fiz um zíper na boca.
— Não sou profissional.—cochichou.—Sou aquela que faz de tudo por necessidade... —ela sessou a fala rapidamente, por um momento deve ter lembrado de quem eu era, ficou desconfiada e pude vê a culpa surgir em seus olhos. Belos olhos azuis.
— Você não acha que como modelo ganharia bem melhor ?
— Provavelmente, mas a idade ainda é um grande empecilho.—lamentou.
Franzi o cenho tentando entender, estava na cara que Melissa era menor, mas isso não seria um impedimento para ingressar na carreira de modelo.
— Mas, isso não faz sentido. Pode explicar porque ?
— Não sei se posso abrir isso pra você.—Melissa afastou-se do meu rosto.
— Eu prometo que fica entre nós dois.—tentei lhe passar confiança.
— É que para... —suspirou.—conseguir bons catálogos e eventos, é preciso fazer... o...
— BookRosa!—Completei vendo a dificuldade que ela estava tendo pra falar.
Eu já suspeitava, Paola me cheirava a cafetina suja. Pelo menos respeitava a idade das meninas.
— Em três meses eu faço aniversário...
— Não!— apertei os olhos e me desencostei da poltrona. Até eu mesmo me assustei com a minha reação. — Você não pode fazer esse tipo de... trabalho.
— Eu não me importo.— Deu os ombros enquanto procurava por um pincel.— Eu realmente preciso, eu...
— Sabe que existem outros meios para se conseguir dinheiro, Melissa!— eu realmente fiquei preocupado com aquela menina.
—  mas nada imediatismo.-Voltou-se pra mim.— Preciso que feche os olhos, por favor.
— E por que tem pressa?— Fechei os meus olhos e me encostei de volta na poltrona.
— Eu só tenho uma pessoa na vida, que é minha madrinha, infelizmente ela encontra-se em coma em um maldito hospital público.— percebi a voz dela embargar.— E de quebra, tenho um irmão adolescente querendo entrar em caminhos errados, por isso eu tenho pressa, Michael!
Eu segurei em sua mão  que segurava o pincel passando sombra em minha pálpebra esquerda, fazendo ela parar.
— E onde estão os seus pais?—seus olhos estavam marejados.
— Meu pai faleceu e a minha mãe casou com um... um cara ruim, que não me aceitou, nem eu e nem meu irmão. Ela optou por ele. — Melissa passou os dedos rapidamente na lágrima que iria cair. Senti vontade de abraçá-la mas fiquei sem jeito.
— Eu sinto muito!— Soltei sua mão com carinho.— De verdade.
— Obrigada!— forçou um leve sorriso.— Agora preciso continuar com o meu trabalho ou vai se atrasar.— ela mudou de assunto voltando a trabalhar em meu rosto.
Fiquei pensando em formas de ajudar aquela menina e tentar livra-la do caminho da prostituição, perder sua juventude com tipo de trabalho tão agressivo pra mente e pro corpo. Não, eu não posso e  nem tenho moral para desqualificar prostituição, mas são novos tempos. Enfim, quero ajudá-la.
Assim que Melissa terminou , me olhei no espelho e gostei do que vi, aquela menina realmente era boa. Posso dizer que trabalhou melhor que a Karen, não fiquei com traços tão afeminado e isso foi ótimo.
— Fez melhor que uma profissional, Melissa!— Olhei pra ela.— Eu amei!
— Obrigada Michael.— Melissa deu um sorriso tímido e me olhou nos olhos, vi sua respiração mudar.— Você é lindo!
Agora agora foi minha vez de ficar envergonhado, mas continue encarando o seu rosto de boneca.
— Isso prova o quão talentosa você é, veja só, conseguiu me deixar lindo.— brinquei.—Melissa...— me levantei ficando em sua frente.— Eu quero ajudá-la. Me diga, de quanto você precisa?
— Eu... eu não quero o seu dinheiro!— seus olhos piscaram várias vezes e desviou seu olhar para maleta de maquiagens, organizando-a.
— Me diga, por favor. Eu só quero ajudá-la.—me aproximei dela.
— Mas eu já disse que não quero o seu dinheiro.—Melissa apareceu um pouco irritada.— Lhe contei um pouco da minha vida por contar, estávamos conversando. Mas não foi com intuito de me vitimizar para tirar qualquer tostão seu.—ela fechou o zíper da mala.
— Então, não me entenda mal. Eu... — cocei a cabeça tentando fazer com que ela me compreendesse sem me julgar.
— Eu vou indo.— me deu as costas delicadamente.
— Melissa.— alcancei seu pulso.— Então, trabalhe comigo.—ofereci.
— Como? Eu não sei dançar e muito menos... — Melissa fitou  meus olhos e em seguida meus lábios com ar de riso. Eu soltei seu pulso.
— Pode ser minha maquiadora, da Lisa, enquanto a Karen fica com os bailarinos. O que acha? Estávamos mesmo precisando de uma para momentos como esse que aconteceu hoje.— era o que eu poderia fazer, já que a mocinha orgulhosa se recusou a receber a minha ajuda.
— Eu agradeço muito mas acho que não vai dar. Tenho minha madrinha e meu irmão aqui... —Olhou pro teto.
— Posso levá-los também... ou posso contratar pessoas de segurança para cuidar deles enquanto você se organiza lá fora.
Eu realmente estava disposto a ajudá-la. Melissa me parecia alguém de bom caráter, que precisava apenas de boas oportunidades na vida e eu estava disposto a dar.
— Não sei.—encolheu os ombros.
— Toma.— lhe entreguei o cartão com o contato de Mark, meu assessor e de Lisa.— Ligue quando tiver uma resposta.

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