Pulga atras da orelha

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Conhecer a mãe de criação de Stella me deixou desconfortável

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Conhecer a mãe de criação de Stella me deixou desconfortável. A mulher era bem intimidadora e misteriosa, estava sempre em alerta me olhando. Provavelmente lia meu comportamento corporal o tempo todo. Ela era linda, mais alta que eu, seus cabelos eram longos e castanhos, seu rosto tinha traços harmonizados e bem marcantes. Aquela mulher era o puro poder porém tinha certeza que sua alma era submissa, igual a áurea que acercava.
Mesmo com o desconforto, fiquei feliz por Felipe, ele era bem tratado e mimado pela sogra. Me fazia feliz vê-lo tão bem depois de tantas dores. 
Naquela noite de sábado, Stella dormiu com ele na nossa casa. Depois que desliguei o telefonema de Michael lhe dando a certeza que iria para Neverland no dia seguinte, fui dormir pois estava exausta.
Na manhã seguinte durante o café, comuniquei a Felipe e a Stella que iríamos para Neverland, a alegria foi unânime.
Enquanto saia do quarto de jogos, quase enfartei ao vê Stella parada na porta, ela me olhava estranhamente. Eu tinha entrado lá para organizar algumas coisas novas que Michael tinha comprado e mandado entregar.
— Desculpa, não quis assusta-la.— sorriu.
— Tudo bem, eu quem estava distraída e não esperava vê-la aqui.— tranquei a porta rapidamente.
— Sabe que eu morro de curiosidade de saber o que você esconde aí atrás dessa porta?— Stella olhou pra porta atrás de mim com olhos de coça.
— Eu já disse. Você não deveria sentir isso, que deselegante.— cruzei os braços com um sorrisinho.
— Desconheço elegância cunhadinha. Eu sou muito curiosa.— mordeu os lábios e se aproximou de mim.— Será que o que você esconde aí não é coisa de uma serial killer ?
Gargalhei jogando a cabeça pra trás e sai de frente da porta.
— Que cabecinha fértil e cheia de imaginação, Stella.— puxei ela pela mão.— Já fez sua mochila ?
— O Fê está colocando as coisas dele.
— Tá, temos que ir logo pois a distância é muito grande.
— Sim. Tão grande quanto o Michael?
Imediatamente parei de caminhar e encarei seu rosto.
— O que disse?— fingir não ter entendido.
— Grande quanto o Michael. Tipo, ele é bem grande não é? Seu talento e trabalho, essas coisas.— encolheu os ombros.
— Ah sim.— sorri para esconder o meu receio.
— Depois eu quem tenho a mente fértil.— soltou-se da minha mão.— Te encontro já.
— Não demorem!

Eu ainda estava com muitos hematomas da última sessão com o meu dono, então optei por roupas mais compridas. Vesti um vestido longo, florido em tons claros, calcei uma sandália sem salto fiz uma leve maquiagem meu rosto. Optei por deixar meus cabelos soltos e não abusar de tantas joias.
As 8:00 da manhã David estava na porta do meu prédio nos esperando.
Quando a porta do carro se abriu, pude ver Michael próximo ao relógio de arbustos que tinha na entrada da casa principal. Michael era tão lindo e único, minha vontade era correr para o seus braços mas eu sabia que não podia. O preço de ser "a outra".
Depois de Felipe e Stella cumprimentá-lo, foi a minha vez. Um abraço tão gostoso, funguei seu cheiro doce que me dava tesão.
— Está linda, Sweet Child.— disse baixo no meu ouvido.— Quero você.
Me afastei sorrindo para não dar na cara. Lisa não foi tão receptiva, apenas disse um "oi" friamente e subiu. Era nítido que eles estavam brigado, o clima era tenso.

Fizemos bastante coisa no rancho, até Michael ter a brilhante ideia de irmos de bicicleta até a estação de trem. Felipe gargalhou alto enquanto eu tentava lhe dar um tapa.
— Ela não sabe pedalar!— debochou.
— O que ?— Michael arregalou os olhos prendendo o riso.
— Cala a boca.— tentei acertar Felipe.
— Caramba, todo mundo sabe pedalar cara.— Stella segurou no guidom da bike dela.
— Exceto ela.— Felipe apontou pra mim gargalhando.
— Vamos Melissa, eu posso ensiná-la.— Michael me ofereceu sua bicicleta.
— Eu não sei se consigo aprender.— fiquei envergonhada.— Sem contar que isso é tão vergonhoso.
— Ah nada disso.— se aproximou.— Vamos, nunca é tarde para aprender algo novo.
— Eu quem não quero passar a tarde aqui vendo isso.— Felipe debochava de mim.— Boa sorte meu amigo, você vai precisar.— bateu no ombro de Michael.— Vamos Stella, vou levá-la em ótimos lugares.
— Fiquem a vontade!— Michael piscou pra Felipe. Os códigos de homens, claro. O casal se afastou pedalando em suas bikes.
— Preparada?— Michael retirou os óculos escuros e colocou no cos de sua calça.
— Talvez.— disse subindo na bicicleta.— Espero não cair.
— Você não vai cair.— me deu segurança.
Comecei com as tentativas frustrantes e Michael morria de rir comigo. Eu tentei por mais de 30 minutos até conseguir dar as primeiras pedaladas da vida.
— Veja, você está indo só.— Michael pulou vitorioso.
— Oh meu Deus!— falei sorrindo e sentindo a adrenalina me invadir.
Parecia algo bobo mas para mim não era, eu nunca pude ter uma bicicleta antes e por aquele motivo eu não sabia pedalar. Aquilo me causou uma emoção gigantesca.
Na empolgação e por um descuido meu, acabei desequilibrando e caí.
— Porra!— bufei.
Michael correu até onde eu estava de bunda no chão olhando as minhas palmas das mãos raladas e o meu joelho direito arranhado.
— Você está bem?— Vi seus olhos preocupados me encararem enquanto se agachava perto de mim.— Céus!
— Eu estou bem. Só está ardendo.— não consegui tirar os olhos dele.
— Vamos, eu vou cuidar de você.— Michael me ajudou a levantar e me levou para dentro da propriedade.
Sentada no sofá da sala, Michael cuidava dos meus machucados da mesma forma que cuidava quando acabávamos as sessões de BDSM. Eu fiquei tão excitada que queria dar pra ele ali mesmo.
Meu vestido estava suspenso até a metade das minhas coxas, exibindo as marcas roxas que ele havia me deixado de atrás .
— Eu amo isso.— dedilhou os roxos da minha coxa com uma mão enquanto a outra limpava os arranhões do meu joelho com uma gaze.
— Eu também.— morder os lábios e sua boca se abrir em um belo sorriso.— E em saber como elas foram deixadas aí, me deixa tão sedenta por mais.
— Sweet Child.— ele respirou profundamente e colocou um curativo em meu joelho.— Não faça isso. Está sendo difícil controlar a vontade que estou de foder você.
— Eu...
— O que aconteceu?— misteriosamente Lisa apareceu na sala nos fazendo levar um susto. Interrompendo nossa conversa.
— Ah, Melissa acabou se machucando enquanto tentavam andar de bicicleta.— Michael ficou de pé e olhou para sua esposa.
Lisa me fitou por alguns instantes, percebi que ela tinha visto os roxos da minha perna também e disfarçada mente baixei o vestido ao máximo.
— E você resolveu bancar o médico da menina indefesa que é incapaz de se cuidar sozinha?— seu tom de voz áspero me fez engolir seco.
— Lisa, por favor.— Michael suspirou levemente.— Não vamos...
— Me diga Melissa, o que devo fazer para conseguir a mesma atenção e cuidado que você conseguiu do meu marido?— Lisa dirigiu-se a mim.
— Lisa, chega.— Michael se aproximou dela.
— Não, eu preciso saber. Será que também devo me portar como uma menininha insegura que precisa sempre de alguém para cuidar de mim? Ou posso ser também uma oportunista?
— Lisa!— Michael falou grosso.
— Eu não sei do que está falando.— disse com lágrimas falsas em meus olhos.
— Quem é você Melissa? — Lisa estreitou os olhos levando suas mãos aos quadris.— Você esconde algo, eu sei. Seja esses seus hematomas que vivem aparecendo e você luta para escondê-los ou suas conversas estranhas que não batem, tipo, a conta não fecha.— eu pude ver a sua persuasão e o seu olhar em cima de mim.
— Melissa, você consegue sair por favor ?— Michael me olhou com o rosto sério, ele estava bravo.
— Claro, eu... — enxuguei as lágrimas que escorreram e levantei.
— Você não vai escapar de mim tão fácil, Mel.— Lisa sorriu ironicamente me acompanhando com os olhos.
— Minha vida é um livro aberto, senhora Jackson.— sai da sala e fui rumo ao jardim.

Sagrado Amor Profano ( +18)Onde histórias criam vida. Descubra agora