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Daniela 🥇
Rocinha/RJ

Não tem um dia que não penso no meu filho, desde que abro meu olho vem a imagem dele na minha mente; Desde da minha briga com o Jorge eu refletir muito sobre eu jogar a culpa nele, fui muito errada mesmo, mas eu tinha meus motivos.

Se ele não virasse traficante do nada, hoje em dia ele seria advogado, estaria aqui com todos nós, mas Deus escolheu levar ele! Eu ainda brigo muito com o bravo, porque ele também foi culpado de botar parada na cabeça dele, mas homens é assim mesmo, gosta de ostentar pra mulheres.

Tem 20 anos que conheci bravo, quando eu vi ele pela a primeira vez foi numa balada privada que minhas amigas me levaram, na época ele era apenas aviãozinho ainda, na primeira noite que se vimos apenas trocamos número, já na segunda foi logo e meteu Lucas em me, nisso eu tinha apenas 16 anos, foi um baque pra me.

Depois que engravidei nos começamos a ficar mais, mas ainda não queria namoro, foi aí que descobrir que ele estava no caminho do crime, me afastei dele, mas ele nunca se afastou do filho dele, Lucas nasceu, quando ele fez 1 ano, no dia do seu aniversário fiquei com bravo de novo, e venho a Mariah, outro baque pra mim.

Foi aí que ele simplesmente se declarou pra me, cair na dele e estamos até hoje, minha mãe completamente me apoiou no começo, mas meu pai fez a cabeça dela, e ela simplesmente me deixou de lado, quando tinha 29 anos, recebi a notícia que eles morreram numa acidente de avião, fiquei completamente triste pelo o fato deles se foram com nós brigados, mas não derramei uma lágrima, bravo também fez minha cabeça falando, se eles fossem pessoas boas ia mim apoiar independente da situação, eles estaria comigo, do meu pai eu não liguei muito, mas minha mãe mexeu mas comigo.

Porque no começo ela me apoiou, meu pai que fez a cabeça dela; depois de dois anos chegou a vez do meu Luquinhas, meu mundo parou desde do dia que ele se foi com apenas 16 anos, muito novinho; até hoje eu agradeço a Deus por eu ter ele do meu lado a 16 anos, mesmo sendo pouco, foram os melhores dias da minha vida, Mas eu tenho minha princesa que é meu refúgio de dor, sem eles eu não sou nada, apesar de ter sido mãe tão nova, hoje eu sei que foi por uma boa causa.

Hoje como era domingo, todos domingos gosto de caprichar no almoço, mas hoje não estava tão inspirada, porque amanhã vai fazer 6 anos que o Lucas faleceu, hoje só fiz mesmo uma macarronada.

Mariah: Boa tarde mãe. - Neguei vendo o horário que ela acordou.

Daniela: Sua cara nem treme né menina. - Sentei na mesa.

Mariah: Não, cadê a coca? - Olhou pra geladeira.

Daniela: Seu pai ficou de trazer; hoje é macarronada tá?

Mariah: Eu amo, se seu Jorge não trazer vou bolar legal com ele em. - Sentou mesa.

Jorge: Eai família.

Ele entrou colocando a coca na mesa, beijando a Mariah, e sentando do lado da mesma; Oxi, esse bandido esqueceu de me aqui?

Colocamos nossa comida, comemos em silêncio, as vezes Mariah soltava algumas piadinhas com o seu pai, e ela ficava puto do nada.

Daniela: Que história é essa de botar o terror pra ficar de olho na Mariah, não botou fogueteiro ou Fiat? - Fiz a pergunta assim que Mariah saiu da cozinha.

Jorge: Porque eles tem obrigações pra fazer. - falou num tom grosso.

Daniela: Terror também têm, e mas importantes que os meninos, e não precisa vim com ignorância não, apenas fiz uma pergunta. - Levantei colocando meu prato na pia, indo pro quarto.

Jorge acha que tem direito de ficar com raiva de me por uma coisa que só ele sabe, mando logo se foder, passa o dia todo fora de casa e ainda quando vem é com ignorância.

Por me ele pode ser ignorante comigo, mas com Mariah nem a pal, já basta ele colocar guarda costa na menina vinte quatro horas.

{...}

10 horas e nada do Jorge chegar, se ele tiver pra bar e chegar aqui com a cara mas lisa, ele vai se foder comigo.

Tou sozinha em casa, pois Mariah está pra Bea, aquela ali só chega 23 horas, não sei onde elas acha tanta conversa.

Estava assistindo uma novela qualquer que estava passando; Escutei portão abrindo já imaginei que era bravo ou Mariah.

O outro entrou no quarto com a cara mais lisa, Entrou no banheiro, escutei barulho de água caindo no chão.

Daniela: Tava pra onde que demorou? - Perguntei assim que ele saiu do banheiro.

Bravo: Estava lá na pista resolvendo uns negócio. - Desconfiei.

Quando ele vai na pista, é pra matar, ou roubar alguma loja, porque não sei que negócios vai ter na pista pra ele resolver.

Daniela: Jorge eu não acredito que você estava matando alguém, sério mesmo cara que saco, já falei que se tu quiser matar alguém manda os seus vapor. - Fui atrás dele que estava no mine closet que tem no guarda roupa.

Jorge: Hoje eu que fiz esse prazer, não vem encher minha mente não, já tenho muito problema pra você vim com esses bagulho teu. - Vestiu seu short indo pra cama.

Entrei pra dentro do closet me olhando no espelho, sentindo a vontade de chorar vindo; Olhei pro lado vendo o porta retrato do meu Lucas, peguei analisando aquela foto, cara sempre fechada com aquele símbolo de arma na mão dele.

Pra falar a verdade ele sempre teve essa alma de traficante, desde de pequeno só falava com gírias, as vezes penso que ele só estava fazendo advocacia só pra me alegrar mesmo, mas sempre quis ser o que o pai dele é.

Botei a foto no mesmo lugar me analisando no espelho! Sou mulher demais pra esse marmanjo se ele acha que pode me tratar assim, próxima ignorância eu boto ele pra dormi no chão, vai ser nem em sofá, vai ser no duro mesmo.

Passei a mão no meu cabelo que estava num rabo de cavalo frouxo! Sair do closet vendo ele me analisando, desliguei a luz se deitando na cama.

Jorge: Foi mal amor, tô cheio de coisa na mente, sei que sempre desconto os bagulhos em tu. - Dei a mínima importância, apenas desliguei a televisão virando de costa pra ele.

Daniela: Tou pouco me fodendo pro seus bagulho, num foi assim que tu disse? - Empurrei ele que estava beijando meu pescoço.

Jorge: Bora conversar um pouco... - Deitei de barriga pra cima. - Amanhã faz seis anos que Lucas morreu. - Neguei, não querendo conversar sobre isso. - Troca um papo comigo cara.

Daniela: Não quero falar sobre isso, vai ser mas um dia como todos outros. - Ouvi bravo respirando fundo.

Escutei a varanda se abrindo, já sabia que bravo ia fumar ele sempre fica assim quando tá com a mente pesada.

Eu sempre fui assim, nunca quis conversar sobre Lucas com ele, na verdade com ninguém, não importa quantos anos se passar sempre vou chorar quando for falar dele.

Levantei da cama indo até o bravo, sentei no seu lado colocando as pernas encima das dele, Beijei seu rosto descansando a cabeça em seu ombro.

Jorge: Te amo. - Sorri escutando aquilo.

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