Sexta-feira, 28 de janeiro
— Minha mãe me contou ontem que está namorando um médico, dá para acreditar?
— E por que você está tão bravo? — Chifuyu perguntou, rindo.
— Sua mãe merece viver um amor. — Comentei, enquanto colocava o leite na cesta que Baji segurava para mim.
— Eu não confio em macho.
— Depois dessa, eu terminaria a amizade, Chifuyu. — Ri, vendo o garoto colocar as mãos no peito, fingindo indignação.
— Nunca sofri tamanha decepção. — Ele respondeu dramaticamente.
— Olha o drama. — Baji revirou os olhos, mas estava com um leve sorriso. — Vamos terminar logo isso.
— Ei, mas sério, você vai tentar conhecer o cara? — Chifuyu continuou, ignorando o comentário de Baji.
— Não sei... talvez. — Baji respondeu, enquanto pegava mais alguns itens para colocar no carrinho.
Chifuyu fez uma careta e deu de ombros.
— Você só está com ciúmes, Baji. — Provoquei.
O garoto suspirou, parecendo considerar aquilo por um segundo, antes de soltar um riso nervoso.
— Talvez um pouco.
O mercado estava praticamente vazio. A semana tinha passado rápido, e eu precisava comprar umas coisas para casa. Então depois da aula viemos todos para o mercado, já que Baji e Chifuyu não me deixaram vir sozinha, então acabaram me acompanhando até que eu terminasse tudo.
Depois de pegarmos os últimos itens, caminhamos em direção ao caixa. O silêncio confortável entre nós era quebrado ocasionalmente por algum comentário bobo de Chifuyu ou uma observação afiada de Baji. Mesmo que estivessem ali para me ajudar, sabia que eles também estavam tentando me distrair, o que eu apreciava.
— Ei, já que estamos aqui, que tal fazermos algo? — Chifuyu sugeriu, pegando uma das sacolas.
Baji olhou para ele de soslaio.
— Tipo o quê?
— Sei lá, assistir algum filme ou comer alguma coisa.
Eu ri, mas logo desviei o olhar para a entrada do mercado. Algo ali fora me deixou inquieta por um segundo. Uma sombra familiar ou só a minha mente me pregando peças?
— Tudo bem? — Baji perguntou, notando minha mudança de expressão.
— Sim, tudo tranquilo — menti, forçando um sorriso. — Acho que seria legal fazermos algo, sim.
Não queria preocupá-los mais do que já estavam, mas a sensação de estar sendo observada não desaparecia.
Enquanto saíamos do mercado, aquela sensação desconfortável de estar sendo observada só aumentava. Eu tentava me convencer de que era coisa da minha cabeça, já que parecia que tudo ao meu redor era um perigo.
— Ei, vamos pelo atalho? — Chifuyu sugeriu, apontando para uma rua menos movimentada.
— NÃO! — Saiu mais alto e desesperado do que eu imaginava. Fazendo eles se assustarem um pouco.
Os dois me olharam surpresos, claramente pegos de surpresa pela minha reação. Eu tentei me recompor rapidamente, forçando um sorriso para aliviar o clima.
— Desculpa... só não quero ir por lá. — Falei, tentando parecer mais casual, mas meu coração estava disparado.
— Certo... — Baji respondeu, ainda me observando com uma expressão desconfiada
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Tudo O Que Eu Queria · Ken Ryuguji
FanfictionEm meio ao caos e às aventuras de uma gangue de delinquentes, surge uma história de amor entre um garoto confuso e uma garota emocionalmente estável. No entanto, o caminho do amor deles não é fácil. Uma terceira pessoa entra em cena, tornando tudo a...