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Sabádo, 21 de fevereiro


Conseguimos encontrar os quatro caras, queríamos resolver tudo isso o mais rápido que podíamos. Hanma tinha me mandado uma mensagem que falava "entrei na Toman faz pouco tempo, mas agora eu entendi o motivo de não poder confiar ninguém".

— O que foi? — Mitsuya perguntou ao perceber minha expressão.

— Hanma. — Respondi, mostrando a mensagem. — Ele está jogando com a gente, tentando nos fazer duvidar uns dos outros.

— Esse cara é um problema. — Mitsuya comentou, franzindo o cenho.

— Consegui! — Baji entrou na sala com um sorriso. — Me sinto mal, Yuto disse que ela teve um ataque de pânico ao falar. Perguntei se ele poderia pedir a descrição dos caras, mas a Haru sabia os nomes. Hamada e Choji.

— Nunca ouvi falar deles antes. —  Angry disse.

— Eu deveria ter imaginado. Eu os conheço, eles sempre estão ao lado do Kisaki. — Mikey suspirou. — Hamada é o que tem a cicatriz no nariz, e Choji é o que está sempre de máscara e capuz. Estão na sua divisão, Baji.

— O quê? — Baji respondeu, irritado. — Vou matar os dois.

— Eu ajudo, não vou deixar você ficar com toda diversão. — Smiley foi até ao lado de Baji.

— Mikey, você acha mesmo uma boa ideia? Acho que todos eles vão espancar os caras antes de reunir no lugar marcado. — Takemichi parecia nervoso.

Mikey olhou para Takemichi com um olhar sério, mas ponderado.

— Não é uma questão de "boa ideia" ou não, Takemichi. — Ele respondeu calmamente. — Eu sei como todo mundo está se sentindo agora, mas precisamos manter a cabeça fria. Se agirmos de forma impulsiva, vamos cair exatamente no jogo que o Kisaki quer.

Baji e Smiley trocaram olhares, ainda cheios de raiva, mas respiraram fundo, tentando se controlar.

— Mikey tem razão. — Mitsuya interveio. — A gente precisa fazer isso da maneira certa, ou vai acabar piorando as coisas.

Smiley, ainda com um sorriso perverso, soltou uma risada baixa.

— Tá, tá. Eu vou me segurar... por enquanto. — Ele disse, cruzando os braços, mas seus olhos ainda brilhavam com a promessa de uma futura briga.

— Relembrando: Mitsuya está encarregado do Susumu, Takemichi do Hiroshi, Angry do Takashi, Smiley do Kento, Baji do Hamada, Chifuyu do Choji, Draken do Hanma, e eu do Kisaki. Tentem levar eles ao local marcado. Finjam que estão sendo manipulados ou que precisam de ajuda. Não importa, mas isso acaba hoje. — Mikey olhou para Baji e Smiley. — E sem matar ninguém antes da hora.

Baji bufou, ainda irritado, mas assentiu.

— Tá bom, chefe. Mas se eles derem um passo em falso... — Ele não completou a frase, mas a ameaça estava clara.

Mikey assentiu, dando um sorriso tranquilo.

— Aí, a gente faz o que precisa ser feito.

O peso da tarefa à minha frente começou a se firmar no meu peito. Hanma. Esse cara era um problema. Afastado, manipulador, sempre envolvido nas piores situações ao lado de Kisaki. Não era o tipo de pessoa que você podia confrontar diretamente, e eu sabia que lidar com ele seria muito mais do que uma simples luta. 

Enquanto saíamos da sala, eu sentia a tensão no ar. Smiley estava empolgado, pronto para soltar sua raiva a qualquer sinal de confronto. Mas eu precisava me concentrar, precisava manter a cabeça no lugar. Hanma sabia jogar com as pessoas, sabia como mexer com as emoções. E eu não podia me deixar levar.

Tudo O Que Eu Queria · Ken RyugujiOnde histórias criam vida. Descubra agora