Sábado, 12 de fevereiro
— Posso fazer uma pergunta? — Ela olhou para ele, era como se fosse um "vai em frente" — Qual dia é hoje?
Maki ficou um pouco confusa, com a pergunta, mas olhou para frente. Agora, ela parecia mais cansada que o normal.
— Hoje é quarta. — Depois da resposta da Maki, todos eles respiraram pesado.
Maki parecia exausta, como se as últimas palavras tivessem drenado suas forças. Depois de responder, ela fixou o olhar no chão, onde um caderno estava jogado, meio aberto, com algumas páginas amassadas.
O silêncio na sala era sufocante. Todos respiraram fundo ao ouvir que era quarta-feira, mas a tensão ainda pairava no ar.
— Eu deveria estar fazendo anotações... — murmurou ela, quase como se estivesse falando consigo mesma.
Yuto se agachou e pegou o caderno. Ela não mudou o olhar de direção. O homem passava as paginas e em um certo momento ele mudou de reação, parecia meio chocado.
— Tá passando o efeito. — ela praticamente sussurrou, mas o silencio da casa fez com o que todos ouvissem.
— Qual efeito está passando?
Ela olhou para ele, não tinha expressão nenhuma. Maki ficou em silêncio por alguns segundos antes de responder, ainda sem mudar sua expressão apática. Seus olhos, apesar de vazios, transmitiam uma profundidade de desespero que ninguém ali sabia como lidar.
— O efeito do remédio... — Ela falou, quase sem emoção.
Senti minhas mãos começarem a tremer.
Yuto fechou o caderno, lentamente, como se tentasse processar o que acabara de ler ali. Ele a observava atentamente, tentando entender a gravidade da situação.
— Qual remédio? — Ele perguntou calmamente, tentando não parecer alarmado, mas a preocupação em sua voz era evidente.
Ela deu de ombros, sem se importar muito
— Não lembro o nome.
— Sabe onde o remédio está?
Maki continuou a encarar o nada, como se a pergunta não tivesse muita importância para ela. Após alguns segundos de silêncio, ela respondeu com um tom indiferente.
— Deve estar em algum lugar no meu quarto... ou jogado por aí.
Minha respiração estava ficando mais pesada, e a tensão no ar era quase insuportável. Yuto permaneceu calmo, mas era evidente que a gravidade da situação o preocupava.
— Vou dar uma olhada, tá bom? — Ele disse gentilmente, tentando manter o controle da situação.
Maki apenas assentiu levemente, sem mostrar reação. Yuto se levantou, e todos nós trocamos olhares nervosos enquanto ele seguia em direção ao quarto.
— Baji, você estava sabendo disso? — sussurrei, quando Baji me olhou, deu para vê lágrimas nos seus olhos.
— Não... — ele respondeu baixo.
Olhei para Mikey, ele olhava sério para ela. Ele não tinha falado uma palavra até então, sei que ele estava inquieto por dentro.
O resto do grupo permanecia em silêncio, cada um processando a gravidade da situação à sua maneira. Eu me sentia completamente impotente, as mãos ainda tremendo e o coração acelerado.
Takemichi estava pálido, e os olhos de Smiley estavam fixos no chão, com um semblante sério que raramente mostrava. Angry parecia igualmente perturbado, seu olhar perdido no espaço. Mitsuya e Chifuyu evitavam olhar para Maki.
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Tudo O Que Eu Queria · Ken Ryuguji
FanfictionEm meio ao caos e às aventuras de uma gangue de delinquentes, surge uma história de amor entre um garoto confuso e uma garota emocionalmente estável. No entanto, o caminho do amor deles não é fácil. Uma terceira pessoa entra em cena, tornando tudo a...