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Terça-feira, 11 de janeiro

 

Chorava de emoção, sentindo os toques delicados de Mikey na minha cabeça enquanto ele sorria gentilmente. Keisuke, por outro lado, me olhava com desdém.

— Ela acha que somos o Draken pra aturar isso. — Resmungou.

— O filme é "A Batalha da Lixeira", é um jogo entre Karasuno e Nekoma, e o Kenma apareceu em todo o trailer. — Chorei mais um pouco, desligando a tela do celular.

Eu sempre fui chorona, me emocionava com praticamente tudo, mas hoje parecia pior, e isso só podia significar uma coisa: estava perto de menstruar. Só de pensar na cólica já me dava mais vontade de chorar.

— Quando lança? — Mitsuya perguntou, sentando-se ao meu lado.

As mãos de Mikey saíram da minha cabeça e ele começou a enxugar minhas lágrimas.

— 5 de fevereiro. — Respondi animada.

— Uns dias depois do seu aniversário. Podemos ir assistir juntos. — Mikey sugeriu com um sorriso.

— Eu não concordei com isso. 

— Você vai ser o primeiro a chegar no cinema, Baji. — Chifuyu gargalhou.

Estávamos no parque de sempre. Quando saí da escola, dei de cara com todos me esperando. Mikey disse que sentia minha falta, então veio me ver, e os outros o seguiram porque compartilhavam do mesmo sentimento, mesmo trocando mensagens diariamente comigo. Takemichi não veio, disse que tinha compromisso com a Hina. Ken também não veio. Mikey disse que ele tinha algo importante para fazer, mas ninguém sabia o que era. Talvez esteja acontecendo algo com ele. 

Conversávamos sobre muitas coisas; eu escutava atentamente tudo o que eles compartilhavam e também falava sobre coisas que gostava. Poderia falar sobre tudo, exceto o que me incomodava. Se meus demônios estavam me assombrando debaixo da cama, eu preferia que continuassem lá. Mas, por mais que tentasse manter meus pensamentos sombrios escondidos, era difícil ignorar a sensação de que algo estava prestes a desmoronar. Cada risada, cada piada trocada entre nós, parecia uma tentativa de manter a escuridão à distância.

— Angry, você é tão fofo. — Falei enquanto segurava seu rosto com mais força entre minhas mãos. Senti as lágrimas brotarem novamente.

— O quê? — Ele gaguejou um pouco, parecendo perdido e sem reação.

— Você é tão fofo, gentil e amoroso. Tenho tanta sorte de ser sua amiga. — Choraminguei um pouco mais alto.

Angry ficou completamente sem jeito, o rosto corando enquanto tentava processar minhas palavras.

— Eu... Eu também tenho sorte de ser seu amigo. — Ele respondeu, ainda meio desconcertado.

Os outros começaram a rir, mas de um jeito carinhoso, sabendo que eu estava apenas emocionalmente sensível.

— Haru, você vai acabar desidratando desse jeito. — Mitsuya brincou, me entregando um lenço para enxugar as lágrimas.

— É verdade, você parece uma torneira aberta hoje. — Mikey riu, bagunçando meu cabelo.

As risadas voltaram a preencher o ar, o clima estava tão agradável. Alguns conversavam entre si, enquanto outros corriam ao redor. Eu estava sentada em silêncio ao lado de Mitsuya, começando a me sentir muito sonolenta. Quanto mais eu tentava manter os olhos abertos, mais eles pareciam querer se fechar. Lutando contra o sono, encostei a cabeça no ombro de Mitsuya, buscando algum conforto. Ele notou meu movimento e olhou para mim, um sorriso leve surgindo em seus lábios.

Tudo O Que Eu Queria · Ken RyugujiOnde histórias criam vida. Descubra agora