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Sábado, 15 de janeiro


Minha cabeça estava girando, e meu corpo, dolorido. Eu ainda estava no mesmo lugar, mas agora tudo parecia mais claro. Por quanto tempo eu fiquei desacordada? Eu precisava ir para casa, mas será que eu conseguiria andar?

Tentei me levantar, mas minhas pernas tremiam tanto que mal consegui me equilibrar. Apoiei-me na parede do beco, sentindo a aspereza das pedras contra minha pele machucada. Cada movimento era uma luta contra a dor que irradiava por todo o meu corpo.

Levei um tempo para recuperar o fôlego e reunir forças. Com dificuldade, dei os primeiros passos vacilantes, cada um mais doloroso que o anterior. Passei por cima de tudo que eu tinha comprado no mercado, não tinha forças para me manter em pé, quem dirá carregar tudo isso. O mundo ao meu redor parecia girar, mas eu precisava continuar. Casa. Eu precisava chegar em casa.

Enquanto caminhava, meus pensamentos estavam confusos. Por que isso estava acontecendo comigo? E se eles voltassem? E se eu não conseguisse chegar em casa? A ideia de desmaiar novamente no meio do caminho me aterrorizava.

Mas não havia outra opção. Respirei fundo e continuei, um passo de cada vez, rezando para que ninguém mais me encontrasse naquela condição.

O caminho para casa parecia interminável. Cada passo era uma batalha, e o cansaço fazia com que minha visão ficasse turva. O silêncio da rua parecia esmagador, amplificando o som do meu coração batendo freneticamente.

As luzes da rua se tornaram um ponto de referência, e eu me agarrei à esperança de que estavam cada vez mais próximas. Tentava manter um ritmo constante, mas a dor em cada parte do meu corpo estava me sobrecarregando. Eu só queria encontrar segurança e conforto.

Finalmente, avistei a minha casa. Um alívio momentâneo me envolveu, a ideia de um descanso parecia um sonho distante. Quando finalmente cheguei, o sentimento de vitória foi substituído por um novo medo. A chave tremia em minhas mãos enquanto tentava abrir a porta. A cada tentativa, sentia que ia desmoronar. Mas, com um esforço final, a porta se abriu.

Caí no chão, esgotada e aliviada. A segurança de estar em casa era reconfortante, mas a dor e o cansaço eram opressores. Com a visão embaçada e os olhos pesados, me arrastei até o sofá e me deixei cair, tentando conter o choro. O medo e a dor eram esmagadores.


Acordei com meu celular tocando em cima da mesa de centro. Foi onde eu o deixei quando passei aqui para trocar de roupa. Ainda me sentia fraca, mas me esforcei para pegá-lo. Antes de atender, vi que era 4h25 da manhã.

— ALÔ? QUE MERDA, MEU DEUS. POR QUE VOCÊ NÃO ESTAVA ATENDENDO?

— Oi, Baji. O que aconteceu? — Falei um pouco baixo, tentando fingir um bocejo.

— Onde você está? Estava dormindo? Não viu as ligações? Todo mundo estava te ligando sem parar. — Baji falava tudo rápido e embolado, parecia estar inquieto.

As palavras do homem no beco ecoavam na minha mente.

Desestabilizar todos eles psicologicamente.

— Estou em casa. Eu estava dormindo e não vi, estava em um daqueles sonos pesados. — Me esforcei para falar normalmente, sem que ele percebesse que algo estava errado.

Não queria ser um motivo para eles serem destruídos, não ia deixar isso acontecer.

Ouvi um longo suspiro de alívio.

— O que aconteceu? — Perguntei, ansiosa para saber se ele já sabia de algo. Mas fazia tão pouco tempo.

— Espere um pouco, vou avisar para a galera que tá te procurando que você está em casa. Passaremos aí.

Tudo O Que Eu Queria · Ken RyugujiOnde histórias criam vida. Descubra agora