Tudo O Que Eu Queria · Ken Ryuguji

50.

Segunda, 09 de março

Estava encostado na minha moto, o sol da tarde batendo de leve no meu rosto enquanto eu esperava. O movimento na frente da escola já começava a aumentar com os alunos saindo, mas meus olhos estavam fixos na porta principal, esperando por ela. Queria surpreender a Maki hoje. Fazia um tempo que não a via na saída da escola, e achei que seria bom aparecer de surpresa. E também, precisávamos conversar sobre nossos sentimentos. 

Enquanto esperava, mexi no celular, tentando disfarçar a ansiedade. Então, a vi. Ela saiu acompanhada de Baji e Chifuyu, rindo de algo que um dos dois havia dito. Maki parecia bem, com um brilho nos olhos que me fez sorrir por dentro.

Enquanto ela se aproximava com Baji e Chifuyu, percebi que eles ainda não tinham me notado. O riso deles era fácil e descomplicado, e por um momento, fiquei ali só observando. Era bom ver Maki assim, descontraída, especialmente depois de tudo o que ela tinha passado.

Chifuyu foi o primeiro a me ver. Ele deu um leve toque no ombro de Maki, apontando discretamente na minha direção. Ela parou de andar por um segundo, surpresa ao me ver, e depois sorriu, aquele sorriso que sempre parecia iluminar o ambiente.

— Você por aqui, Draken? — Baji provocou, arqueando uma sobrancelha enquanto cruzava os braços. — Tá parecendo um daqueles namorados possessivos que vêm buscar a garota todo dia na escola.

Ela riu e rolou os olhos, dando um leve empurrão em Baji.

— Ele só tá sendo legal, Baji. Não começa.

Chifuyu riu junto, mas eu só mantive um sorriso tranquilo enquanto observava Maki se aproximar mais de mim.

Maki se aproximou, os olhos ainda brilhando, mas agora com um toque de curiosidade.

— O que você tá fazendo aqui, Draken? — ela perguntou, parando na minha frente.

Eu dei de ombros, tentando manter a casualidade, mesmo que meu coração estivesse um pouco mais acelerado do que o normal.

— Achei que seria bom te surpreender — respondi. — E também, sinto que precisamos conversar, já que fomos interrompidos. 

Ela me olhou por um segundo, como se tentasse entender o motivo real por trás da minha visita surpresa, mas logo deu um sorriso mais suave, aquele que sempre fazia as coisas parecerem um pouco mais fáceis.

— Fico feliz que tenha vindo. A gente realmente precisa conversar. — Ela olhou de relance para Baji e Chifuyu, que estavam fingindo não estar prestando atenção, mas era claro que estavam ouvindo tudo.

— Bom, parece que a gente vai embora agora — Chifuyu disse, empurrando levemente Baji para a frente. — Deixamos vocês a sós. A gente se fala mais tarde, Maki.

— É, aproveitem o momento, pombinhos — Baji brincou, dando uma piscadela enquanto se afastava.

Maki bufou, envergonhada.

— Cala boca, Baji. — Falei e ele apenas respondeu com uma careta. 

Eu só balancei a cabeça, rindo.

— Eles não perdem uma oportunidade, né? — Ela murmurou, e eu dei um sorriso leve.

— Eles são assim, mas você sabe que querem o melhor pra você. — Respondi, enquanto subia na moto, batendo levemente no banco atrás de mim para que ela subisse também.

Ela hesitou por um momento, mas logo colocou o capacete e subiu, seus braços se enlaçando ao redor da minha cintura. O toque dela, por mais sutil que fosse, sempre trazia uma sensação de calma, como se tudo ficasse mais claro.